Que bom ver voce por aqui! Deus o abençoe.

"O Senhor teu Deus esta no meio de ti,"

Que conforto maravilhoso saber que Deus esta em nosso meio.
Foi o que Cristo ensinou ao seus discipulos na narrativa de Mateus 8. 23 - 27.
Se os discipulos realmente vivessem a fé, não se intimidariam com a tempestade
que surrava o barco; a presença de Cristo, mesmo dormindo seria o bastante para
encorajar os corações daqueles homens.


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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Geografia Bíblica

Introdução ao Evangelismo Pessoal

Evangelismo é evangelizar, isto é, espalhar as boas-novas da salvação em Cristo.
O evangelismo pessoal foi o meio básico empre­gado por Jesus e seus apóstolos no princípio, e tem sido um dos mais eficientes meios usados pelos crentes há quase 2000 anos para salvação dos peca­dores. Todo o tipo de evangelização é válido, mas nenhum dispensa o apoio, a cooperação do evange­lismo pessoal. Vemos, assim, a necessidade de co­nhecer esta matéria para nos aperfeiçoarmos na arte de ganhar almas para o Senhor, pois, a verda­de é que todos nós, de uma maneira ou de outra, so­mos o resultado da obra de evangelismo pessoal.
A minha experiência cristã ilustra esta verdade. Na longínqua Suécia, a minha mãe, quando jovem, assistia a cultos realizados pelos batistas numa casa particular, entre ferreiros, que fabricavam foices. Um dos ferreiros chamava-se Per Tiger e era crente fervoroso. Ele notou o interesse que aquela jovem demonstrava pelas coisas de Deus. Começou então a testificar de Jesus a ela e a explicar-lhe como a pessoa pode nascer de novo e ter uma expe­riência viva com Cristo. Ela, tendo nascido em lar luterano, necessitava desses esclarecimentos. Per Tiger continuou com seu amparo espiritual até a jo­vem nascer de novo. Anos depois, quando ela já era minha mãe, repetia comigo a mesma tática que Per Tiger usara com ela. Assim foi o evangelismo pes­soal o fator decisivo tanto na experiência de salva­ção de minha mãe, como também na minha.
O autor, Pr. Antônio Gilberto da Silva, reuniu neste livro todos os pontos-chaves da matéria. A pessoa que, em oração, aplicar-se ao estudo desta obra, muito lucrará espiritualmente pelos conheci­mentos que adquirir. E, como é natural, esses co­nhecimentos resultarão em numerosas almas ga­nhas para Jesus.
Para mim é motivo de muita alegria ver o pre­sente livro vir a lume, para servir aos alunos dos di­versos Institutos Bíblicos, e a todos que amam a obra do Senhor Jesus.
Que Deus use este trabalho para despertamento de muitos jovens vocacionados, para bem servirem na seara do Senhor.

Pr. N.Lawrence Olson


1.  DEFINIÇÃO" DE EVANGELISMO PESSOAL
Evangelismo Pessoal é a obra de falar de Cristo aos perdidos individualmente: é levá-los a Cristo, o Salvador (Jo 1.41,42; At 8.30).

2.  A IMPORTÂNCIA DO EVANGELISMO PES­SOAL
A importância vê-se no fato de que a evangelização dos pecadores foi o último assunto de Jesus aos seus discípulos antes de ascender ao céu. Nessa ocasião, Ele ordenou à Igreja o encargo da evangelização do mundo (Mc 16.15,19; At 1.8,9).

3.  O ALVO DO EVANGELISMO PESSOAL
O alvo é tríplice: salvar os perdidos, restaurar os desviados e edificar os crentes. O irmão já experimentou o gozo que há em ganhar uma alma para Jesus? É uma bênção e uma experiência inesquecí­veis... Há um gozo inexplicável em vermos alguém no caminho para o céu, ou já na glória, por nosso in­termédio... Ganhar almas foi a suprema tarefa do Senhor Jesus aqui na terra (Lc 19.10; 1 Tm 1.15). Paulo, o grande homem de Deus, do Novo Testa­mento, tinha o mesmo alvo e visão (1 Co 9.20). Uma grande parte dos crentes pensa que a obra de ganhar almas para Jesus está afeta exclusivamente aos pregadores, pastores e obreiros em geral. Con­tentam-se em, comodamente sentados, ouvir os sermões, culto após culto, enquanto os campos es­tão brancos para a ceifa, como disse o Senhor da seara em João 4.35. O "ide" de Jesus para irmos aos Derdidos (Mc 16.15), não é dirigido a um grupo es­pecial de salvos, mas a todos, indistintamente, co­mo bem revela o texto citado. Portanto, a evangelização dos pecadores pertence a todos os salvos. Cada crente pode e deve ser um ganhador de almas. Nada o pode impedir, irmão, de ganhar almas para Jesus, se propuser isso agora em seu coração. A cha­mada especial de Deus para o ministério está reser­vada a determinados crentes, mas a chamada geral para ganhar almas é feita a todos os crentes.
O evangelismo pessoal, como já vimos acima, vai além do pecador perdido: ele alcança também o desviado e o crente necessitado de conforto, dire­ção, ânimo, auxílio e vitória. Ele reaviva a fé e a es­perança nas promessas das Santas Escrituras.

4. VANTAGENS DO EVANGELISMO PESSOAL
Aqui estão algumas:
4.1. Adapta-se às condições espirituais de qual­quer pessoa
O que o sermão não consegue fazer no auditório, na evangelização coletiva, o evangelismo pessoal o faz. Na evangelização em massa, a pregação não satisfaz a todos, porque cada um tem problemas es­pirituais diferentes. No evangelismo pessoal, a mensagem é direta, incisiva. Muitas vezes, a prega­ção apenas inicia a evangelização, que será comple­mentada com o contato pessoal do ganhador de al­mas.
3.2.  Promove o crescimento da igreja
A igreja dos dias primitivos cresceu muito de­pressa porque os crentes, cheios do Espírito Santo, evangelizavam sem parar (At 5.42; 8.4). O resulta­do foi o maravilhoso crescimento registrado no livro de Atos dos Apóstolos. Hoje, também, a igreja que tiver um número regular de ganhadores de almas, seu crescimento será notório. A semeadura da Pala­vra de Deus promove o crescimento e a edificação da igreja. (Ver At 2.41,47; 4.4; 5.14; 9.31, e princi­palmente em 21.20.) A maior e melhor maneira de ajudar o pastor no crescimento do rebanho de Deus é ganhar almas individualmente. O irmão tem feito assim? Está fazendo assim? Se hoje, na igreja, cada um ganhasse outro, qual seria o resultado? Se todos ganhassem almas como você, qual seria o cresci­mento da igreja?
4.3.Vence todos os preconceitos
Há casos e ocasiões em que somente o evangelis­mo pessoal alcança o pecador. Há pessoas que ja­mais assistiriam reuniões evangelísticas em tem­plos, ou seja onde for, devido a preconceitos, falsa concepção, ignorância, ordens recebidas, imposi­ções religiosas, falsas informações, falsas idéias, etc. É aí que o evangelismo pessoal presta seus ser­viços de modo ímpar. Há inúmeras grandes igrejas por toda parte, que começaram através do evangelismo pessoal. A origem foi uma alma ganha, cultos em sua casa e em seguida uma congregação forma­da. O pioneirismo missionário na América Latina e o estabelecimento da obra das Sociedades Bíblicas também foi assim - através do evangelismo pessoal.

5. O MANUAL DO OBREIRO NO EVANGELIS­MO PESSOAL
É a Bíblia, é evidente. Ela é a Palavra de Deus, e, dele temos a extraordinária promessa: "Porque assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei" (Is 55.11 -vide também Sl 126.5,6; Rm 1.16; Tg 1.21b.)
Sabendo nós que a Bíblia é o manual do evange­lismo pessoal, é evidente que para termos êxito nes­ta obra, duas coisas precisamos considerar por en­quanto:
a. Na obra de ganhar almas emprega-se a Pala­vra de Deus (Jo 3.5; Rm 10.17; 1 Pe 1.23).
b. Para empregar a Palavra de Deus é preciso conhecê-la devidamente (2 Tm 2.15). A expressão "maneia bem", neste versículo, significa de fato dissecar, dividir ou cortar corretamente, como por exemplo, no preparo das vítimas para os diversos sacrifícios. Refere-se principalmente à correta apli­cação do texto e da mensagem de toda a Bíblia.
É fato reconhecido que é muito mais fácil falar a Palavra de Deus a uma multidão do que a uma só pessoa. Quem fala a um auditório não é interrompi­do para perguntas, apartes, argumentação, etc; já quem fala a uma só pessoa poderá vir a enfrentar tudo isso. Há pecadores que aceitam a mensagem da salvação sem objeções e sem argumentação, mas outros apresentam escusas tais, que, se o crente não conhecer devidamente as Escrituras, ficará em si­tuação vexatória.
É verdade que o Espírito Santo guia e inspira na obra de ganhar almas, mas no tocante às Escritu­ras, Ele só pode lembrar-nos daquilo que conhece­mos antes (Jo 14.26). não sei? que não ouvi? que não li? Que não aprendi? Por sua vez, o pregador ou ganhador de almas não é adivinhador de versículos... Muitos, a essa altura, firmam-se em Mateus 10.19,20 para declararem que, na hora precisa, o Espírito Santo dará tudo, mas é bastante o contexto da referida passagem (v.18), para ver a que ocasião Jesus se es­tá referindo. (Leia também, quanto a isto, Pv 9.9:1 Tm 4.13;1 Pe 3.15.)À Bíblia é a "espada do Senhor", mas também "de Gideão" (Jz 7.20). Isto é, ela é a arma que o Espírito Santo usa, mas o elemento que a conduz é o crente. Portanto, é im­perioso que o crente aprenda a manejar bem o Livro de Deus. Há crentes que até evitam falar de Jesus, por causa do seu pouco ou nenhum conhecimento das Escrituras.
No evangelismo pessoal, a doutrina principal é a de salvação da alma. É preciso que o crente co­nheça bem os textos, para apresentá-los à medida que a necessidade for exigindo. Não é um texto qualquer que vamos citar, mas aquele apropriado pura o momento, pois a Bíblia tem uma mensagem adequada para cada caso, cada coração, cada cir­cunstância. Não é abrir a Bíblia em qualquer lugar e dizer: "Vou ler esta passagem que o Senhor me deu", quando geralmente o Senhor não deu coisa nenhuma... O que é preciso é conhecer a Bíblia e depender do Espírito Santo. Assim sendo, Deus abre a porta, guia e dá a mensagem adequada e un­gida pelo seu Espírito.
É oportuno lembrar aqui que o Espírito Santo e a Palavra de Deus jamais se contradizem. Quem se julga espiritual deve conhecer e amar a Bíblia, e quem seguir a Bíblia, deve andar segundo o Espíri­to.
A razão por que muitos crentes chamados espi­rituais são cheios de meninices; são escandalosos e extremistas, é porque não estudam a Palavra, para nela aprenderem a ordenar seus passos. O que lhes falta é o conhecimento das doutrinas desse Livro. Ter o Espírito Santo e não conhecer a Palavra conduz ao fanatismo. Conhecer a Palavra e não ter o Espirito, conduz ao formalismo. Em religião, fa­natismo é zelo excessivo, paixão cega; é chamar ao certo, errado; e ao errado, certo. É ser extremista.É zelo sem entendimento (Rm 10.2). Se você deseja que o Espírito Santo o use, inclusive na obra de ga­nhar almas, procure ter o instrumento que Ele em­prega - a Palavra de Deus (Ef 6.17).
6. COMO DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA - O MANUAL DO OBREIRO CRISTÃO
Aqui estão algumas maneiras: 6.1. Leia a Bíblia conhecendo o seu autor O primeiro passo para entender as Escrituras é conhecer o autor delas - Deus. Assim sendo, Ele no-las explicará (Sl 119.18,125; Lc 24.32,45; Jo 16.13).A melhor maneira de estudar a Bíblia é fazer como Maria - quedar-se aos pés do Autor (Lc 10.39). 6.2. A leitura diária, seguida e total
É um dos segredos da vitória espiritual (Js 1.8b) a leitura sistemática e constante da Bíblia, ano após ano, pois constitui o contato direto e pessoal com a Palavra de Deus. Nada pode substituir esse aspecto da vida devocional do cristão, (vide Dt 17. 19: Is 34.16: Ap 1.3.) A leitura ocasional, irregular, não basta. Há crentes que só se alimentam espiri­tualmente quando alguém põe comida em sua bo­ca. É a colher do pastor, do professor da Escola Dominical, etc, etc. Não comem por si mesmos. Quando mudam de igreja, às vezes morrem de fo­me espiritual.
É muito bom ler bons livros, mas o máximo de tempo deve ser da Bíblia. Os livros são bons, mas não são substitutos da Bíblia. Nos livros, muitas vezes prevalece o individualismo do autor, mas na Bíblia não há este particular. Leiamos livros, mas tendo sempre a Bíblia como a autoridade principal e final. Ninguém fique preocupado, pensando que por ler muito a Bíblia vai esgotar seu conteúdo... Ela vem sendo lida por milhões de leitores através de milênios e nunca ficou esgotada. Seu conteúdo é inesgotável! Não há ninguém "formado" na Bíblia. Isto é uma das grandes evidências de sua origem di­vina.

