A cada ano milhares de
brasileiros se convertem e ingressam numa igreja evangélica. Mas, também, a
cada ano, muitos abandonam suas igrejas, fazendo-as parecer um imenso corredor:
muitos entrando pela porta da frente; um bom tanto deles saindo pela porta dos
fundos.
Conversando com os “desviados” (é assim que nós os
chamamos), ouvimos diversas explicações. Alguns dos motivos apresentados até
que são relevantes; outros, porém, são meras desculpas. Mas, no fundo nós
sabemos que “... nada pode nos separar do amor de Deus“; em outras
palavras, nada é suficientemente forte para afastar da casa de Deus um
verdadeiro filho de Deus.
Este fenômeno, no
entanto, não é novo. Se considerarmos que a igreja cristã nasceu na manhã da
Páscoa, no dia da ressurreição de Jesus, então, à tarde daquele mesmo dia ela
já tinha dois “desviados”. Leia
atentamente o relato bíblico:
“Naquele
mesmo dia, dois deles estavam de caminho para uma aldeia chamada Emaús,
distante de Jerusalém sessenta estádios (+ ou - 12 km). E iam conversando a respeito de todas as coisas
sucedidas. Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se
aproximou e ia com eles. Os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o
reconhecer. Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de que
ide tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos. Um, porém,
chamado Cleopas, respondeu, dizendo: És o único, porventura, que, tendo estado
em Jerusalém, ignora as ocorrências destes últimos dias? Ele lhes perguntou:
Quais? E explicaram: O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão
profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo, e como
os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser
condenado à morte e o crucificaram. Ora, nós esperávamos que fosse ele quem
havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia
desde que tais coisas sucederam. É verdade também que algumas mulheres, das que
conosco estavam, nos surpreenderam, tendo ido de madrugada ao túmulo; e, não
achando o corpo de Jesus, voltaram dizendo terem tido uma visão de anjos, os
quais afirmam que ele vive. De fato, alguns dos nossos foram ao sepulcro e
verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram. Então,
lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os
profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse
na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas,
expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras. Quando se
aproximavam da aldeia para onde iam, fez ele menção de passar adiante. Mas eles
o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina. E
entrou para ficar com eles. E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele
o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; então, se lhes abriram os
olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles. E disseram um
ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos
falava, quando nos expunha as Escrituras? E, na mesma hora, levantando-se,
voltaram para Jerusalém, onde acharam reunidos os onze e outros com eles, os
quais diziam: O Senhor ressuscitou e já apareceu a Simão! Então, os dois
contaram o que lhes acontecera no caminho e como fora por eles reconhecido no
partir do pão”. Lucas 24.13-35
Aos que abandonaram suas
igrejas ou estão pensando em fazê-lo, quero dizer-lhes as mesmas palavras de
Jesus àqueles dois discípulos a caminho de Emaús: Vocês são LOUCOS E DUROS DE
CORAÇÃO! Sei que estas palavras são pesadas, mas é exatamente isto que
significa a frase de Jesus: “Néscios e
tardos de coração para crer...”.
LOUCOS E DUROS DE CORAÇÃO!
Porque Jesus foi tão severo
com eles? Porque seus motivos para abandonar a igreja eram banais e fruto de
seus corações endurecidos.
Inacreditavelmente,
estes mesmos motivos podem ser encontrados nas conversas com os “desviados”.
As palavras de Cleopas e
de seu companheiro de viagem revelam-nos toda a verdade de seus corações. Vamos
analisar o texto? Vemos ver quais motivos levaram estes dois a fazer tal
loucura?
1o
Motivo: Dar ouvidos à conversa fiada – vs.
13-14
Para que alguém se converta e
una-se a uma igreja evangélica, muitas pessoas, de muitas igrejas diferentes,
colaboram para isso: Um lhe fala de Jesus pela primeira vez, outro lhe entrega
alguma literatura, alguém ora por ele e com ele, outro o socorre numa hora de
aflição, alguém o convida, outro o traz ao templo, e assim por diante.
No entanto, quando alguém
chega a se afastar do Caminho, geralmente é pelas mãos de uma única pessoa.
Muitas vezes pelas mãos de alguém que ele conheceu na própria igreja e que se
fez seu amigo. Alguém que conversa muito ele, mas, ao invés de o encorajar,
como recomendam as Escrituras, leva-o a se desviar.
Repare no texto bíblico:
“Naquele mesmo dia, dois deles estavam de caminho
para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. E iam
conversando a respeito de todas as coisas sucedidas”.
O que havia em Emaús? Nada!
Emaús era uma aldeia tão pequena e inexpressiva, em termos históricos, que só
sabemos que ela existiu por causa deste relato bíblico; mas, mesmo que Emaús
fosse uma grande cidade, o quê poderia haver lá que fosse mais importante que a
notícia da ressurreição? Nada! Absolutamente, nada!
A verdade é que,
enquanto a igreja estava reunida lá em Jerusalém, tentando assimilar os últimos
acontecimentos e esclarecer o sumiço do corpo de Jesus, estes dois discípulos
estavam voltando para sua antiga vidinha, lá em Emaús. Abandonaram a igreja.
Porque? Por vários
motivos e um deles foi por causa de conversa fiada, pois, como o texto bíblico
relata, eles “... iam conversando”
pelo caminho.