6.3. Leia a Bíblia com a melhor atitude espiri­tual para com ela

É de máxima importância que o estudante da Bíblia estude o Santo Livro com reverente atitude mental, tendo-a como a Palavra de Deus e não como uma obra literária comum. O autor da Bíblia é Deus. Seu assunto central é Cristo. Seu real intérprete é o Espírito Santo. Considerando-a sob esses pontos de vista, ela é o único livro cujo autor está sempre presente quando o lemos. Estude-a pois com espírito sequioso, devocional, receptivo, aber­to, buscando conhecer mais de Deus e seu amor. A atitude de que tratamos aqui inclui o prazer (Mc 12.37).

6.4. Leia a Bíblia com meditação e oração

Assim fez Davi, no que foi grandemente aben­çoado por Deus (Sl 119.12,40,64,68). É na presença do Senhor em oração, que as coisas secretas divinas são reveladas (Sl 73.16,17). Daniel orou e as Escri­turas lhe foram reveladas (Dn 9). Não convém ler depressa, sem prestar atenção ao sentido, que às vezes é bem claro, mas outras vezes demanda uma meditação mais demorada e profunda. Também é infrutífero fazer concorrência para estabelecer re­corde de leitura. É melhor ler pouco, meditando, do que ler às pressas, sem meditar. Quem lê às pressas não pode dizer como Samuel: "Fala, porque o teu servo ouve" (1 Sm 3.10).

6.5. Aplique a leitura da Bíblia primeiro a você mesmo

Nunca leia somente para instruir o próximo. Tome a Bíblia primeiro para a sua edificação. Há pessoas que, na leitura da Bíblia, tudo que é bên­ção, conforto, promessas, elas aplicam a si; tudo que é ameaça, exortação, avisos, repreensão, casti­go, aplicam aos outros. Quando ler a Bíblia irmão, pergunte sempre a Deus, como fez Josué diante do mensageiro celestial: "Que diz meu Senhor ao seu servo?" (Js 5.14).

6.6. Leia a Bíblia toda

A Bíblia é a revelação progressiva da verdade. Isto é, nada é dito duma vez, nem uma vez por todas. É comum um assunto começar num livro e daí prosseguir através de muitos outros, até que o as­sunto se complete. Por exemplo: a doutrina da Re­denção, vai do livro de Gênesis ao de Apocalipse. Não podemos entender uma carta recebida, lendo-a um pouco aqui, um pouco ali, mas, de modo com­pleto. A Bíblia é a carta de Deus à humanidade. Estudando-a toda, conhecemos todo o plano divi­no através dos séculos.
Não espere compreender a Bíblia toda. Leia Dt 29.29; 1 Co 13.12. Na Bíblia há dificuldades e mis­térios insondáveis, isto porque, sendo ela a Palavra de Deus, é inesgotável. É de se esperar que Deus saiba mais que o homem... Um Deus sobrenatural deve ter um livro sobrenatural. Uma mente finita, limitada e deficiente como a nossa, não pode abranger as coisas infinitas de Deus (Rm 11.33,34).
Muitos deixam de ler a Bíblia, e outros perdem o interesse nela só porque não compreendem tudo o que lêem. Ora, quando na refeição, encontramos osso, espinha ou qualquer coisa estranha, deixamos isso de lado e continuamos a comer. Façamos assim no tocante à Bíblia. Deixemos as dificuldades de lado e continuemos a comer. Quanto a este particu­lar, tenha-se em mente Sl 25.14; 1 Co 2.9-14.

6.7. Observações úteis e práticas no estudo da Bíblia

6.7.1.Apontamentos individuais.
Habitue-se a tomar notas de suas meditações na Palavra de Deus. A nossa memória falha com o tempo. Distri­bua seus apontamentos por assuntos.
6.7.2.Aprenda a ler e escrever referências bíbli­cas.
O sistema mais simples e rápido para escrever referências bíblicas é o adotado pela Sociedade
Bíblica do Brasil: duas letras abreviativas, sem
ponto, para cada livro da Bíblia. Esse sistema cons­ta do índice das Bíblias editadas pela referida So­ciedade. Entre o capítulo e o versículo põe-se um ponto. Exemplos: Jo 2.4 (João 2.4); Jó 2.4; 1 Pe 5.5 (1 Pedro 5.5); Fp 1.29 (Filipenses 1.29); Fm v.14 (Filemon v.14), etc.
6.7.3.     Diferença entre texto e referência.
Texto - são as palavras contidas numa passagem.
Referên­cia é a indicação de livro, capítulo e versículo. Uma referência pode levar indicações como:
-   "a" - indicando a parte inicial do versículo:Rm 1.17a.
-   "b" - indicando a parte final do versículo: Rm 1.17b.
-   "ss" - indicando os versículos que se seguem até o fim ou não, do capítulo: Rm 1.17ss
-   "qv" - que veja, recomendação para não dei­xar de ler o texto indicado: Rm 1.17qv.
6.7.4.     Siglas das diferentes versões da Bíblia em vernáculo. Isso poupa tempo e trabalho.
-   ARC —Almeida Revisada e Corrigida. É o tex­to da Almeida antiga, impressa e distribuída pela
Imprensa Bíblica Brasileira.
-   ARA = Almeida Revisada e Atualizada. É o texto da Almeida revisada por uma comissão de eruditos brasileiros e estrangeiros, e editada pela Sociedade Bíblica do Brasil. Começou a ser publi­cada completa, em 1958.
-   Fig. = Antônio Pereira de Figueiredo. Atual­mente é impressa e distribuída pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, Londres.
-   M. Soares = Matos Soares. Versão popular dos católicos brasileiros.
-   Rhoden = Huberto Rhoden. Versão particular desse padre brasileiro.
6.7.5.   O tempo antes e depois de Cristo. É indi­cado pelas letras:
a.C. = Antes de Cristo. d.C. = Depois de Cristo.
6.7.6. Contexto. É a parte que fica antes e de­pois da passagem que estamos lendo. Pode ser ime­diato ou remoto. O contexto pode ser um versículo,um capítulo, e até um livro todo.
6.7.7. Manuseio do volume sagrado.
Obtenha completo domínio no manuseio do volume sagrado, a fim de encontrar com rapidez qualquer referência
bíblica. Jesus fazia assim. Veja Lucas 4.17, onde está dito que Ele "achou" o lugar onde estava escri­to. Ora, naquele tempo isso era muito mais difícil do que hoje, quando dispomos de papel, editoras modernas e livros.



domingo, 9 de fevereiro de 2014

A Bíblia Responde

PREDESTINAÇÃO
"Na sua onisciência, Deus predestinaria um número exato de pessoas para ser
condenado e outro para descansar eterna • mente? Teria cada homem seu destino
traçado?"
Acreditamos que Deus, na sua onisciência, por meio de leis científicas e
matemáticas, sabe quantos vão vencer a batalha da fé e terminar triunfantes na eterna
glória, porém, isso nada tem a ver com a predestinação fatalista: Jo 17.5.
No que tange à predestinação, ela se baseia, em essência, no "conhecimento
anterior" de Deus, no sentido de que o seu "amor eterno" e preocupação e interesse
pelos crentes é que está em foco. Aqueles sobre quem fixou seu coração de antemão,
portanto, são aqueles que se tornaram o alvo de seu decreto determinador.
Esse decreto determinador não é um mero pronunciamento judicial, mas é, sem
dúvida, acompanhado por um poder orientador e criador, através do Espírito Santo, que
garante o cumprimento do propósito de Deus.
O grande alvo da predestinação é a chamada dos crentes dentro do tempo, e o
resultado de ambas as coisas é a transformação do crente segundo a imagem de Cristo,
tanto moral (no que tange à participação do crente na própria santidade de Deus, tal
como Cristo dela participa), como metafísica (no que convence a natureza essencial de
Cristo).
Não existe, portanto, predestinação para a condenação. Por exemplo: O caso do
endurecimento do coração de Faraó, por dez vezes consecutivas, a Bíblia diz que ele
mesmo se endureceu contra a ordem de Deus (Êx 7.13; 8.15,19,32; 9.7,34,35; 13.15;
14.22), e dez vezes lemos que Deus o endureceu: Êx 4.21; 7.3; 9.12; 10.20,27; 11.10;
14.4,8,17.
Theodoret assim explica o caso: "O sol, pelo seu calor, torna a cera mole e o
barro duro, endurecendo um, amolecendo outro, produzindo pela mesma ação
resultados contrários. Assim a longanimidade de Deus faz bem a alguns e mal a outros;
alguns são amolecidos e outros endurecidos". Contudo, cremos que esse amolecimento
ou esse endurecimento vêm daquilo que o homem apresenta a Deus: um coração
contrito, ou orgulhoso.
Deus não endurece o coração de um indivíduo, necessariamente com uma intervenção
sobrenatural; o endurecimento pode ser produzido pelas experiências normais da
vida, operando através dos princípios e do caráter da natureza humana, que são
determinados por Ele. Esta verdade é profundamente hebraica. Um exemplo semelhante
desta forma hebraica de pensamento encontra-se em Marcos 4.12, onde Jesus apresenta
sua razão para ensinar a verdade sob a forma de parábola. -
Em outras palavras, apesar de a Bíblia declarar que Deus predestina para a vida,
para a transformação segundo a imagem de Cristo e para a santidade, isso não quer dizer
que Ele predestine algumas pessoas para a condenação conforme os teólogos calvinistas
mais radicais têm imaginado. Deus predestina segundo a sua presciência: 1 Pe 1.2.
As Escrituras denominam tão-somente os crentes de eleitos, chamados,
escolhidos e predestinados, mas sempre relacionados com a sua posição em Cristo,
como as varas na videira. "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as
coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo", 2 Co 5.17; "Todo aquele que crer
em Jesus, e pela fé permanece nele tem a vida eterna e não entrará em condenação", Jo
15; Rm 8.28-30.
O fatalismo e a predestinação absoluta nunca fizeram parte da doutrina e
8
tradição apostólica, e são comuns às seitas heréticas que se consideram favoritas da
divindade e responsáveis pelo desinteresse, frustração e miséria de muitos indivíduos,
povos e igrejas.
Analisando a idéia do destino na linguagem popular, vemos que significa uma
forma sobrenatural, indomável e irresistível, da qual não podemos fugir e que limita a
nossa liberdade e vontade.
Por ser uma maneira muito cômoda de pensar e de agir, é ela perfilhada por
várias religiões e filosofias (fatalismo) e até por confissões religiosas (predestinação
absoluta), mas sem base no ensino das Sagradas Escrituras.
Desde épocas imemoriais o homem tem tido o hábito de acumular na lembrança,
através da sua agitada existência, pequenos fracassos, desventuras e fatalidades, e com
elas construiu um monstro a que deu o nome de "destino", que compreende como uma
determinação imutável, esquecendo as inúmeras bênçãos, vantagens e vitórias
alcançadas sobre a adversidade.
Sendo o destino o fim para que tende qualquer ação, o lugar a que se dirige a
pessoa ou objetivo em causa, está ele sujeito às leis espirituais e materiais que regem o
universo.
Assim, a vida é composta de bons e maus sucessos, em conformidade com o
tempo, o local, o ambiente, a experiência e a atitude do indivíduo em relação a esses
elementos. Cada homem tem, pois, que procurar, na prática de uma boa consciência, o
caminho da verdade e do dever, sejam quais forem as conseqüências da sua
determinação.
Está escrito na Bíblia que só Deus é realmente bom, não pode ser melhor do que
é visto ser a personificação do Amor: Lc 18.19; 1 Jo 4.8. Como pessoa livre, perfeita e
justa, criou o homem à sua imagem e tornou-se o alvo de toda a dedicação: Gn 1.26,27;
SI 8. Como podia Deus fazer acepção dentre as suas criaturas e determinar-lhes destinos
diferentes, senão aqueles que eles próprios como seres livres e feitos a semelhança da
mesma divindade, desejarem de "motu próprio" trilhar? Rm 2.11-16; 10.12-17.
Deus não apenas seria imperfeito, mas também a encarnação da matéria e
maldade, se nos induzisse a acreditar no Evangelho para nossa salvação, quando afinal
já determinara que nos havíamos de perder ou salvar.
Portanto, nenhum homem, grupo ou organização tem privilégios diante de Deus,
a não ser aquele que aceita Jesus como Salvador. Porque Deus não faz acepção de
pessoas, e muito menos predetermina, para certos grupos, um juízo, um destino cruel na
eternidade. Sobre o assunto a Bíblia diz: "Vivo eu, diz o Senhor Jeová, que não tenho
prazer na morte do ímpio mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva:
convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis?"
Ez 33.11a; "Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor;
pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais", Jr 29.11.
QUEM APARECEU A SAUL?
"Quem foi que apareceu a Saul em 1 Samuel 28.7-25?"
Preliminarmente, ressaltamos, que o capítulo 28 de 1 Samuel, a começar do seu
versículo 7 até o 25, foi escrito por uma testemunha ocular; logo, por um dos servos de
Saul que o acompanhou à necromante: vv.7,8. Freqüentemente, esses servos eram
estrangeiros e quase sempre supersticiosos, crentes no erro - razão por que o seu estilo é
tão convincente. Esta crônica que é parte da história de Israel, pela determinação divina,
entrou no Cânon assim como os discursos dos amigos de Jó (42.7), as afirmações do
autor de "debaixo do sol" (Ec 3.19) e a fala da mulher de Tecoa (2 Sm 12.2-21), que são
9
palavras e conceitos meramente humanos. A confusão gerada pelo assunto exposto no
texto é porque foi analisado o ponto de vista do servo de Saul. Todavia, sobre a questão
se Samuel falou ou não com Saul, a Bíblia é bem clara e tem argumentos definidos para
desmentir todas e quaisquer afirmações hipotéticas e asseverações parapsicológicas a
seu respeito. Examinaremos alguns desses argumentos e veremos a impossibilidade de
ter sido Samuel a pessoa com quem falou Saul:1
1. Argumento gramatical (v.6): "... o Senhor... não lhe respondeu". O verbo
hebraico é completo e categórico. Na condição que Saul estava, Deus não lhe
responderia e não lhe respondeu. O fato é confirmado pela frase: "... Saul... interrogara e
consultara uma necromante e não ao Senhor...", 1 Cr 10.13,14.
2. Argumento exegético: v.6. Nem por Urim - revelação sacerdotal (w.14,18),
nem por sonhos - revelação pessoal, nem por profetas - revelação inspiracional da parte
de Deus. Fosse Samuel o veículo transmissor, seria o próprio Deus respondendo, pois
Samuel não podia falar senão por inspiração. E, se não foi o Senhor, não foi Samuel.
3. Argumento ontológico. Deus se identifica como Deus dos vivos: de Abraão,
de Isaque, de Jacó: Êx 3.15; Mt 22.32. Nenhum deles perdeu a sua personalidade e sua
integridade. Seria Samuel o único a poluir-se, contra a natureza do seu ser, contra Deus
e contra a doutrina que ele mesmo pregara (1 Sm 15.23), quando em vida nunca o fez?
Impossível.
4. Argumento escatológico. O pecado de Samuel tomar-se-ia mais grave ainda,
por ter ele estado no "seio de Abraão", tendo recebido uma revelação superior e conhecimento
mais exato das coisas encobertas, e não tê-las considerado, nem obedecido
às ordens de Deus: Lc 16.27-31. Mas Samuel nunca desobedeceu a Deus: 1 Sm 12.3,4.
5. Argumento doutrinário. Consultar os "espíritos familiares" é condenado pela
Bíblia inteira. Logo, aceitando a profecia do pseudo-Samuel, cria-se uma nova doutrina,
que é a revelação divina mediante pessoas ímpias e polutas. E, além disso, para serem
aceitas as afirmações proféticas como verdades divinas, é necessário que sejam de
absoluta precisão; o que não acontece no caso presente.
6. Argumento profético: Dt 18.22. As profecias devem ser julgadas: 1 Co 14.29.
E essas do pseudo-Samuel não resistem ao exame. São ambíguas, imprecisas e infundadas.
Vejamos: a) Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus (1 Sm 28.19), mas se
suicidou (1 Sm 31.4) e veio parar nas mãos dos homens de Jabes-Gileade: 1 Sm
31.11,13. Infelizmente, o pseudo-Samuel não podia prever este detalhe; b) não
morreram todos os filhos de Saul ("... tu e teus filhos", 1 Sm 28.19) como insipua essa
outra profecia obscura. Ficaram vivos pelo menos três filhos de Saul: Isbosete (2 Sm
2.8-10), Armoni e Mefibosete: 2 Sm 21.8. Apenas três morreram, como anotam clara e
objetivamente as passagens seguintes: 1 Sm 31.26 e 1 Cr 10.2-6; c) Saul não morreu no
dia seguinte ("... amanhã... estareis comigo", 1 Sm 28.19). Esta é uma profecia do tipo
délfico, ambígua. Saul morreu cerca de dezoito dias depois: 1 Sm 30.1,10,13,17; 2 Sm
1.13. Afirmar que a palavra hebraica "mahar" (amanhã), aqui, é de sentido indefinido, é
torcer o hebraico e a sua exegese, pois todos vão morrer mesmo, em "algum dia" no
futuro, isto não é novidade; d) Saul não foi para o mesmo lugar que Samuel ("... estareis
comigo", 1 Sm 28.19). Outra profecia inversossímil: interpretar o "comigo" por simples
"além" (Sheol), é tergiversar. Samuel estava no "seio de Abraão", sentia isso e sabia a
diferença que existe entre um salvo e um perdido. Jesus também o sabia, e não disse ao
ladrão que estava na cruz: "Hoje estarás comigo no além (Sheol)", mas sim no
"Paraíso". Logo, Samuel não podia ter dito a Saul que este estaria no mesmo lugar que
ele: no "seio de Abraão". Porque com o ato abominável e reprovado de Saul em consultar
uma feiticeira e não ao Senhor, foi completamente anulada a sua possibilidade de
ir para o mesmo lugar de Samuel - o "seio de Abraão".
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Ainda notamos este absurdo, analisando a palavra "médium" (heb), que é
traduzida em outras versões por "espírito adivinhador" ou "espírito familiar" e no texto
grego (LXX) por "engastrimuthos", que significa ventríloquo, isto é, um de fala
diferente, palavra que indica a espécie de pessoa usada por um desses espíritos.
Assim concluímos que:
• Não foi Samuel quem apareceu e falou com Saul, mas sim um espírito demoníaco.
• Nenhum morto por invocação humana pode aparecer ou falar com alguém, e
quanto mais Samuel.
• Todas as predições do pseudo-Samuel estavam deturpadas. Nada se cumpriu.
Isto é um verdadeiro contra-senso, visto que, Samuel quando em vida, "nenhuma só das
suas palavras caiu por terra". 1 Sm 3.19.
• Quem pratica tais coisas, a saber, invoca os mortos, consulta necromantes, está
sendo logrado pelas artimanhas de Satanás.
• Deus é Deus dos vivos e não dos mortos: Mt 22.32. Assim, aqueles que
invocam os mortos estão indo de encontro a essa lei básica e bíblica.
• Não existe, portanto, neste trecho nenhuma similaridade ou abertura para
supostos fundamentos de doutrinas heréticas. Ademais, todos esses argumentos provam
categoricamente a impossibilidade de tais pensamentos. A Bíblia é a verdade.
RESPONDENDO AO TOLO
"Como entender o capítulo 26 de Provérbios versículos 4 e 5?"
A aparente contradição existente nesses dois versículos é eliminada quando os
analisamos global e minuciosamente.
Em primeiro lugar, este provérbio com seus afins, foi escrito para nos mostrar
dois aspectos: a) o dilema daqueles que querem arrazoar com os que não são razoáveis;
b) nós mesmos somos insensatos em potencial.
Em segundo lugar, o sentido basilar destes versículos é que nada se pode fazer
com os insensatos, porque quem entra em diálogo com eles, isto é, no seu próprio nível,
vai solidificá-los na sua ignorância e rebaixar-se por nada: v.4. E, quem tenta elevar o
nível deles por esse meio, dar-lhes-á um falso conceito de si mesmo, sem alterar o seu
caráter em nenhum pormenor: v.5.
FUNDO DUMA AGULHA
"A expressão de Mateus 19.24 'fundo duma agulha' ou 'buraco duma agulha' é
literal ou simbólica?"
O contexto desse passo bíblico trata de um jovem rico que amava tanto as suas