O texto bíblico não diz quem
desviou quem, mas, como a repreensão de Jesus foi muito severa e somente o nome
de um deles é citado, não corremos muito risco em afirmar que Cleopas era o
conversador e, o outro, aquele que lhe deu ouvidos.
Ter amigos na igreja é muito
saudável e recomendável, mas, cuide-se, há muitos “Cleopas” em nosso meio;
pessoas mal resolvidas em sua fé em Nosso Senhor Jesus, pessoas que querem sair
da igreja, mas, como seus motivos são meras desculpas, precisam de alguém que
lhe dê ouvidos, alguém que concorde com ele e, de preferência, que saia da
igreja junto com ele, para que ele se senta menos mal e culpado.
2o
Motivo: Cegueira espiritual – vs. 15-16
O texto fala
de uma espécie de “cegueira espiritual”. Repare.
“Aconteceu que, enquanto
conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles. Os seus
olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer”.
Eles estavam
tão compenetrados em si mesmos, tão envolvidos em suas próprias desculpas e
justificativas, tão convictos em sua discussão, que nem puderam notar que era o
Cristo ressurreto que caminhava com eles.
Imaginem o ridículo da
situação. Iremos ver, logo adiante, que eles não aceitaram a notícia da
ressurreição. Provavelmente estavam dizendo: Esta coisa de ressurreição é coisa de louco! É histerismo coletivo!
E, ali ao seu lado, estava aquele de quem eles estavam falando.
Observe outra coisa
muito interessante: eles (que estavam cegos) julgaram-se mais informados que o
próprio Cristo: “És
o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignora as ocorrências
destes últimos dias?”.
As pessoas que abandonam o
Caminho encontram-se em condições espirituais semelhantes, isto é, cegos. Estão
tão preocupadas consigo mesmos que, literalmente, se tornam incapazes de
perceber a realidade. Pior que isso, além de estarem cegas, acreditam que são
as únicas que enxergam. Enchem o peito de razão, mas, fazem papel de ridículos
ao discutirem temas sobre os quais não tem o menor conhecimento e ao classificarem
como fanáticos ou histéricos os que ficaram firmes em suas igrejas.
3o
Motivo: Tristeza – vs. 17
“Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa
e de que ide tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos”.
Porque eles estavam tristes?
Pela morte de Jesus, é claro!
Mas, também, pela
injustiça praticada pelas autoridades (Como puderam colocar Jesus e Barrabás
lado a lado?).
Pela ingratidão do povo
de Israel (Como puderam escolher Barrabás?).
E, pelos problemas do
grupo de Jesus (Como é que Pedro, que era tão valente, não morreu de
vergonha por negar o Mestre três vezes? E quanto aos demais, não se acovardaram
também, deixando o Cristo padecer sozinho? E as mulheres, então, que na hora da
crucificação até que foram valentes, mas, agora, vêm com esta história de que
viram e conversaram com anjos, parecendo loucas, alucinadas?).
Estavam tristes por
muitos motivos. Por isso não puderam suportar a pressão. A Bíblia diz que “... a alegria do
Senhor é a nossa força”. Crente triste é crente fraco! E, quando
estamos fracos, temos a tendência de nos isolarmos, de fugir, de virar a mesa,
de abandonar a carreira da fé.
Cuide-se, meu irmão. Não se
entristeça! Nem com as autoridades, nem com a ingratidão do povo e, muito menos
ainda, com sua igreja, pois todas as igrejas do mundo são iguais: são formadas
por seres humanos fracos e frágeis; valentes numa hora, covardes noutra;
maravilhosos num instante, desprezíveis noutro; inspiradores em certas
atitudes, desastrosos em outras.
É verdade que nenhuma igreja
pode viver em pecado alegando que “...
toda igreja tem problemas, que nenhuma é perfeita” e não fazer nada para
mudar esta situação. Se uma igreja admite isso (e a maioria admite) é porque
está reconhecendo que tem problemas. Logo, tem a obrigação de dar uma parada e
fazer um conserto com Deus, senão, certamente é falsa e hipócrita.
Por outro lado, no entanto,
nenhum crente tem o direito de ficar triste por causa dos problemas de sua
igreja, a ponto de abandoná-la. Deve, sim, orar, jejuar e promover a santidade
do seu grupo, com paciência e amor. Muito amor! Se, depois de agir assim, sua
igreja insistir em permanecer no pecado, então chegou a hora de pedir a Deus
licença para sair em busca de um outro lugar para adorar. Porém, jamais ficar
sem igreja.
4o
Motivo: Saudosismo – vs. 19
“És o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém,
ignora as ocorrências destes últimos dias? Ele lhes perguntou: Quais? E
explicaram: O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão profeta,
poderoso em obras e palavras”.
Jesus falou diversas
vezes que iria voltar para o Pai e que seus discípulos iriam fazer obras
maiores do que as que ele fez, mas, mesmo assim estes dois abandonaram a
Igreja, pois aquele “... que era varão profeta, poderoso em obras e
palavras...” havia morrido. Jesus já era. Estava morto. Suas obras
pertenciam ao passado.