riquezas que elas lhe serviam de impedimento. A mensagem é clara. Os indivíduos de
mentalidade materialista que consomem a vida procurando adquirir bens materiais, só
encontram satisfação nas riquezas ou na busca delas; e somente em casos raríssimos é
que chegam a se importarem com as questões espirituais para encontrar a vida eterna.
Porém, seria um erro aplicarmos o texto somente aos ricos, porquanto o materialismo
tem realizado a sua devastação moral até mesmo entre os pobres. Ao falar sobre a
impossibilidade desse tipo de pessoas entrarem no reino de Deus, Jesus pregou a
ilustração que é a impossibilidade de um "camelo passar pelo buraco de uma agulha".
Alguns têm imaginado que o buraco de agulha referido fosse uma portinhola, no muro
de Jerusalém, através do qual pudesse passar finalmente um camelo, depois de muitos
puxões e empurrões; outros admitem que a expressão camelo, que no grego representa
11
uma pequena modificação de "Kamelos" para "Kamilos", trata de uma corda grossa ou
um cabo, mas isso só diminuiu a impossibilidade do ato. Todavia, o grego de Mateus
19.24 e de Marcos 10.25 fala de uma agulha usada com linha, enquanto que o de Lucas
18.25 usa o termo médico que indicava uma agulha usada nas operações cirúrgicas. É
evidente que ali não é considerada nenhuma portinhola, mas sim, o pequenino buraco de
uma agulha de costura. Provavelmente era um provérbio incomum para ilustrar coisas
impossíveis. O Talmude fala por duas vezes de um elefante para o qual é impossível
passar pelo buraco de uma agulha. Por conseguinte, quem quer que ame as riquezas, a
ponto de isso impedi-lo de confiar em Jesus Cristo como Salvador, está na
impossibilidade de ser salvo.
Em resposta à pergunta feita pelos discípulos: "Então quem pode ser salvo?"
Jesus respondeu: "Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus", Lc 18.27.
Nessa frase, as palavras "dos" e "para" são uma só no original, cujo sentido literal é "ao
lado". Tome-se o lado do homem, na questão das riquezas, e torna-se-á impossível a
salvação. Porém,-tome-se o lado de Deus sobre a questão e a impossibilidade anterior se
transformará em possibilidade.
CRISTO INFERIOR AO PAI?
"Se Jesus é Deus, como está escrito em João 14.28 por que o Pai é maior do que
Ele?"
Esta aparente contradição não significa qualquer problema. A Bíblia afirma que
Jesus é o verdadeiro Deus, na primeira epístola de João. E há muitas outras inferências e
referências. Mas, também a Bíblia se refere expressamente às duas naturezas de Cristo:
a humana e a divina. É no tocante à natureza humana que Jesus disse ser o Pai maior do
que Ele. Graças a Deus pela plena harmonia das Escrituras.
RIQUEZAS DA INJUSTIÇA
"Como se explica a expressão 'Granjeai amigos com as riquezas da injustiça', da
parábola do mordomo infiel, de Lucas 16.1-12?"
Esse versículo é. sem dúvida, de difícil interpretação. Há pontos que não serão
esclarecidos antes que venha o Senhor pela segunda vez. É natural, que um livro como a
Bíblia, escrita por inspiração, contenha coisas difíceis de se compreender. O defeito,
contudo, não está no livro, mas em nosso limitado entendimento. Se não aprendemos
outra coisa nesta parábola, ao menos, sejamos humildes. Devemos possuir, antes de
mais nada, muito cuidado, para não deduzirmos do versículo citado, doutrinas e
preceitos que ele não ensina.
Em primeiro lugar, queremos salientar que o nosso Senhor não se refere ao
mordomo como um modelo de probidade; de outro modo, não lhe teria dado o epíteto
de "mau". Jesus nunca autorizou a falta de honradez no comércio humano. O mordomo
de que tratamos enganou o seu senhor, e quebrou, assim, o oitavo mandamento. Seu
amo ficou admirado da astúcia do seu servidor, quando lhe chegou ao conhecimento o
que lhe havia feito, e louvou-o pela sua sagacidade e previsão. Porém, isso nada prova
que o seu proceder lhe agradasse, e, de fato, não há uma palavra que indique a
aprovação do Senhor Jesus, pois, com o vocábulo "amo" ou "senhor", a parábola não
denota o Senhor Jesus, mas o amo do malfeitor. De fato, sob o ponto de vista moral
cristão, o modo como agiu o mordomo não pode, de forma alguma, ser imitado por nós.
A advertência feita nesse caso é muito necessária. A má fé nos negócios é,
desgraçadamente, muito comum em nossos dias. A honradez nos contratos é coisa rara.
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Em transações comerciais muitos praticam atos que a Bíblia condena. Milhares de
pessoas há que, para depressa ficarem ricas, cometem faltas que ofendem a equidade:
Pv 28.28. A astúcia, a destreza em comprar, a habilidade e esperteza em vender e
realizar negócios de toda natureza, fazem passar despercebidas coisas que se não
deveriam permitir. A classe a que pertencia o mordomo infiel é, contudo, numerosa.
Não nos esqueçamos disto: sempre que fizermos aos outros, aquilo que não
desejamos que nos façam, podemos estar certos de que procedemos mal aos olhos de
Cristo. Observa-se a lição principal que se nos prodigaliza nesta parábola: é prudente
estarmos prevenidos para qualquer contratempo.
O modo como se portou o mordomo infiel, quando soube que seria prejudicado
seu futuro, foi, indubitavelmente, hábil e sagaz. O diminuir partes das contas do que
devia ao seu senhor, era um ato de má fé, mas, sem dúvida, com ele adquiriu muitos
amigos. Pervertido como era, não descurou o futuro. Desonestas como eram as
providências que tomou, não deixava, contudo, o mau servidor de atender às suas
próprias necessidades. Não cruzou os braços, nem deixou que a pobreza fechasse as
portas de sua casa, porém meditou, raciocinou, fez seus cálculos e pô-los em execução,
sem receio algum. O resultado viu-se: não ficou desamparado.
Que contraste surpreendente observamos entre o proceder do mordomo infiel em
referência aos interesses temporais e a maior parte dos homens a respeito das questões
espirituais! É sob este ponto de vista, unicamente, que o mordomo infiel nos dá exemplo
que devemos imitar. Como ele, é mister que cuidemos do nosso porvir. Como ele, é
necessário que nos previnamos para o dia em que deixarmos a morada terrena para
entrarmos na celestial; como ele, temos de construir "um edifício nos céus", onde
fixaremos o nosso lugar, quando se desfizer o tabernáculo terrestre do nosso corpo: 2
Co 5.1. Realmente, é necessário empregar todos os meios válidos ao nosso alcance, para
obtermos a morada celestial.
Sob este aspecto, a parábola é altamente instrutiva. A solicitude que os homens
do mundo manifestam pelos interesses dessa vida, deverá provocar vergonha aos
cristãos por sua frieza muitas vezes manifestada para com as coisas eternas.
O zelo e a constância de que os homens negocistas dão provas, quando
percorrem mar e terra para granjearem riquezas, são uma natural reprovação da
indiferença e indolência que patenteiam muitos crentes a respeito dos tesouros
celestiais. As palavras do Senhor são verdadeiramente profundas e solenes: "... os filhos
deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz", Lc 16.8.
Nosso Senhor nos ensina, com essas palavras, a sermos escrupulosos, fiéis em
tudo, e nos previne a não pensarmos que o procedimento, em assuntos pecuniários, de
conformidade com o mordomo infiel, seja coisa insignificante. Jesus quer que não nos
esqueçamos de que o modo como o homem procede em relação ao "muito pouco", dará
uma prova de sua índole e que a injustiça "no muito pouco" é grave sintoma do mau
estado em que se encontra o coração. Sem dúvida, não nos dá a entender, nem por
sombra, que a honradez em questões pecuniárias pode tornar justas as nossas almas ou
purificá-las dos nossos pecados, porém, ensina-nos, clara e positivamente, que a má fé
nas transações é sinal de que o coração não é reto aos olhos de Deus.
O ensino que o Senhor nos dá há de merecer consideração muito séria nos
tempos que correm. Parece que existem pessoas que se persuadem da possibilidade de
divorciar a religião verdadeira da honradez comum, e que se alguém é ortodoxo na
doutrina, pouco importa que na prática use a trapaça ou o engano. As palavras de nosso
Mestre são, de fato, um protesto solene contra essa perniciosa idéia. Destarte, devemos
velar para não cairmos em semelhante erro. Defendamos com energia as doutrinas
gloriosas da salvação pela graça e da justificação pela fé, porém, longe de nós supor que
13
a verdadeira religião autoriza, de alguma forma, o menosprezo da segunda tábua da Lei.
Não nos esqueçamos, nem por momentos, de que a verdadeira fé se conhece por seus
frutos. Estejamos certos de que quem não é honrado, não possui a graça divina.
Por outro lado. o leitor deve entender que essa parábola não foi dirigida aos
escribas e fariseus, mas aos discípulos. Estes ouviram a lição que Jesus dera aos hipócritas,
ouviram falar de um homem que malbaratou seu dinheiro e também de outro que
havia empregado a má fé. Em sua presença, tinha-se descrito com cores vivas o pecado
da libertinagem; era coerente que se lhes oferecesse agora um quadro de uma falta
menos chocante - a da fraude e engano.
Finalmente, podemos dizer ao leitor que três são, a nosso ver, as lições contidas
nesta parábola:
• E prudente estarmos preparados para o futuro.
• É importante fazer bom uso do dinheiro.
• Temos de ser fiéis, mesmo nas coisas menores.
A OPÇÃO DE DAVI
"Foram propostos a Davi sete anos de fome, conforme 2 Samuel 24.13, ou três
anos, de acordo com 1 Crônicas 21.22?"
Devemos, em princípio, notar que entre uma narrativa e outra, muito tempo
decorreu e que a semelhança entre as letras hebraicas "zain" e "vav" que correspondem
aos números sete e três respectivamente, pode ter gerado uma discordância na tradução,
tanto mais que as Crônicas podem ter sido baseadas em escritos anteriores e não na
redação de textos exclusivos. Essa observação, a nosso ver, não deve, contudo, ser
tomada ao pé da letra para que não se incorra na negação da inspiração divina das
Sagradas Escrituras e na sua autoridade. "O número sete tem uma posição eminente
entre os números sagrados da Bíblia e está associado com algo completo, com
cumprimento, com perfeição" (Novo Dicionário da Bíblia -Douglas). A sua citação em
2 Samuel, parece incutir a idéia de que a escolha de Davi seria conclusiva, levada por
Deus ao extremo e a sua responsabilidade seria tremenda, por ter desagradado a Deus
com um ato que até na opinião do seu general -Joabe - pareceu supérfluo, e abominável,
a ponto de este omitir a contagem de duas facções: 1 Cr 21.3,6. A alma de Davi, porém,
estava realmente atribulada e a sua experiência com Deus fê-lo preferir que o castigo
viesse diretamente de Deus, "pois grandes são as suas misericórdias". Devemos
aprender com esta sua decisão que por mais penosas que nos pareçam as tribulações,
elas serão atenuadas pelas misericórdias do Senhor. Seriam muitas as citações em que o
número sete representa a perfeição dos atos divinos. Quanto ao número três, citado em 1
Crônicas 21.12, além da sua fortíssima alusão à Trindade, também é associado com
poderosos atos de Deus e à presteza com que os realiza ou quer realizar. Aqui, o número
três seria a confirmação de que não somente os atos de Deus são perfeitos, mas que são
atos poderosos e que Deus tem mesmo poder para executá-los, além da autoridade que
vem dele mesmo e da sua natureza poderosa. A duplicidade de termos, que nos parecem
discrepantes, fortalece ainda mais a inspiração das Escrituras, que afirmam a perfeição
dos atos divinos e o seu fiel cumprimento em 2 Samuel e os reafirma como atos poderosos
e competentes nas Crônicas, escritas muitos anos depois. Embora não sendo conhecido
o autor dos livros de Samuel, é aceito que ele mesmo os tenha escrito e que
foram completados por Gade e Nata, os quais também teriam depois escrito os dois
livros de Crônicas - que originalmente eram unificados - baseados nas anotações já
existentes, revistas e aumentadas, ou, pelo menos, mais aclaradas. Podemos inferir do
exposto que as duas citações são válidas, observando-se o ponto de vista de quem possa
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ter escrito e o uso que faz dos números bíblicos e seus significados.
RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
"Como conciliar 1 Coríntios 15.20 com Mateus 27.52?"
Em 1 Coríntios 15.20 o apóstolo Paulo fala de Cristo como a garantia da nossa
ressurreição, no futuro, na sua segunda vinda. Em Mateus 27.52, os santos
ressuscitados, depois de Jesus, constituem um sinal da vida eterna e confirmação de que
Deus, ao aceitar aqueles "santos" das mãos de seu Filho, estava aceitando todos os
restantes. Este fato concorda com a oferta que o sacerdote fazia a Deus, por ocasião da
festa das colheitas: "Então trareis um molho das primícias da vossa messe ao sacerdote:
este moverá o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos", Lv 23.10,11. Jesus
como nosso Sumo Sacerdote ofereceu, após a sua ressurreição, um "molho", que foi
aceito pelo Pai, prova de que também nós fomos aceitos.
OS DIAS DA CRIAÇÃO
"Os dias da criação do mundo foram literalmente dias de vinte e quatro horas?"
Realmente, muito se tem discutido sobre o significado da palavra dia nos
primeiros versículos do livro de Gênesis. Para muitos, os dias da criação (Gn 1.1,13) são
longos períodos, que. inclusive, devem coincidir com as eras geológicas. Outros, no
entanto, interpretam esses dias como períodos de vinte e quatro horas.
Os que advogam a palavra dia como significando um longo período, afirmam
que até o 3" dia (Gn 1.1.13) não existiam o Sol e a Lua. para regerem o tempo,
definindo o dia e a noite, à semelhança de hoje. Os que declaram que os dias da criação
compreendem um período de vinte e quatro horas apegam-se a Êxodo 20.11. Moisés se
teria referido a dias de vinte e quatro horas aplicando-os à criação.
Em muitas referências bíblicas, a palavra dia ou "Yom" (heb.). tem vários
significados. Por exemplo, "dia" 1.181 vezes; "hoje" 87 vezes; "eternamente" 18 vezes;
"continuamente" 10 vezes; "idade" 6 vezes; "vida" 4 vezes; "perpetuamente" 2 vezes.
Além disso, às vezes parecem compreender o período da criação, isto é, os seis dias (Gn
2.4), o que dificulta, de fato, a compreensão exata do assunto.
O que é mais aceito pelos estudiosos desse assunto é que aí se refere a dia solar.
As seguintes referências sustentam o princípio de que os dias da criação,
mencionados em Gênesis capítulo 1 e 2, são dias solares: a) cento e cinqüenta dias do
Dilúvio: Gn 8.3; b) quarenta dias (espias): Nm 13.25; c) três dias (Jonas): Jn 1.17; d)
quarenta dias depois da ressurreição de Jesus: At 1.3; e) seis dias (criação): Êx 20.9-11.
Em todas as referências do Velho Testamento aqui mencionadas, a palavra "dia", no
original está "yom" (hb), que significa, neste caso, dia solar. Em Atos aparece a palavra
"hemera" (gr), que tem o mesmo significado. Todavia, existem outros importantes
sentidos, como seja, um período de tempo que pode ser de curta ou de longa duração (Is
2 e 4), ou um tempo mesmo (Gn 4.3; 26.8; Nm 20,15) ou um período inclusivo e
compreensivo: Gn cap. 2; Dt cap. 10.
Destarte, a fim de esclarecer esta questão, apresentamos, ao caríssimo leitor,
nove razões que levam alguns estudiosos da Bíblia a pensar que estes "yons", ou seja,
dias, foram de 24 horas:
1. Cada um destes dias de Gênesis está dividido em períodos de luz e escuridão,
exatamente como um dia solar. Alguns, entretanto, discutem baseados na convicção de
que nos três primeiros dias da criação não havia sol, e que, por isso, não poderiam ser
dias solares. Porém, existem dias no inverno em que não aparece a luz solar, e, além
15
disso, há países onde a luz do
Sol não aparece por longos períodos, mas ainda assim dividem-se os dias em 24
horas.
2. Notamos que no 3º dia o grande mundo botânico nasceu, sendo este também
dividido como os outros; mas, se acreditarmos que este foi um período geológico, como
alguns admitem, de 500.000 anos de luz e seguido por 250.000 anos de trevas;
perguntamos: Seria possível o mundo botânico sobreviver metade duma era geológica
sem os raios do Sol?
3. O texto hebraico implica numa espontaneidade de acontecimentos, que
rejeitam, de fato. a necessidade duma era para representar a palavra dia. Disse Deus:
"Haja luz", e a luz existiu. Será que o Deus onipotente e plenipotenciário iria precisar de
tantos séculos para realizar essa obra? Pedro esclarece-nos isso quando diz que um dia.
para o Senhor, é como mil anos e mil anos como um dia: 2 Pe 3.8. Deus. pela sua
Palavra, poderia ter feito todas as coisas num só dia, pois, para Ele, tempo não é
impedimento.
4. Temos de convir em que Moisés, quase com certeza, se está referindo a dias
solares de 24 horas, e não a dias geológicos, que os cientistas com seus determinados
cálculos pretendem provar. Moisés certamente não estava procurando expressar-se em
termos científicos, mas usou uma linguagem acessível à época.
5. Nos manuscritos hebraicos, quando um número definido precede ou
acompanha a palavra "yom". sempre indica um dia solar. Por que não aqui?
6. Está em evidência o relato da própria Bíblia, especialmente tratando do
estabelecimento do sábado, 79 dia: Êx 20. Portanto, se fôssemos dar crédito no que
dizem alguns cientistas modernos, teríamos, também, de crer no mesmo período
geológico para a criação de Adão e ainda em que Deus continua descansando até hoje.
Impossível!
7. Se aceitarmos a teoria de que cada um destes "dias" representa uma era geológica
de 500.000 anos. como explicar, por exemplo, que Adão foi criado no sexto
período e que Deus descansou no sétimo dia ou "era"? Adão estaria vivo depois ou foi
expulso do jardim do Éden no oitavo dia? Que idade teria ele, então? a Bíblia declaranos
que Adão morreu com 930 anos. Porém, se seguirmos o raciocínio da geologia
moderna ele teria 750.000 anos, quando foi expulso do jardim do Éden. Isto constitui
um verdadeiro absurdo!
8. Não há razão de se exigir um período tão extenso para cada dia. A menos que
acreditemos na teoria dos evolucionistas, porque somente deste modo precisaríamos
crer nesses dias longos.
9. No versículo 3 de Gênesis não existe discrepância. Deus disse: "Haja luz" e a
luz existiu. Ademais, o hebraico ajuda-nos a entender qual o significado dessa
expressão. O termo vem de uma tradução do hebraico: "Wa ye hi or". que dá a entender
que foi um ato instantâneo. A palavra luz, no versículo 3 é "or" fheb). e seu correspondente
é "phos" (gr). Já no versículo 14, temos a expressão "luminares", "maior"
fheb). que significa literalmente um candeeiro, castiçal ou candelabro, ou seja, aquele
que segura a luz ou depósito de luz.
Ademais, para provar a origem da luz no primeiro dia da criação (pois o Sol
somente foi criado no quarto dia), temos, por exemplo, a "Aurora Boreal", do Pólo Norte;
os "mares" que possuem elementos e minerais que dão brilho fosforescente, onde
existem plantas, peixes, fungos marinhos, que têm este brilho. Um outro exemplo não
menos importante é o "vagalume" que. sem dúvida, quebra todos os argumentos da
ciência moderna, quando diz não existir luz sem calor; porém, confessam os próprios
cientistas, o inseto luminoso, joga por terra a exigência da ciência, pois há luz sem
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calor. E finalmente, a "luz cósmica", que era desconhecida e desacreditada até os
homens explorarem o espaço.
O nosso Planeta e Vênus, quando contemplados de longe, no espaço, parecem
bolas de luz.
Do exposto, podemos dizer que essa incerteza por parte da ciência, em relação à
criação do universo em nada afeta a veracidade da Palavra de Deus. Ele é o Criador de
todas as coisas.
INSCRIÇÃO MISTERIOSA
"Por que quando Daniel interpretou as palavras misteriosas escritas pelo dedo de
Deus, omitiu a expressão 'ufarsim' colocando em seu lugar a palavra 'peres'?"
Estas duas palavras são de origem aramaica e, sendo esta língua de fácil assimilação
na Babilônia, podemos supor que a perplexidade do rei Belsazar e dos sábios foi
devido, em parte, a alguma coisa desconhecida nos caracteres e também pela concisão
inexplicável da mensagem.
O caro leitor tem de convir em que, quando Daniel foi inquirido a dar uma
resposta ao enigma exposto na parede do palácio real, não houve nenhuma tentativa da
sua parte em traduzi-lo, mas simplesmente interpretá-lo, sendo conivente com a
revelação que Deus lhe dera. Destarte, embora Daniel tenha trocado a palavra "Ufarsim"
pela expressão peres quando interpretava a escritura misteriosa, não alterou de forma
alguma a mensagem que Deus lhe entregara. Então podemos concluir que, o profeta
usou a palavra peres, que é o singular de ufarsim, visto que, essa expressão sugere mais
prontamente, por um terrível jogo de palavras, tratar-se dos persas que já estavam às
portas da cidade para suceder ao império babilônico.
GENEALOGIA DE JESUS
"Descrevendo a genealogia de Jesus, Mateus escreve que Davi gerou a Salomão
(Mt 1.6) e Lucas escreve que Davi gerou a Nata: Lc 3.31. Há contradição entre as duas
passagens? Como se explica isso?"
São duas as correntes de interpretação mais aceitas entre os teólogos, mas a
segunda nos apresenta mais detalhes probatórios. A primeira diz que Mateus dá a lista
dos antepassados de Jesus como filho adotivo de José, enquanto Lucas apresenta a sua
lista dos antepassados de Maria, a mãe de Jesus. Notemos alguns pontos que dão grande
valor a tal suposição: É certo que Maria foi da linhagem de Davi: At 2.30; Rm 1.3.
Lucas, para acentuar a humanidade de Cristo, relata detalhadamente muitos dos eventos
na vida de sua mãe, do seu nascimento, de sua meninice. É natural, portanto, supor que
Lucas, para cumprir seu propósito de acentuar a humanidade de Jesus, desse a sua
genealogia segundo a carne. O nome de Maria não aparece na genealogia de Lucas
porque, conforme o costume dos judeus de não incluir os nomes de mulheres nas
genealogias, foi necessário usar o nome de seu marido, em vez do nome dela. Apesar de
Lucas dizer que José foi o "filho de Heli", Lc 3.23. Essas idéias parecem muito
plausíveis, contudo nenhuma está fora de dúvida. Não podemos ter a certeza de que em
Lucas 3.23 "o filho de Heli" que dizer "o genro de Heli".
A segunda corrente diz que as duas genealogias são, como consta, realmente de
José, a descendência de Jesus, tanto em Lucas, como em Mateus, é considerada segundo
o seu estado legal na família de José.
O estado judicial de Jesus, como Filho de Davi, perante o mundo, dependia de
sua genealogia como "filho de José". O único alvo de Mateus é o de demonstrar o
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direito legal de Jesus ao trono, enquanto o propósito de Lucas é o de dar a própria linha
da qual José nascera. Examinando a genealogia de Mateus, observamos que a linha real
de Judá rompeu-se em Jeconias. Pela boca de Jeremias, o Senhor ordenou que Jeconias
fosse privado de filhos e que ninguém da sua semente se assentasse no trono de Davi,
nem reinasse mais em Judá: Jr 22.30. Os homens depois de Jeconias desprovidos de
filhos, são os herdeiros mais próximos, como também o são em 1 Crônicas 3.17.
Olhando novamente para a lista em Mateus e Lucas ficamos certos desta conclusão. Os
dois nomes que seguem, o de Jeconias, Salatiel e Zorobabel estão realmente transferidos
da outra ge-nealogia (de Lucas), na qual consta que o pai de Salatiel foi realmente Neri,
da família de Nata. Tornou-se certo, portanto, que Salatiel, da família de Nata, irmão de
Salomão, tornou-se herdeiro do trono de Davi, quando falhou a linha de Salomão, na
pessoa de Jeconias. Assim Salatiel e seus descendentes foram transferidos, como "filhos
de Jeconias" para a tábua genealógica real, segundo a lei judaica. (Vede Nm 27.8-11.)
Depois as duas genealogias coincidem por duas, ou melhor, por quatro gerações. Então
aparecem seis nomes em Mateus que não se acham em Lucas. A seguir as duas listas
concordam no nome de Nata (Mt 1.15; Lc 3.24) a quem são atribuídos dois filhos
diferentes, Jacó e Heli; mas somente um é o mesmo neto e herdeiro, José, o marido de
Maria, o reputado pai de Jesus, que se chama o Cristo.
A súmula do exposto é que tendo sido extinta a linha de Salomão em Jeconias,
que morreu sem descendência, tornou-se Salatiel, da casa de Nata, herdeiro do trono de
Davi, e desta forma entrou nas tábuas genealógicas como "filho de Jeconias". Lucas
escrevendo para os gentios dá a tábua genealógica de Jesus Cristo, como filho legal de
José, segundo seu nascimento. Mas Mateus escrevendo para os judeus, dá a lista dos
herdeiros ao trono.
O ALIMENTO DE JOÃO BATISTA
"O gafanhoto de que se alimentava João Batista era o inseto saltador que se
conhece hoje ou alguma planta com aquele nome?"
De acordo com o conciso Dicionário Bíblico, há, pelo menos, nove termos nos
originais da Bíblia como designativos desse inseto. A passagem de Êxodo 10, referente
à praga que se abateu sobre o Egito, está corretamente traduzida por gafanhoto como
nós o conhecemos, ou seja, inseto saltador. Não havia nenhuma proibição bíblica de
comê-los. (Conf. Lv 11.22.) Era alimento apreciado desde os primitivos tempos. Eram
assados ou secos ao sol, depois eram comidos como grãos tostados. Afirma-se que têm
sabor de camarão.
A CHAMADA DE PAULO
"Há alguma contradição entre os textos de Atos 9.7 e 22.9? No primeiro temos
que os acompanhantes de Saulo 'ouviram a voz', enquanto no segundo, referindo-se ao
mesmo fato, está registrado que eles 'não ouviram a voz'."
No momento em que Jesus apareceu a Saulo no caminho de Damasco,
rodeando-o de uma luz e dizendo-lhe: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" os
acompanhantes ouviram a voz mas não viram a pessoa de Jesus: At 9.7. O texto de Atos
22.9, segundo as melhores traduções, afirma que eles ouviram a voz, porém sem
entenderem o sentido das palavras, e que também viram a luz. Há, certamente, uma
falha de tradução na Almeida Simplificada, ao registrar em Atos 22.9: "... mas não
ouviram a voz...". As principais traduções, como a Revisada da SBB, a Versão da
Imprensa Bíblica Brasileira e a edição em espanhol de Casiodoro de Reina, 1569
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(revisada em 1602, 1909 e 1960), registraram: "... mas não entenderam a voz..."; em vez
de: "... não ouviram a voz...". Em 26.13,14 do mesmo livro temos ainda outras
informações, a de que a luz envolveu também os companheiros de Saulo, que caíram