O dicionário define
saudosismo como culto ao passado. Este é um dos principais motivos pelos
quais muitas abandonam suas igrejas: Eles vivem do passado. Ah! No tempo
daquele outro pastor, sim, a gente via o poder de Deus. Ah! Antigamente a
Igreja orava mais, buscava mais a presença de Deus. Ah! No tempo dos apóstolos
é que havia poder. Ah! No tempo de Jesus... E, assim vão caminhando e se
distanciando, sem entender que o poder de Deus está à disposição de todo aquele
que se santifica e que Deus se manifesta hoje em dia no meio do seu povo com a
mesma graça e misericórdia de outrora.
É interessante observar
que foi exatamente no momento do maior dos milagres de todos os tempos, a
ressurreição, que este dois pensavam que o poder de Deus havia cessado.
Meu irmão, você acha que
sua Igreja anda sem poder? Cuidado! Pode ser que você esteja virando as costas
e esteja perdendo de ver as maravilhas de Deus. Mas, se for mesmo verdade que
sua igreja anda assim, meio sem poder, não a abandone nesta hora difícil. Seja
você aquele que vai iniciar um incêndio espiritual ali. Dedique-se ao estudo da
Palavra de Deus, à oração e ao jejum, às boas obras e ao amor fraternal. Pague
o preço. Não use isto como desculpa, pois, pode ser que quem está frio e sem
poder seja você mesmo.
5o
Motivo: Perda da esperança – vs. 20-21
“Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir
a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que
tais coisas sucederam”.
Naquela época os
defuntos eram colocados em cavernas e não enterrados, como fazemos hoje em dia,
e a morte era oficialmente confirmada somente após três dias do sepultamento.
Tudo isso para evitar que alguém fosse enterrado vivo, pois não tinham como
diagnosticar os casos de morte aparente. Mas, depois de três dias, a morte era
decretada e acabava-se qualquer raio de esperança dos amigos e parentes.
Cleopas e seu amigo
haviam depositado todas as suas esperanças em Jesus, mas ele morreu. E, após
três dias do seu sepultamento, suas esperanças se foram.
Muitas pessoas abandonam
suas igrejas porque perderem a esperança. Toda igreja passa por crises e nestas
épocas, ao invés de procurar levantar o moral dos membros, muitos se apresentam
como profetas, “Profetas-Só-De-Coisas-Ruins”, sempre anunciando que “há uma
nuvem escura sobre a Igreja”, que Deus “está pesando a mão”, que "há
pecado na igreja", etc, etc e tal.
Desconhecem a história
da Igreja Cristã, que já passou por verdadeiras crises e superou cada uma
delas, pois “Maior é o que está em nós, que
aquele que está no mundo”. Esquecem que “...
em Cristo, somos mais que vencedores”.
As coisas andam feias em
sua Igreja? Arregace as mangas e ajude aqueles poucos que ainda estão lutando.
Se você parar de reclamar, já está ajudando. Mas, se resolver colocar a mão na
massa, a coisa vai!
Mesmo que sua Igreja já
tenha morrido, Deus a pode ressuscitar, pois, no dicionário de Deus não consta
a palavra IMPOSSÍVEL.
A esperança é a última
que morre, mas, quando morre, mata o homem.
Cuide-se para não perder
a esperança! Olhe sua Igreja com olhos espirituais; procure ver o que ela será,
pela graça de Deus e não sua situação atual.
6o
Motivo: Decepção – vs. 21
“Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de
redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde
que tais coisas sucederam”.
Quantas vezes Jesus
afirmou que seu reino não é deste mundo? Ele deixou claro que não veio para
formar um exército, para ser o governador ou o rei de uma nação, para criar uma
dinastia ou qualquer destas coisas que os poderosos tanto apreciam. Apesar
disto, os apóstolos pensavam que Jesus iria ser coroado e enfrentar os romanos
e “redimir” (libertar) Israel.
Havia, é claro, um
interesse pessoal em cada um deles, para acreditar nisso. Como amigos íntimos
do Mestre, certamente eles seriam nomeados generais, ministros, secretários. Imagine,
um grupo de pescadores analfabetos nomeados para os altos escalões do novo
governo, o governo de Jesus. Fantástico, não é mesmo?
Mas, eles estavam
confusos. Jesus nunca disse isso, nunca lhes deu qualquer esperança neste
sentido.
Ora, a Bíblia diz que
quem crê em Jesus jamais será confundido. O quê aconteceu com os apóstolos,
para ficaram tão confusos?
Eles deixaram de ouvir
as palavras de Jesus e passaram a acreditar em suas próprias ambições e
devaneios.
Muitas pessoas abandonam
suas Igrejas quando se decepcionam com alguma coisa. Mas, como chegam a este
ponto?
Quando deixam de ouvir
as verdades de Deus para ouvir seus próprios corações. Quando enganam a si
mesmos, afirmando e acreditando que Deus lhes prometeu alguma coisa, quando, no
fundo, eles estão apenas tentando satisfazer suas ambições pessoais.
A Bíblia diz que só há
um mediador entre Deus e os homens, Jesus. Porém, infelizmente, muitos se
decepcionam porque deixam de procurar em Jesus as respostas para suas vidas e
vão atrás de certos “homens e mulheres de Deus”, mendigando oração e em
busca de “revelação”. Passam a
dar ouvidos aos profetas e profetizas de plantão. Passam a dar mais valor a
sonhos, visões e sinais, que à presença de Deus e seus ensinos.