por terra, e a língua usada por Jesus foi a hebraica. Como se vê, um texto completa o
outro, não havendo qualquer contradição entre eles.
A CRIAÇÃO DOS ANJOS
"Quando os anjos foram criados, Deus tinha ciência de que um deles - Satanás -
se rebelaria? Por que, então, criou os anjos?"
Sim, tinha. Um dos atributos de Deus é onisciência. Seu conhecimento é
perfeito, absoluto. Ele conhece o passado, o presente e o porvir. Conhece tão bem o
eterno passado como o futuro eterno. Temos de nos conscientizar dessa verdade. Temos
de nos conformar com ela, porque não a podemos negar. Se Deus não conhecesse o
eterno futuro, Ele não seria Deus. Só concebemos Deus como aquele ser que tem todo o
poder' no Céu, no Universo, e na Terra. Deus criou os anjos porque necessitava deles
para o servirem, para o glorificarem, para o adorarem. A previsão da rebeldia de um
grupo não podia impedir que o Todo-poderoso deixasse de executar o que fora
planejado. Como oportuna, incluamos na resposta a esta consulta a seguinte pergunta
que constantemente nos é feita, e da qual muitos se valem para depreciar a obra de
Deus: "Se Deus sabia que o homem ia pecar, por que o criou?" Respondemos - Deus
apesar de saber disso, criou o homem por causa do seu imensurável amor para com
aqueles que haveriam de herdar a salvação: Hb 1.14. O plano divino é eternal e, por
isso, nenhuma força no universo pode modificá-lo ou impedir que ele se realize. Por
causa dos que não quiseram no passado, dos que rejeitam no presente e dos que
recusarão no futuro a graça oferecida por Deus, esse Deus de amor não poderia deixar
de mostrar a sua inefável bondade para com aqueles que no passado aceitaram, para
com os que no presente estão recebendo, e para com os que no futuro aceitarão com
corações transbordando de alegria o eternal plano de salvação. Essas verdades sublimes,
que não podem ser contraditadas, estão reveladas na Palavra inspirada do apóstolo
Pedro: "Eleitos segundo a presciência de Deus o Pai, em santificação do Espírito para a
obediência", 1 Pe 1.2a. Não aceitamos uma predestinação arbitrária que permite uma
vida desregrada para os "contemplados" porque isso ofende a santidade de Deus. Mas
cremos numa eleição em santificação do Espírito para a obediência. Foi para isso que
Deus nos chamou, e isso glorifica o seu nome.
QUAL O NOME DO SOGRO DEMOISÉS?
"Qual é o nome do sogro de Moisés, o que se vê em Êxodo 2.18 ou o citado em
Êxodo 3.1?"
Reuel, citado em Êxodo 2.18, e Jetro mencionado no capítulo 3, versículo do
mesmo livro, são a mesma pessoa. Diz o Dicionário da Bíblia, de Davis, que Reuel
significa amigo de Deus, e que seria realmente o nome do sogro de Moisés. Jetro seria
nome de um título honorário a ele pertencente. O nome de Reuel, como sogro de
Moisés, só aparece na passagem citada. O nome Jetro, no mesmo sentido, aparece nove
vezes na Bíblia.
A ORAÇÃO DE JOSUÉ
"No livro de Josué (10.12-15) está escrito que Josué mandou parar o Sol. Mas,
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segundo a Ciência, é a Terra que gira em torno do Sol. Como é que Josué mandou parar
o Sol se o mesmo está parado segundo a nossa concepção?"
O Sol - centro do nosso sistema planetário - está apenas relativamente parado, já
que anda, em corrida veloz, rumo à estrela Vega, na constelação de Hércules, arrastando
o sistema em causa. Este é, em certo aspecto, o seu movimento de translação. Quanto ao
de rotação, o astro-rei leva 24 dias e 15 horas para completar uma volta em torno do seu
eixo. Pode-se dizer, portanto, que o Sol está parado, mas em relação ao nosso sistema
planetário. Apesar disso, ainda hoje os próprios cientistas usam as expressões: "pôr-dosol"
e "nascer do sol". O povo diz com freqüência: "O sol vai alto" ou "o sol vai para o
sul". Contudo, nos dias de Josué e segundo a astronomia egípcia, eram o Sol e a Lua
que andavam ao redor da Terra. Claro que a Bíblia não é um compêndio de ciência, mas
as suas assertivas são verdadeiras. Emprega, porém, uma linguagem popular, a fim de as
verdades divinas poderem ser assimiladas, mesmo pelas pessoas mais humildes.
Josué, ao dirigir-se ao Sol, aplicou o termo "deman". exarado 21 vezes no Velho
Testamento, significando, entre outras coisas, silencia-te. A palavra hebraica para
detém-te é "amad". a qual ocorre centenas de vezes no Antigo Testamento, sendo geralmente
traduzida por ficar de pé ou deter.
Admite-se. nos meios científicos, que a revolução da Terra em torno do seu
próprio eixo é motivada pela ação do Sol sobre o nosso planeta. Assim, quando Josué
ordenou: "Sol. aquieta-te" ou "detém-te", a rotação do Globo Terráqueo teria diminuído
substancialmente por via de um temporário enfraquecimento da ação solar sobre ele.
Existem, como é óbvio, outras teorias para explicar a detenção do Sol narrada no livro
de Josué, porém cremos na palavra bíblica.
Finalmente, os astrônomos modernos deram-se ao trabalho de buscar, no
calendário astronômico, se de fato teria realmente ocorrido o evento. Depois de buscas e
fastidiosos estudos, concluíram que, efetivamente, falta um dia no calendário astronômico,
concluindo então, que o quase um dia inteiro (Js 10.13b), correspondem a 11
horas e cinqüenta minutos, sendo assim provado que de fato a Terra esteve parada por
todo um dia de Sol.
MORTE E HADES
"Na parábola de Lucas 16.23, diz que o rico foi para o 'Hades' e Lázaro para o
'Seio de Abraão'. Gostaria de saber onde se situava um e outro lugar."
Em primeira instância podemos declarar que é impossível situar a localização
geográfica destes dois lugares, por se tratar da habitação dos espíritos. Todavia,
apresentaremos a posição bíblica analisando ambos, dentro do parâmetro contextual
divino "além-túmulo".
Primeiramente, a palavra "hades", no Novo Testamento, é a transliteração do
vocábulo grego "Hades", expressão essa usada para indicar o lugar dos espíritos que se
foram daqui, isto é, o submundo. Eqüivale ao termo "sheol".
Na tradução septuaginta ou LXX, hades é a tradução constante do termo
hebraico "sheol". Essa dimensão é pintada como lugar que consiste de duas divisões, a
saber: uma para os ímpios e outra para os justos. A divisão para os justos também é
denominada nos escritos judaicos de "seio de Abraão" por conotar um lugar de descanso
e tranqüilidade. Equivale dizer que Jesus empregou os termos hebraicos nesta
passagem. Assim, tanto faz dizer "seio de Abraão" (termo hebraico), como "Paraíso"
(termo grego), porque ambos são análogos.
O Paraíso foi arrebatado desde as partes inferiores da terra para um lugar situado
perto do trono de Deus. Esta mudança produziu-se durante a ascensão de Cristo. Esta
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afirmativa está em concordância com as palavras de Paulo em Efésios 4.8-10, nas quais
se refere à descida aos lugares mais baixos da terra, realizada por Cristo, que, na sua
subida, "levou cativo o cativeiro". Os mortos em Cristo estão ausentes do corpo e
presentes com o Senhor: 2 Co 5.3. Paulo foi "arrebatado ao Paraíso" indica que o
Paraíso foi mudado de lugar. O apóstolo desejava partir e estar com Cristo. Os que
morreram em seus pecados estão nas regiões inferiores e somente depois do Milênio
eles ressuscitarão (Jo 5.29), a fim de comparecerem diante do Trono Branco, onde serão
julgados e receberão a condenação eterna, sendo lançados na "Geena", isto é, no lago de
fogo ardente, preparado para o Diabo e seus anjos.
Em segundo lugar concluímos que:
• A alma sobrevive à morte física.
• A alma, mesmo depois da morte, continua dotada de consciência, memória e
razão.
• Os justos entrarão em um estado infinitamente melhor do que este que ora
vivem.
Finalmente, fazemos nossas as palavras do profeta Malaquias: "Então vereis
outra vez a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus, e o que não o
serve", Ml 3.18.
O SERMÃO DE ESTÊVÃO
"Em Gênesis 46.27 e Deuteronômio 10.22, consta que 70 almas foram de Canaã
ao Egito, mas em Atos 7.14 esse número é elevado a 75 almas. Como se explica?"
A tradução do Velho Testamento chamada Septuaginta (LXX) ou tradução dos
setenta, por ter sido traduzida por cerca de setenta judeus, dá como sendo o número de
75 pessoas que foram de Canaã ao Egito, morar na terra de Gósen, no tempo de José.
Esse é o número de que Estêvão, no seu sermão, falou em Atos 7.14. Essa diferença do
texto hebraico talvez seja por ter a Septuaginta incluído os netos de José. Considere-se
que a mencionada tradução era muito usada no tempo de Jesus e dos apóstolos, e foi ela
que Estêvão tomou por base.
QUEM CRIOU SATANÁS?
"Satanás existe antes da criação do mundo? Quem o criou? Como ele veio a
pecar?"
Reconhecemos, com humildade, que alguns assuntos envolvem em verdade profundos
segredos e ninguém tem o direito de conhecer qualquer coisa que porventura
seja impenetrável: Dt 29.29. No nosso desejo de atender os leitores, somente desejamos
esclarecer pelo Senhor e por sua Palavra. Efetivamente, Deus não criou Satanás. Deus
criou os exércitos celestiais, os anjos e entre eles estava um chamado até de "Estrela da
Alva". Os profetas Isaías e Ezequiel apresentam um quadro que geralmente é aceito
como sendo de dupla interpretação: refere-se parcialmente ao rei de Tiro no sentido
histórico e, parcialmente a Satanás, num sentido profético mais extensivo. Esse anjo de
luz, grandemente honrado nos céus, um dia intentou rebelar-se contra Deus, pelo que foi
julgado, punido e expulso. A muitos perturba o fato de tal rebelião ter ocorrido no Céu,
lugar de perfeição. No entanto, devemos reconhecer que não partiu de Deus. A rebelião
originou-se no coração de Lúcifer. A perfeição absoluta somente pertence â Deus e
qualquer criatura que dele se afaste pode vir a ser um terrível pecador. Por haver pecado
sem tentação exterior, Satanás não tem direito ao perdão. Quanto à onisciência e à
presciência de Deus, estes atributos não foram atingidos porque Deus permanece o
21
mesmo, Lúcifer foi quem mudou e mesmo para a rebelião de um anjo de luz Deus tem
solução perfeita, pois embora a queda de Satanás tenha ocorrido antes dos dias da
humanidade, vale lembrar que o Cordeiro de Deus também foi imolado "perante Jeová"
desde antes da fundação do mundo. Não desonra a Deus o pecado de Satanás. Desonra
sim, a Satanás mesmo. Deus continua sendo o sustentador do universo e um Ser de
absoluta moral e perfeição. Qualquer que dele se aproxima alcançará sua bênção, seu
refúgio e sua graça sem igual.
SAUL PERANTE SAMUEL
"Acaso há contradição entre 1 Samuel 15.35 e 1 Samuel 19.24? Na primeira
passagem afirma-se que 'nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte', e, na
segunda, que Saul profetizou diante de Samuel."
Note-se, no segundo texto, que é Saul que está diante de Samuel e não este
diante daquele. Samuel, que já havia deixado Saul oito anos antes, presidia as
assembléias de profetas, ou casa de profetas, espécie de escola ou seminário onde se
anotavam e arquivavam os fatos notáveis da vida religiosa e nacional do povo, além de
servirem de reunião de ensino e de louvor e adoração a Deus. O contexto revela que
Davi, ao fugir de Saul, procura Samuel em Rama, de onde ambos seguem para a casa
dos profetas. Então Saul, depois de enviar mensageiros em busca de Davi e de saber que
eles, esquecidos de sua missão, estavam profetizando envolvidos pelo Espírito de Deus,
foi ele mesmo à assembléia dos profetas e "profetizou diante de Samuel".
MORADA DE SATANÁS
"Muitos asseveram que o palácio do Diabo é no Inferno, mas em Efésios 6.12
indica ser nos ares. Explique, por favor!"
Em primeiro lugar deve ficar patente que o texto não fala de palácio nem de
inferno, mas encerra um posicionamento psicológico. Metaforicamente, a armadura
reveste o corpo, quando realmente deveria revestir o espírito, uma vez que "não temos
de lutar contra a carne e o sangue", isto é, não vamos despender esforço físico, senão
metafísico contra os principados, dando idéia de um batalhão, um agrupamento de
autoridades; contra as potestades, ensejando personalidades dotadas de grande poder, e
contra os príncipes, arrefecendo um pouco essa autoridade coercitiva, tornando essas
personagens menos agressivas, porém, mais sugestivas, amorais e persuasivas e, por
fim, contra as hostes espirituais da maldade, falanges destinadas a incutir a maldade no
espírito do indivíduo. Essas agressões podem estar nos lugares celestiais, isto é, no
nosso ambiente celeste. Na nossa disposição para as coisas de Deus. Essas agressões
não são de corpo contra corpo, mas de espírito contra espírito tentando-nos a desistir do
ideal a que nos propusemos. Essa luta demanda toda oração e súplica em todo o tempo,
pois a batalha é contínua e incessante e estamos sempre sujeitos aos dardos inflamados.
Traduz-se, normalmente, a palavra inferno como "Sheol" (seol), Hades e Geena. A
primeira poderia significar lugar de inquisição dando a idéia de alguém que esteja em
determinado lugar aguardando um interrogatório. Pode ter também o significado de
profundeza, lugar de mortos, sepultura, de onde é impossível sair, abismo. O vocábulo
correspondente no grego é "hades", ou "haidês", com a mesma impressão de
inexpugnável, por cujas portas não se pode passar para fora. Uma vez ali colocada, a