Outros evangélicos
organizam suas vidas função de suas Igrejas e de seus líderes, de tal forma que
abandonam a família, os amigos, o estudo, o auto-desenvolvimento, o laser, etc.
Então, num belo dia, suas Igrejas e seus líderes traem sua confiança, e a
decepção vem à cavalo. Daí, não dá mais para segurar a barra. O único jeito de
enfrentar a realidade é... bem, é fugindo dela. Abandonando tudo.
Decepcionado? A culpa é
sua, se acreditou em suas próprias ambições e se organizou sua vida em função
de homens e Igrejas.
Jesus nunca decepcionou
alguém que tenha organizado sua vida em favor dele.
É hora de reconhecer os
erros, para não cair mais.
7o
Motivo: Falta de fé, descrença – vs. 22-25
“...
mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas
sucederam. É verdade também que algumas mulheres, das que conosco
estavam, nos surpreenderam, tendo ido de madrugada ao túmulo; e, não achando o
corpo de Jesus, voltaram dizendo terem tido uma visão de anjos, os quais
afirmam que ele vive. De fato, alguns dos nossos foram ao sepulcro e
verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram”.
Quase que dá para ouvir o tom
de desprezo deles em relação ao testemunho das mulheres, quando se referiram a
elas como "algumas mulheres".
Não eram apenas algumas
mulheres. Eram mulheres bem conhecidas do grupo. Mulheres respeitadas, que
tinham nome e sobrenome. Mulheres que apoiaram o ministério de Jesus todo o
tempo, não só financeiramente, mas, principalmente, com o serviço de suas próprias
vidas. Mas, nada disso tinha qualquer valor para Cleopas e seu companheiro.
Imediatamente, eles desqualificaram o testemunho delas, por serem apenas
mulheres.
Mas, sua descrença não
parou por aí. Descreram, também, do testemunho dos homens (De fato, alguns dos nossos foram ao sepulcro e
verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram).
À primeira vista parece que o testemunho dos homens os deixou propensos a crer,
mas, não! Se tivessem crido no testemunho daqueles verdadeiros servos de
Deus, JAMAIS TERIAM IDO EMBORA para Emaús.
Descreram da própria
ressurreição, apesar dela ter sido apregoada por Jesus.
Em resumo, descreram das
mulheres, dos homens e do poder de Deus. Não é à toa que a repreensão de Jesus
foi tão severa.
Um dos motivos que levam
as pessoas a abandonar suas igrejas é quando elas passam a agir de modo
semelhante.
É verdade que nas
igrejas têm muita gente exagerada, doidas para dar um “tremendo testemunho”,
tentando impressionar, para conquistar o respeito do grupo.
Por outro lado, no entanto, há
os casos verdadeiros. Testemunhos verídicos, comedidos, isentos de exageros.
Pessoas que, de fato, têm experimentando uma dose maior da graça de Deus.
Como diferenciar o falso do
verdadeiro? A Bíblia nos ensina a agir com prudência, sobriedade e
discernimento.
Alguém certa vez disse: Para
quem quer crer, nenhuma prova é preciso; para quem não quer crer, nenhuma prova
basta.
Seja crente, de verdade.
Seja sábio e prudente, mas crente. Jamais acredite em tudo; jamais duvide
de tudo.
O crente vive pela fé e
não por preconceitos.
Por ser que, neste ponto desta
mensagem, você já tenha compreendido porque abandonou sua ou porque está
pensando em fazê-lo. A pergunta que vem a seguir é natural: E agora, como
voltar? Como sentir de novo a mesma alegria que eu sentia no início?
Eu estaria mentindo, se lhe
dissesse que é fácil voltar ou recuperar a alegria do primeiro amor. Não é nada
fácil; mas não é impossível. Vou fazer uma lista dos eventos que motivaram
aqueles dois a voltar correndo para Jerusalém:
a) Jesus foi atrás
deles;
b) Jesus ouviu suas queixas;
c) Jesus falou aos seus corações:
“E, começando por Moisés, discorrendo por todos os
Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras”,
de tal modo que seus “corações ardiam”;
d) Eles convidaram Jesus a entrar em sua casa;
e) Jesus restaurou a comunhão (no partir do pão);
f) Jesus abriu seus olhos (tirou a cegueira espiritual);
g) Eles voltaram correndo para Jerusalém.
Note que, dos sete
eventos que os culminaram na volta deles, somente dois foram de iniciativa
humana; quanto aos demais, foram de iniciativa e Jesus.
Em outras palavras: Se
Deus não tiver misericórdia de sua vida, você jamais conseguirá voltar à sua
igreja ou jamais conseguirá voltar a sentir a mesma alegria do início.
Meu conselho é que você
dobre seu joelho e clame em alta voz:
Jesus, por favor,
venha me buscar!
E, quando algum irmão ou
pastor o procurar e lhe convidar para ir a um culto, vá! E, se o seu coração
começar a arder, ao ouvir a Palavra de Deus, convide Jesus a entrar em seu
coração e ficar com você nesta “noite fria” que se instalou em seu
espírito.
Aceite o perdão de Deus
(coma do pão que Jesus lhe der) e...
VOLTE PARA SUA IGREJA.
Se não for possível nem
recomendável voltar para sua igreja, peça a Deus para lhe mostrar seu novo
lugar de adoração.
Não seja LOUCO E DURO DE
CORAÇÃO!
Seja crente!
Crê somente!
A cada ano milhares de
brasileiros se convertem e ingressam numa igreja evangélica. Mas, também, a
cada ano, muitos abandonam suas igrejas, fazendo-as parecer um imenso corredor:
muitos entrando pela porta da frente; um bom tanto deles saindo pela porta dos
fundos.
Conversando com os “desviados” (é assim que nós os
chamamos), ouvimos diversas explicações. Alguns dos motivos apresentados até
que são relevantes; outros, porém, são meras desculpas. Mas, no fundo nós
sabemos que “... nada pode nos separar do amor de Deus“; em outras
palavras, nada é suficientemente forte para afastar da casa de Deus um
verdadeiro filho de Deus.
Este fenômeno, no
entanto, não é novo. Se considerarmos que a igreja cristã nasceu na manhã da
Páscoa, no dia da ressurreição de Jesus, então, à tarde daquele mesmo dia ela
já tinha dois “desviados”. Leia
atentamente o relato bíblico:
“Naquele
mesmo dia, dois deles estavam de caminho para uma aldeia chamada Emaús,
distante de Jerusalém sessenta estádios (+ ou - 12 km). E iam conversando a respeito de todas as coisas
sucedidas. Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se
aproximou e ia com eles. Os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o
reconhecer. Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de que
ide tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos. Um, porém,
chamado Cleopas, respondeu, dizendo: És o único, porventura, que, tendo estado
em Jerusalém, ignora as ocorrências destes últimos dias? Ele lhes perguntou:
Quais? E explicaram: O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão
profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo, e como
os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser
condenado à morte e o crucificaram. Ora, nós esperávamos que fosse ele quem
havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia
desde que tais coisas sucederam. É verdade também que algumas mulheres, das que
conosco estavam, nos surpreenderam, tendo ido de madrugada ao túmulo; e, não
achando o corpo de Jesus, voltaram dizendo terem tido uma visão de anjos, os
quais afirmam que ele vive. De fato, alguns dos nossos foram ao sepulcro e
verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram. Então,
lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os
profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse
na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas,
expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras. Quando se
aproximavam da aldeia para onde iam, fez ele menção de passar adiante. Mas eles
o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina. E
entrou para ficar com eles. E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele
o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; então, se lhes abriram os
olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles. E disseram um
ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos
falava, quando nos expunha as Escrituras? E, na mesma hora, levantando-se,
voltaram para Jerusalém, onde acharam reunidos os onze e outros com eles, os
quais diziam: O Senhor ressuscitou e já apareceu a Simão! Então, os dois
contaram o que lhes acontecera no caminho e como fora por eles reconhecido no
partir do pão”. Lucas 24.13-35
Aos que abandonaram suas
igrejas ou estão pensando em fazê-lo, quero dizer-lhes as mesmas palavras de
Jesus àqueles dois discípulos a caminho de Emaús: Vocês são LOUCOS E DUROS DE
CORAÇÃO! Sei que estas palavras são pesadas, mas é exatamente isto que
significa a frase de Jesus: “Néscios e
tardos de coração para crer...”.
LOUCOS E DUROS DE CORAÇÃO!
Porque Jesus foi tão severo
com eles? Porque seus motivos para abandonar a igreja eram banais e fruto de
seus corações endurecidos.
Inacreditavelmente,
estes mesmos motivos podem ser encontrados nas conversas com os “desviados”.
As palavras de Cleopas e
de seu companheiro de viagem revelam-nos toda a verdade de seus corações. Vamos
analisar o texto? Vemos ver quais motivos levaram estes dois a fazer tal
loucura?
1o
Motivo: Dar ouvidos à conversa fiada – vs.
13-14
Para que alguém se converta e
una-se a uma igreja evangélica, muitas pessoas, de muitas igrejas diferentes,
colaboram para isso: Um lhe fala de Jesus pela primeira vez, outro lhe entrega
alguma literatura, alguém ora por ele e com ele, outro o socorre numa hora de
aflição, alguém o convida, outro o traz ao templo, e assim por diante.
No entanto, quando alguém
chega a se afastar do Caminho, geralmente é pelas mãos de uma única pessoa.
Muitas vezes pelas mãos de alguém que ele conheceu na própria igreja e que se
fez seu amigo. Alguém que conversa muito ele, mas, ao invés de o encorajar,
como recomendam as Escrituras, leva-o a se desviar.
Repare no texto bíblico:
“Naquele mesmo dia, dois deles estavam de caminho
para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. E iam
conversando a respeito de todas as coisas sucedidas”.
O que havia em Emaús? Nada!
Emaús era uma aldeia tão pequena e inexpressiva, em termos históricos, que só
sabemos que ela existiu por causa deste relato bíblico; mas, mesmo que Emaús
fosse uma grande cidade, o quê poderia haver lá que fosse mais importante que a
notícia da ressurreição? Nada! Absolutamente, nada!
A verdade é que,
enquanto a igreja estava reunida lá em Jerusalém, tentando assimilar os últimos
acontecimentos e esclarecer o sumiço do corpo de Jesus, estes dois discípulos
estavam voltando para sua antiga vidinha, lá em Emaús. Abandonaram a igreja.
Porque? Por vários
motivos e um deles foi por causa de conversa fiada, pois, como o texto bíblico
relata, eles “... iam conversando”
pelo caminho.