alma não poderá livrar-se. Jesus, porém, está de posse das chaves da morte e do Inferno
(Ap 1.18), este último representado também pelo termo hebraico "Gêhinnon", que
designa um vale de propriedade de Hinom ou de seus filhos, situado, segundo
22
historiadores, mas sem muita afirmação, a dois quilômetros de Jerusalém, próximo ao
ribeiro de Cedrom. Nesse vale estava o "santuário" de Moloque, onde se ofereciam
crianças em sacrifício, atirando-as a uma fogueira permanentemente acesa. O rei Josias
destruiu o "santuário" ( 1 Rs 11.7; 16.3; 23.10) e o local continuou a ser usado para a
cremação de cadáveres de criminosos e de animais, como também de toda a espécie de
lixo. O termo hebraico passou ao grego como Geena, simbolizando o Inferno, como
lugar onde o fogo nunca se apaga: Is 66.24; Mc 9.43-48. A tradição judaica dizia que o
vale de Hinom era a porta do Inferno, querendo aludir que se a porta era tão terrível, o
que não seria o seu interior. Sua localização é muito discutida, como discutido é o local
exato do Inferno, mas devemos estar certos de que se a Geena existiu, assim é claro que
o Inferno existe também. Só que as suas portas não prevalecerão contra a Igreja de
Deus.
OS DOZE
"Se Judas Iscariotes suicidou-se antes da morte e ressurreição de Jesus (Mt 27.5)
e se Matias tomou o seu lugar como apóstolo, como se explica 1 Coríntios 15.5?"
A expressão "os doze" é designativa do colegiado inaugurado por Jesus, ao
escolher os doze homens dentre os que se tornaram seus discípulos. Jesus era seguido
por grandes multidões, mas o apóstolo Paulo identifica 500 irmãos: v.6. Sabendo-se que
a epístola foi escrita cerca de 57 anos depois da ascensão de Cristo, é lícito deduzir que
a posição de Matias no colegiado se havia alicerçado o bastante para que a expressão
"os doze" o incluísse no lugar de Judas, há muito desaparecido. E essa expressão era tão
regular que o apóstolo Paulo a empregou sem ressentir-se de dar uma explicação maior
do texto, quanto a ser Matias e não Judas o duodécimo apóstolo. A narração de Lucas
em Atos 1.2, diz que Jesus deu mandamentos aos apóstolos que escolhera, sem dizer
que Judas já não estava entre eles e que Matias não tinha sido ainda escolhido.
JEREMIAS OU ZACARIAS?
"Em Mateus 27.9, lê-se: 'Então se cumpriu o que profetizou o profeta
Jeremias...', porém quem vaticinou realmente foi Zacarias. Pergunta-se: Como se
explica esta contradição?"
Diversas teorias engenhosas têm surgido para solucionar o problema, e dentre
elas, citemos algumas:
1. Alguns têm sugerido que o autor citou de memória, e que por isso
simplesmente incorreu em pequeno equívoco.
2. Orígenes, ao tentar solucionar o mistério, supôs que a passagem se encontra
em algum livro apócrifo de Jeremias. Jerônimo chegou mesmo a encontrar uma referência
em certo livro apócrifo de Jeremias, mas pensou que esse versículo, na obra
apócrifa, em realidade fosse uma citação tirada do livro original de Zacarias, pelo que o
problema permanece até hoje.
3. Eusébio pensava que o livro original de Jeremias tivesse essa citação, mas que
os judeus a apagaram de todas as cópias, por causa de sua conexão com a história de
Jesus. Entretanto, disso não há prova alguma.
Agostinho concorda com a primeira posição, dada acima, afirmando que o
motivo foi um lapso de memória. Entre os teólogos modernos, Alford também concorda
com isso, dizendo: "Provavelmente a citação foi feita de memória, sem exatidão". Essa
explicação é, de fato, contrária e incompatível com a inspiração divina da Escritura
Sagrada.
23
Na realidade, após um estudo mais acurado do assunto, entendemos que no texto
de Mateus, há, em verdade, uma alusão a Zacarias 11.12,13, mas as palavras não
concordam pormenorizadamente nem em hebraico, nem em grego (LXX). O acréscimo
mais importante é a palavra "campo", sobre a qual depende o cumprimento da profecia
citada pelo evangelista. Tanto esta palavra, como as idéias relacionadas a ela, são
oriundas de Jeremias 32.6-9, onde ocorre a transação de um campo por tantas moedas
de prata.
Gostaríamos de salientar também ao leitor que a relação entre a profecia e seu
cumprimento, a que o evangelista chama a atenção, depende dos dois trechos do Velho
Testamento. É compreensível então que dos profetas, o evangelista escolhesse Jeremias,
sendo até o maior e mais antigo dos dois e que também fornece a palavra essencial da
citação. Segundo Champlin, teólogo norte-americano, a referência feita a Jeremias
também se deve ao fato de que esse profeta aparecia em primeiro lugar entre os livros
proféticos, e que ele fez a citação sob o nome daquele que figurava em primeiro lugar
entre esses livros, ao invés de identificar com mais exatidão o autor dessas palavras.
Já Meyer procurou resolver a dificuldade explicando que não é provável que o
autor do evangelho de Mateus incorresse em tão grande equívoco, porquanto em
muitíssimas outras passagens ele demonstra ter bom conhecimento do VT, e que é
provável que tivesse usado o material básico de Jeremias 32.6,14, como vimos acima, e,
mediante uma paráfrase, produziu a citação que encontramos aqui. Essa paráfrase teria a
intenção de destacar o sentido original do autor, ou de explicar mais completamente as
implicações dessa profecia. Isto nos parece ser o mais provável, para explicar o texto de
Mateus.
O TEMPLO DE SALOMÃO
"Há contradição entre os versículos de 1 Reis 6.38 e João 2.20? Nos quais se diz
que o templo foi construído em sete anos e quarenta e seis anos respectivamente?"
O templo citado em 1 Reis 6.38 é o Templo de Salomão, e o mencionado em
João 2.20, é o Templo construído por Herodes, o qual mandou edificar essa obra com
muita suntuosidade, visando agradar os judeus, para firmar o reinado sobre eles, apesar
de ser um edumeu.
OS DOIS MALFEITORES
"Como explicar Mateus 27.44 e Marcos 15.32, onde se diz que os dois
malfeitores crucificados com Jesus o injuriavam, e blasfemavam contra Ele, com Lucas
23.39,40, que afirma ser um só o blasfemador, e o outro não, antes censurava seu
companheiro em defesa do Senhor, a quem fez o célebre pedido: 'Senhor, lembra-te de
mim, quando entrares no teu reino'?"
Não há dificuldade em conciliar estas passagens. Os evangelhos não foram
escritos ao mesmo tempo, nem no mesmo local, nem destinados às mesmas pessoas:
Mateus, por exemplo, apresenta Jesus como o Messias, e foi endereçado primeiramente
aos judeus; Marcos apresenta o Senhor como Maravilhoso, e destinou-se aos gentios;
Lucas mostra o Mestre como o F'lho do homem, e teve endereço pessoal a Teófilo; João
mostra o Salvador como o Filho de Deus, e é o Evangelho Teológico destinado a todos
os crentes. Mateus e João foram apóstolos e tiveram a oportunidade de ver e ouvir
melhor tudo o que se passou com Jesus, pois conviveram com Ele por mais de três anos;
Lucas e Marcos não foram apóstolos. Para escrever seu evangelho, Lucas só o fez
depois de haver-se "informado minuciosamente de tudo desde o princípio", 1.3. De
24
Marcos, se diz que foi informado do que conhecera pelo apóstolo Pedro, talvez por não
possuir conhecimento e instrução suficiente do que ocorrera. É uma verdade conhecida
que duas ou mais pessoas, ao presenciarem o mesmo fato, divergem, ao descrevê-lo,
mas essa divergência, quando não prometida, é benéfica, pois completa a descrição.
De fato, os Evangelhos foram escritos sem prévia combinação entre seus
escritores. Desse modo, um descreve um fato que o outro não narra. Mateus e Marcos
deram ênfase a que os dois ladrões que estavam sendo crucificados com Jesus blasfemavam
e zombavam. E isso foi verdade, porque ambos estavam revoltados, pois julgavam
que a crucificação de Jesus apressara a própria crucificação deles. Lucas, por sua vez,
relata o sucedido, ou seja, a conversão de um dos malfeitores, enquanto o outro
continuou com o coração endurecido e fechado para a grandiosidade da obra que
presenciava. A descrição dessa minúcia que completou o ocorrido no Calvário foi citado
pelo médico amado, Lucas, visto que se informara "minuciosamente de tudo".
Desejamos enfatizar que esse comentário em nada contraria a inspiração divina das
Escrituras. Na inspiração Deus usou também a ação dos escritores bíblicos. Uma prova
irrefutável disso são as próprias palavras de Lucas já citadas: "Havendo-me já
informado minuciosamente de tudo desde o princípio". Deus usou ainda a idéia do
escritor, a sua instrução, os seus conhecimentos, etc. Pedro, o pescador, não poderia
jamais ser usado para descrever a sublimidade do Evangelho e a sua eficácia, como o foi
Paulo, o apóstolo. Mas Deus, pela inspiração, fez com que a ação, o pensamento, a
instrução do escritor bíblico fossem adaptados a revelar unicamente o plano divino, ao
escoimá-lo de qualquer sombra de erro.
SOFRIMENTOS INCOMPREENDIDOS
"Por que o justo mesmo estando sobre a proteção de Deus sofre tribulação?"
O que devemos analisar de imediato é que a lei da semeadura e da colheita está
em pleno vigor.
A Palavra de Deus preceitua que tudo quanto o homem semear, isso também
ceifará. Não raro, sofremos apenas a conseqüência de nossa imperícia.
Todavia, existem casos que desafiam e anulam essa justificativa. Então, surgem
as perguntas: "Por que sofre o justo?"; "Por que o cristão, protegido pelo amor de Deus,
padece tribulações?"; "Por que o ímpio, que amaldiçoa e escarnece da divindade parece
vencer e prosperar em todas as coisas?; "Como explicar que alguém no vértice de sua
comunhão, com Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo, se veja de repente
soterrado pela adversidade, pela tragédia e pela destruição?"
Estas perguntas não são novas. Foram sempre a arma maliciosa e cruel que os
céticos e materialistas usaram, e ainda usam, para ridicularizar e pôr em dúvida a
confiança e a firmeza dos fiéis, ao se encontrarem falidos e desamparados. Estas perguntas
têm sido um dilema insolúvel até mesmo para os religiosos mais sinceros de
todos os tempos. Nos dias de Jesus, após a realização de uma cura, indagaram-lhe os
seus discípulos: "Mestre quem pecou para que este homem nascesse cego, ele ou seus
pais?"
Ainda hoje prevalecem essas conjecturas. "Sofremos porque nossos pais
pecaram" - dizem uns. "Sofremos - argumentam outros - porque nós mesmos pecamos
em tempos remotos; pagamos dívidas antigas, a fim de evoluirmos espiritualmente."
Pergunta-se então ao próprio Cristo: "Terá o sofrimento caráter tão-somente negativo?"
Eis a resposta do Mestre Divino: "Nem ele nem seus pais pecaram, mas isso aconteceu
para que se revelasse a glória de Deus". E para que coisa mais positiva do que revelar-se
a glória de Deus entre os homens?
25
O grande enigma do sofrimento dos justos é-nos impossível decifrar.
A par destas difíceis perguntas, há ainda quebra-cabeças como "Por que o Céu,
sendo um lugar onde não entra pecado, foi justamente o berço da iniqüidade, com a
rebelião de Lúcifer?", ou dilemas semelhantes a "Como podia Deus ser eterno, em
termos absolutos e ao mesmo tempo deixar-se subjugar pela morte no Calvário?", ou
ainda, "Como Deus, sendo um Deus de amor, permite um filho seu morrer incinerado
num desastre aéreo, em plena viagem missionária?", são segredos que talvez nunca
conseguiremos perscrutar nesta vida.
Entretanto, como a questão do sofrimento dos justos afeta decididamente o
nosso dia-a-dia, rogamos a Deus que, pelo poder do seu Espírito Santo, rasgue novas
perspectivas e descortine novos horizontes na compreensão e no entendimento do amigo
leitor, a fim de que vislumbre, bem mais e melhor, as razões por que Deus permite a
provação.
De fato, temos de convir, quer queiramos ou não, que Deus não procede, em
geral, e também neste caso, como nós gostaríamos que Ele agisse. Não é assim no
mundo material, nem no espiritual. Os terremotos e os tufões não são os seus meios
ordinários, mas extraordinários. A razão por que Deus permite certas coisas, encontra-se
além das nossas conjeturas. Contudo, poderemos estudar suas obras na natureza, e
acharemos que concordam com as obras da sua providência: Mt 6.25-32. "Deus tem a
eternidade perante si", diz santo Agostinho, e "pode esperar". O seu tempo não é
limitado como o do homem, que, se tem alguma coisa a fazer, quer fazê-lo logo, pois a
noite vem. Porém, não é assim com Deus: Ele opera, em nosso pensar, deliberada,
segura e irresistivelmente.
Não devemos contar os anos de Deus como contaríamos os poucos dias a nós reservados:
"Não retarda o Senhor a sua promessa como alguns entendem". O nosso fraco
alcance, a profundidade do infinito e a sua extensão, lembram que os juízos de Deus são
muito profundos. Aprendamos, portanto, que quando Deus trabalha, ninguém pode
impedir; contudo, Ele trabalha como o eterno Deus: Jo 13.7.
ALELUIA
"Qual o significado da expressão 'Aleluia'?"
Com a grafia "allelujah", de origem aramaica e significando louvai ao Senhor,
essa palavra passou à igreja cristã através da Versão dos Setenta. O termo original
hebraico "hallelu-yahweh", louvai vós. "yah", forma abreviada de "yahweh", ocorre
vinte e quatro vezes nos salmos e é variante de termos com a mesma significação que
não parecem pertencer ao mesmo texto, mas incursões alheias durante a leitura, por