O texto bíblico não diz quem
desviou quem, mas, como a repreensão de Jesus foi muito severa e somente o nome
de um deles é citado, não corremos muito risco em afirmar que Cleopas era o
conversador e, o outro, aquele que lhe deu ouvidos.
Ter amigos na igreja é muito
saudável e recomendável, mas, cuide-se, há muitos “Cleopas” em nosso meio;
pessoas mal resolvidas em sua fé em Nosso Senhor Jesus, pessoas que querem sair
da igreja, mas, como seus motivos são meras desculpas, precisam de alguém que
lhe dê ouvidos, alguém que concorde com ele e, de preferência, que saia da
igreja junto com ele, para que ele se senta menos mal e culpado.
2o
Motivo: Cegueira espiritual – vs. 15-16
O texto fala
de uma espécie de “cegueira espiritual”. Repare.
“Aconteceu que, enquanto
conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles. Os seus
olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer”.
Eles estavam
tão compenetrados em si mesmos, tão envolvidos em suas próprias desculpas e
justificativas, tão convictos em sua discussão, que nem puderam notar que era o
Cristo ressurreto que caminhava com eles.
Imaginem o ridículo da
situação. Iremos ver, logo adiante, que eles não aceitaram a notícia da
ressurreição. Provavelmente estavam dizendo: Esta coisa de ressurreição é coisa de louco! É histerismo coletivo!
E, ali ao seu lado, estava aquele de quem eles estavam falando.
Observe outra coisa
muito interessante: eles (que estavam cegos) julgaram-se mais informados que o
próprio Cristo: “És
o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignora as ocorrências
destes últimos dias?”.
As pessoas que abandonam o
Caminho encontram-se em condições espirituais semelhantes, isto é, cegos. Estão
tão preocupadas consigo mesmos que, literalmente, se tornam incapazes de
perceber a realidade. Pior que isso, além de estarem cegas, acreditam que são
as únicas que enxergam. Enchem o peito de razão, mas, fazem papel de ridículos
ao discutirem temas sobre os quais não tem o menor conhecimento e ao classificarem
como fanáticos ou histéricos os que ficaram firmes em suas igrejas.
3o
Motivo: Tristeza – vs. 17
“Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa
e de que ide tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos”.
Porque eles estavam tristes?
Pela morte de Jesus, é claro!
Mas, também, pela
injustiça praticada pelas autoridades (Como puderam colocar Jesus e Barrabás
lado a lado?).
Pela ingratidão do povo
de Israel (Como puderam escolher Barrabás?).
E, pelos problemas do
grupo de Jesus (Como é que Pedro, que era tão valente, não morreu de
vergonha por negar o Mestre três vezes? E quanto aos demais, não se acovardaram
também, deixando o Cristo padecer sozinho? E as mulheres, então, que na hora da
crucificação até que foram valentes, mas, agora, vêm com esta história de que
viram e conversaram com anjos, parecendo loucas, alucinadas?).
Estavam tristes por
muitos motivos. Por isso não puderam suportar a pressão. A Bíblia diz que “... a alegria do
Senhor é a nossa força”. Crente triste é crente fraco! E, quando
estamos fracos, temos a tendência de nos isolarmos, de fugir, de virar a mesa,
de abandonar a carreira da fé.
Cuide-se, meu irmão. Não se
entristeça! Nem com as autoridades, nem com a ingratidão do povo e, muito menos
ainda, com sua igreja, pois todas as igrejas do mundo são iguais: são formadas
por seres humanos fracos e frágeis; valentes numa hora, covardes noutra;
maravilhosos num instante, desprezíveis noutro; inspiradores em certas
atitudes, desastrosos em outras.
É verdade que nenhuma igreja
pode viver em pecado alegando que “...
toda igreja tem problemas, que nenhuma é perfeita” e não fazer nada para
mudar esta situação. Se uma igreja admite isso (e a maioria admite) é porque
está reconhecendo que tem problemas. Logo, tem a obrigação de dar uma parada e
fazer um conserto com Deus, senão, certamente é falsa e hipócrita.
Por outro lado, no entanto,
nenhum crente tem o direito de ficar triste por causa dos problemas de sua
igreja, a ponto de abandoná-la. Deve, sim, orar, jejuar e promover a santidade
do seu grupo, com paciência e amor. Muito amor! Se, depois de agir assim, sua
igreja insistir em permanecer no pecado, então chegou a hora de pedir a Deus
licença para sair em busca de um outro lugar para adorar. Porém, jamais ficar
sem igreja.
4o
Motivo: Saudosismo – vs. 19
“És o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém,
ignora as ocorrências destes últimos dias? Ele lhes perguntou: Quais? E
explicaram: O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que era varão profeta,
poderoso em obras e palavras”.
Jesus falou diversas
vezes que iria voltar para o Pai e que seus discípulos iriam fazer obras
maiores do que as que ele fez, mas, mesmo assim estes dois abandonaram a
Igreja, pois aquele “... que era varão profeta, poderoso em obras e
palavras...” havia morrido. Jesus já era. Estava morto. Suas obras
pertenciam ao passado.
O dicionário define
saudosismo como culto ao passado. Este é um dos principais motivos pelos
quais muitas abandonam suas igrejas: Eles vivem do passado. Ah! No tempo
daquele outro pastor, sim, a gente via o poder de Deus. Ah! Antigamente a
Igreja orava mais, buscava mais a presença de Deus. Ah! No tempo dos apóstolos
é que havia poder. Ah! No tempo de Jesus... E, assim vão caminhando e se
distanciando, sem entender que o poder de Deus está à disposição de todo aquele
que se santifica e que Deus se manifesta hoje em dia no meio do seu povo com a
mesma graça e misericórdia de outrora.
É interessante observar
que foi exatamente no momento do maior dos milagres de todos os tempos, a
ressurreição, que este dois pensavam que o poder de Deus havia cessado.
Meu irmão, você acha que
sua Igreja anda sem poder? Cuidado! Pode ser que você esteja virando as costas
e esteja perdendo de ver as maravilhas de Deus. Mas, se for mesmo verdade que
sua igreja anda assim, meio sem poder, não a abandone nesta hora difícil. Seja
você aquele que vai iniciar um incêndio espiritual ali. Dedique-se ao estudo da
Palavra de Deus, à oração e ao jejum, às boas obras e ao amor fraternal. Pague
o preço. Não use isto como desculpa, pois, pode ser que quem está frio e sem
poder seja você mesmo.
5o
Motivo: Perda da esperança – vs. 20-21
“Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir
a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que
tais coisas sucederam”.
Naquela época os
defuntos eram colocados em cavernas e não enterrados, como fazemos hoje em dia,
e a morte era oficialmente confirmada somente após três dias do sepultamento.
Tudo isso para evitar que alguém fosse enterrado vivo, pois não tinham como
diagnosticar os casos de morte aparente. Mas, depois de três dias, a morte era
decretada e acabava-se qualquer raio de esperança dos amigos e parentes.
Cleopas e seu amigo
haviam depositado todas as suas esperanças em Jesus, mas ele morreu. E, após
três dias do seu sepultamento, suas esperanças se foram.
Muitas pessoas abandonam
suas igrejas porque perderem a esperança. Toda igreja passa por crises e nestas
épocas, ao invés de procurar levantar o moral dos membros, muitos se apresentam
como profetas, “Profetas-Só-De-Coisas-Ruins”, sempre anunciando que “há uma
nuvem escura sobre a Igreja”, que Deus “está pesando a mão”, que "há
pecado na igreja", etc, etc e tal.
Desconhecem a história
da Igreja Cristã, que já passou por verdadeiras crises e superou cada uma
delas, pois “Maior é o que está em nós, que
aquele que está no mundo”. Esquecem que “...
em Cristo, somos mais que vencedores”.
As coisas andam feias em
sua Igreja? Arregace as mangas e ajude aqueles poucos que ainda estão lutando.
Se você parar de reclamar, já está ajudando. Mas, se resolver colocar a mão na
massa, a coisa vai!
Mesmo que sua Igreja já
tenha morrido, Deus a pode ressuscitar, pois, no dicionário de Deus não consta
a palavra IMPOSSÍVEL.
A esperança é a última
que morre, mas, quando morre, mata o homem.
Cuide-se para não perder
a esperança! Olhe sua Igreja com olhos espirituais; procure ver o que ela será,
pela graça de Deus e não sua situação atual.
6o
Motivo: Decepção – vs. 21
“Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de
redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde
que tais coisas sucederam”.
Quantas vezes Jesus
afirmou que seu reino não é deste mundo? Ele deixou claro que não veio para
formar um exército, para ser o governador ou o rei de uma nação, para criar uma
dinastia ou qualquer destas coisas que os poderosos tanto apreciam. Apesar
disto, os apóstolos pensavam que Jesus iria ser coroado e enfrentar os romanos
e “redimir” (libertar) Israel.
Havia, é claro, um
interesse pessoal em cada um deles, para acreditar nisso. Como amigos íntimos
do Mestre, certamente eles seriam nomeados generais, ministros, secretários. Imagine,
um grupo de pescadores analfabetos nomeados para os altos escalões do novo
governo, o governo de Jesus. Fantástico, não é mesmo?
Mas, eles estavam
confusos. Jesus nunca disse isso, nunca lhes deu qualquer esperança neste
sentido.
Ora, a Bíblia diz que
quem crê em Jesus jamais será confundido. O quê aconteceu com os apóstolos,
para ficaram tão confusos?
Eles deixaram de ouvir
as palavras de Jesus e passaram a acreditar em suas próprias ambições e
devaneios.
Muitas pessoas abandonam
suas Igrejas quando se decepcionam com alguma coisa. Mas, como chegam a este
ponto?
Quando deixam de ouvir
as verdades de Deus para ouvir seus próprios corações. Quando enganam a si
mesmos, afirmando e acreditando que Deus lhes prometeu alguma coisa, quando, no
fundo, eles estão apenas tentando satisfazer suas ambições pessoais.
A Bíblia diz que só há
um mediador entre Deus e os homens, Jesus. Porém, infelizmente, muitos se
decepcionam porque deixam de procurar em Jesus as respostas para suas vidas e
vão atrás de certos “homens e mulheres de Deus”, mendigando oração e em
busca de “revelação”. Passam a
dar ouvidos aos profetas e profetizas de plantão. Passam a dar mais valor a
sonhos, visões e sinais, que à presença de Deus e seus ensinos.
Outros evangélicos
organizam suas vidas função de suas Igrejas e de seus líderes, de tal forma que
abandonam a família, os amigos, o estudo, o auto-desenvolvimento, o laser, etc.
Então, num belo dia, suas Igrejas e seus líderes traem sua confiança, e a
decepção vem à cavalo. Daí, não dá mais para segurar a barra. O único jeito de
enfrentar a realidade é... bem, é fugindo dela. Abandonando tudo.
Decepcionado? A culpa é
sua, se acreditou em suas próprias ambições e se organizou sua vida em função
de homens e Igrejas.
Jesus nunca decepcionou
alguém que tenha organizado sua vida em favor dele.
É hora de reconhecer os
erros, para não cair mais.
7o
Motivo: Falta de fé, descrença – vs. 22-25
“...
mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas
sucederam. É verdade também que algumas mulheres, das que conosco
estavam, nos surpreenderam, tendo ido de madrugada ao túmulo; e, não achando o
corpo de Jesus, voltaram dizendo terem tido uma visão de anjos, os quais
afirmam que ele vive. De fato, alguns dos nossos foram ao sepulcro e
verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram”.
Quase que dá para ouvir o tom
de desprezo deles em relação ao testemunho das mulheres, quando se referiram a
elas como "algumas mulheres".
Não eram apenas algumas
mulheres. Eram mulheres bem conhecidas do grupo. Mulheres respeitadas, que
tinham nome e sobrenome. Mulheres que apoiaram o ministério de Jesus todo o
tempo, não só financeiramente, mas, principalmente, com o serviço de suas próprias
vidas. Mas, nada disso tinha qualquer valor para Cleopas e seu companheiro.
Imediatamente, eles desqualificaram o testemunho delas, por serem apenas
mulheres.
Mas, sua descrença não
parou por aí. Descreram, também, do testemunho dos homens (De fato, alguns dos nossos foram ao sepulcro e
verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram).
À primeira vista parece que o testemunho dos homens os deixou propensos a crer,
mas, não! Se tivessem crido no testemunho daqueles verdadeiros servos de
Deus, JAMAIS TERIAM IDO EMBORA para Emaús.
Descreram da própria
ressurreição, apesar dela ter sido apregoada por Jesus.
Em resumo, descreram das
mulheres, dos homens e do poder de Deus. Não é à toa que a repreensão de Jesus
foi tão severa.
Um dos motivos que levam
as pessoas a abandonar suas igrejas é quando elas passam a agir de modo
semelhante.
É verdade que nas
igrejas têm muita gente exagerada, doidas para dar um “tremendo testemunho”,
tentando impressionar, para conquistar o respeito do grupo.
Por outro lado, no entanto, há
os casos verdadeiros. Testemunhos verídicos, comedidos, isentos de exageros.
Pessoas que, de fato, têm experimentando uma dose maior da graça de Deus.
Como diferenciar o falso do
verdadeiro? A Bíblia nos ensina a agir com prudência, sobriedade e
discernimento.
Alguém certa vez disse: Para
quem quer crer, nenhuma prova é preciso; para quem não quer crer, nenhuma prova
basta.
Seja crente, de verdade.
Seja sábio e prudente, mas crente. Jamais acredite em tudo; jamais duvide
de tudo.
O crente vive pela fé e
não por preconceitos.
Por ser que, neste ponto desta
mensagem, você já tenha compreendido porque abandonou sua ou porque está
pensando em fazê-lo. A pergunta que vem a seguir é natural: E agora, como
voltar? Como sentir de novo a mesma alegria que eu sentia no início?
Eu estaria mentindo, se lhe
dissesse que é fácil voltar ou recuperar a alegria do primeiro amor. Não é nada
fácil; mas não é impossível. Vou fazer uma lista dos eventos que motivaram
aqueles dois a voltar correndo para Jerusalém:
a) Jesus foi atrás
deles;
b) Jesus ouviu suas queixas;
c) Jesus falou aos seus corações:
“E, começando por Moisés, discorrendo por todos os
Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras”,
de tal modo que seus “corações ardiam”;
d) Eles convidaram Jesus a entrar em sua casa;
e) Jesus restaurou a comunhão (no partir do pão);
f) Jesus abriu seus olhos (tirou a cegueira espiritual);
g) Eles voltaram correndo para Jerusalém.
Note que, dos sete
eventos que os culminaram na volta deles, somente dois foram de iniciativa
humana; quanto aos demais, foram de iniciativa e Jesus.
Em outras palavras: Se
Deus não tiver misericórdia de sua vida, você jamais conseguirá voltar à sua
igreja ou jamais conseguirá voltar a sentir a mesma alegria do início.
Meu conselho é que você
dobre seu joelho e clame em alta voz:
Jesus, por favor,
venha me buscar!
E, quando algum irmão ou
pastor o procurar e lhe convidar para ir a um culto, vá! E, se o seu coração
começar a arder, ao ouvir a Palavra de Deus, convide Jesus a entrar em seu
coração e ficar com você nesta “noite fria” que se instalou em seu
espírito.
Aceite o perdão de Deus
(coma do pão que Jesus lhe der) e...
VOLTE PARA SUA IGREJA.
Se não for possível nem
recomendável voltar para sua igreja, peça a Deus para lhe mostrar seu novo
lugar de adoração.
Não seja LOUCO E DURO DE
CORAÇÃO!
Seja crente!
Crê somente!