efusão da alegria espiritual do ouvinte, tanto quanto nos dias atuais se ouve em nossas
reuniões. Por isso, ocorrem tanto no início como no meio ou no fim dos salmos, dando a
entender que o tradutor registrou na transição o fato de se ouvirem essa palavra por
ocasião da leitura. Pode também ser uma conclamação - ainda alheia - para que os
ouvintes glorifiquem a Deus enquanto se faz a leitura, tanto no templo, como nas
sinagogas, ou na igreja cristã. Essa expressão de fervor e gratidão espiritual encontramse
nos salmos 104,105,106,111,112,113,114,115,116,117, 118,135,136,146 a 150. A
sugestão dos salmos com a expressão Aleluia é que eram cantados em ocasiões
especiais de adoração nas sinagogas. "Os salmos 113-118 eram cantados na festa da
Páscoa, do Pentecoste, dos Tabernáculos e da Dedicação, sendo que na primeira delas,
os salmos 113 e 114 eram entoados antes das refeições, enquanto que os 115 a 118, após
o terceiro cálice. (Conferir Mc 14.26.) Os salmos 135 e 136 eram entoados no sábado e
o Grande Halel (SI 146 a 150), juntamente com o SI 145, eram entoados nos cultos
26
matutinos" - HLE, Douglas. Em nossas igrejas, embora a maioria dos irmãos
desconheça a etimologia da expressão, ficam movidos pelo Espírito Santo ao exclamá-la
em voz alta, sentindo um reforço espiritual avivalista que vivifica as reuniões. As
igrejas onde o louvor de Deus é cultivado permanecem ativas, enquanto que nos templos
onde se combate o entusiasmo do povo, há uma carência de vida espiritual.
Portanto, louvai ao Senhor - Aleluia!
DISCOS VOADORES
"Os discos voadores existem?" O assunto é atual, embora seja inverossímil e
incomprovada a sua existência. Esta expressão "discos voadores" foi cunhada há 31
anos pela imprensa ao noticiar a visão de nove objetos em forma de disco voando sobre
Mount Kenneth Arnold, no dia 24 de junho de 1947. Mais tarde criou-se uma expressão
mais elástica -Objetos Voadores não Identificados ou OVNIs. Desde então várias
pessoas começaram a ver estes objetos, sempre de forma misteriosa, nunca em lugares
abertos ao grande público. No momento, de todas as partes do mundo, chegam inúmeros
relatos da existência de objetos voadores não identificados. Mas, 90 por cento destes
relatos diários são imprestáveis por falta de consistência. Sobre este assunto é
necessário considerar outros fatos de suma importância.
1. Os simples enganos. O relatório de 1969 (8.400 páginas) da Força Aérea dos
EUA, que analisou 12.618 visões de OVNIs, afirma que 95 por cento dos relatos
devem-se a "simples enganos de identificação de uma variedade incrível de
fenômenos". Os tais objetos voadores foram confundidos com meteoros, relâmpagos em
forma de bola, reflexões de holofotes nas nuvens, balões meteorológicos, foguetes e até
com insetos que apresentam órgãos fosforescentes localizados na parte inferior dos
segmentos abdominais (os pirilampos, também chamados vaga-lumes, as moscas de
fogo).
2. Mistificações. Para ganhar dinheiro e notoriedade, ou para distrair a atenção
da massa, milhares de pessoas estão prontas a abusar da credulidade alheia, com
exageros ou mentiras bem elaboradas. Religiosos, políticos, vendedores e até cientistas
estão sempre prontos a explorar esta mina que é a credulidade humana.
3. Alucinações. O indivíduo alucinado, isto é, privado temporariamente da
razão, pode não estar mentindo quando afirma sem sombra de dúvida ter visto objetos
voadores não identificados e seus tripulantes, mas isto não quer dizer obrigatoriamente
que a visão seja real. Segundo o psiquiatra Jean Rosembaum, este é o caso do lenhador
Travis Walton, que em 1975 teria sido levado para o interior de um OVNI, no Arizona,
e visto "seres semelhantes a fetos desenvolvidos, de 1,50 m de altura mais ou menos,
com cabeças carecas e ovais, e enormes olhos castanhos". Walton era fã de discos
voadores e, pouco antes do incidente, dissera à mãe que, se algum dia fosse raptado por
um aparelho destes, ela não se preocupasse, pois tudo terminaria bem. As alucinações
podem ser provocadas por enfermidades mentais e por outros meios, inclusive a
ingestão de drogas alucinógenas.
4. Projeções. O psicólogo suíço Kal Jung, falecido em 1961, acreditava que os
OVNIs eram produtos da inteligência e imaginação do homem, "projeções do subconsciente
coletivo, trazidos à tona em tempo de "stress" ou coisa parecida". Aquilo que
sempre foi história de quadrinhos e ficção científica tornou-se na mente do povo,
estranha realidade.
No que diz respeito a fotografias de OVNIs, um artigo de Seleções informa que
elas "têm sido identificadas como discos plásticos de brinquedo atirados ao ar,
fotomontagens, objetos pendentes de fios, sujeira na lente da máquina e manchas de re27
velação". Ninguém ignora as possibilidades atuais da arte fotográfica, especialmente na
fotomontagem.
Finalmente, concluímos: se em cada 100 casos de visões de OVNIs 95 não
passam de simples enganos de identificação de uma variedade incrível de fenômenos,
seria razoável acreditar na existência de tais objetos?
O PECADO DE BLASFÊMIA
"O que significa blasfemar contra o Espírito Santo?"
A blasfêmia contra o Espírito Santo é um pecado singular e somente abrange
aqueles que já experimentaram o poder do Espírito em suas vidas e depois por algum
motivo o rejeitaram com escárnio e endurecimento. Este ato não trata de blasfêmia
contra a Palavra de Deus, ou contra qualquer ministro da igreja, porque para tudo isto
existe perdão, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo é um pecado diferente dos
demais; pois, para ele não há perdão. Os fariseus o cometeram quando, com intuito de
afastar o povo de seguir a Jesus, afirmaram que Ele havia expulsado demônios pelo
espírito de Belzebu: Mtl2.24.Pecado contra o Espírito Santo é rejeitar as mais claras
provas de que as obras de Jesus foram feitas pelo poder do Espírito e alegar que estes
milagres pertencem ao Diabo. Isso é sinal de endurecimento completo, a ponto de não
existir nenhuma esperança de arrependimento e conversão: o pecador torna-se incapaz
de conhecer ou distinguir o divino do diabólico. Aquele que comete pecado dessa
natureza sofre um afastamento imediato do Espírito Santo da sua vida, o que ocasiona
morte espiritual total. É necessário ressaltar que, às vezes, aparecem pessoas, até
chorando, por acharem que pesa sobre elas este pecado e, julgam que nunca poderão ser
perdoadas. Porém, só o fato de estarem arrependidos, desejosos de salvação ou perdão,
prova que não blasfemaram contra o Espírito Santo; pois, o próprio Espírito os está
chamando para o arrependimento.
SEOL
"Que significa a palavra Seol?"
A palavra Seol no AT eqüivale, em sentido, a Hades, no NT. Diferem na forma
porque a primeira é hebraica e a segunda grega. Elas designam o lugar para onde iam
todos após a morte: justos e injustos, havendo, no entanto, nessa região dos mortos uma
divisão para os justos e outra para os injustos, separados por um abismo intransponível.
Todos estavam ali plenamente conscientes. O lugar dos justos era de felicidade, prazer e
segurança. Era chamado "Seio de Abraão" e "Paraíso". Já o lugar dos ímpios era
medonho, ignífero, cheio de dores, sofrimentos. Conforme Efésios 4.8-10, parece que o
Hades situa-se bem no profundo da terra. As referências à entrada de almas nesse lugar
são sempre "desceu" (Cf. Jacó: Gn 37.35; Core: Nm 16.30-33; Jó: 17.16, etc.)
Em todas essas passagens a referência é ao Seol, e mostram um lugar situado nas
profundezas da terra. É de lastimar o fato de que inúmeras referências ao Seol no AT
certas versões em português traduzem por sepultura e outros termos afins, trazendo não
pouca confusão ao leitor comum. As palavras Hades e Seol, aparecem, às vezes,
também traduzidas por Inferno, como em Deuteronômio 32.22; 2 Samuel 22.6; Jó 11.8;
26.6; Salmos 16.10, e em muitos outros lugares do AT, bem como no NT, em Mateus
16.18; Apocalipse 1.18. Um estudante menos avisado ou apressado pode partir daí para
falsas interpretações. O Inferno propriamente dito, isto é, o Inferno eterno como destino
final dos ímpios é chamado Lago de Fogo e Enxofre, mencionado em Apocalipse
20.10,14.
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O Hades é apenas um Inferno-prisão onde os ímpios permanecem entre sua
morte e sua ressurreição que ocorrerá por ocasião do juízo do Grande Trono Branco,
após o reino milenial de Cristo: Ap 20.7,11-15. Outras vezes, a palavra Hades, como já
dissemos, é traduzida por sepultura, como em Gênesis 37.35; 42.38; 44.31; Jó 21.13,
etc. É preciso muito cuidado para evitar ensino errôneo decorrente de imperfeições nas
traduções. É preciso recorrer a obras de renome para consulta e referência, como a
Concordância de Strong e léxicos bilingües das línguas originais, mesmo para os
versados nessas línguas. Para citar só mais um exemplo deste problema, esta mesma
palavra Hades é ainda traduzida por morte em 1 Coríntios 15.55b. Estas diferentes
traduções de uma mesma palavra têm trazido muita confusão entre os menos avisados.
Portanto, antes da vinda de Jesus, a este mundo, todos desciam ao Seol justos e injustos,
havendo uma separação intransponível entre as duas divisões desse lugar.
AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL
"Como se explicam as setenta semanas de Daniel?"
A expressão correspondente no original, significa "setenta setes". Como a
mensagem do capítulo nove de Daniel abrange um longo espaço de tempo, entende-se
que cada uma dessas semanas mencionadas pelo anjo representa sete anos. A Bíblia usa
linguagem semelhante em Levítico 25.8, onde a tradução é feita literalmente como
"semanas de anos". Em Ezequiel 4.5,6 ocorre o mesmo fato, já que estes versículos
tratam também de anos e utilizam o mesmo método simbólico. Portanto, as setenta
semanas de Daniel compreendem 490 anos, ou seja, setenta vezes sete anos assim
explicados, segundo as opiniões mais abalizadas: v.25 - "Desde a saída da ordem para
restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, sete semanas e sessenta e duas
semanas". Esta ordem foi dada por Artaxerxes em cerca de 445 a. C. (leia Neemias 2),
sendo que as primeiras sete semanas correspondem aos 49 anos gastos na reedificação
da cidade. As sessenta e duas semanas seguintes compreendem 434 anos que, somados
aos 49 anteriores, totalizam 483 anos: v. 26 - "E depois das sessenta e duas semanas
será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe que há de vir destruirá a
cidade e o santuário". Assim sendo, estes 483 anos culminam com a crucificação de
Cristo. O povo aqui mencionado são os romanos, que dominavam o mundo
contemporâneo de Jesus, e foram os responsáveis pela destruição de Jerusalém e do
Templo, no ano 70 d.C. Cumprindo-se neste último caso as palavras do Mestre: "Não
ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada", Mt 24.2. "O príncipe que há de
vir" é uma referência direta ao Anticristo, por diversas vezes aludido em outras
passagens bíblicas, o qual se manifestará no fim dos tempos. V. 27 - "E ele firmará um
concerto com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e
a oferta de manjares; e sobre as asas das abominações virá o assolador, e isso até a
consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador". Neste
versículo, chegamos à última fase da mensagem profética, isto é, a septuagésima
semana que começará após o arrebatamento da Igreja e o retorno geral dos judeus à
Palestina, conforme se observa no versículo 26. Convém salientar que este último fato
já está ocorrendo. Na ocasião, o Anticristo fará uma aliança por sete anos com Israel, e
estabelecerá um governo mundial com base no seguimento do antigo império romano,
sob a forma de uma confederação de dez nações: Dn 2.42,43; 7.7,8. Porém, na metade
da semana, ou seja, após três anos e meio, ele quebrará o concerto, dando início à
Grande Tribulação propriamente dita. "O príncipe que há de vir" então tripudiará sobre
o povo israelita "até a consumação" da semana profética e, finalmente, "o que está
determinado será derramado sobre o assolador": Cristo se manifestará, segundo o relato
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de Apocalipse 19, e começará uma era de paz sobre a terra, conhecida como o Milênio.
TIPOS DE BATISMO
"Quantas espécies de batismo existem na Bíblia?"
Preliminarmente, devemos, antes de qualquer explicação acerca do assunto em
pauta, conhecer a palavra batismo, que é, sem dúvida, importante dentro do contexto
doutrinário neotestamentário. Esta expressão se origina do vocábulo grego "baptizõ",
que significa imersão, mergulho, submersão. Daí a razão de Paulo comparar esse ato a
um sepultamento (Rm 6.4), pois é através desta ação que o novo convertido enterra para
sempre o seu velho homem (na linguagem paulina), isto é, seu caráter inconverso,
carnal, natural, pecaminoso, corrompido. Devemos salientar também que o batismo não
salva o homem, mas é tão-somente uma confirmação daquilo que já lhe aconteceu, isto
é, a conversão.
Não somos batizados para a salvação; ao contrário, somos batizados porque já
somos salvos. Esclarecemos, também, por via de dúvidas, que o batismo por aspersão é
uma incoerência. Isto eqüivale dizer: "imersão por aspersão". Faz sentido?
No que tange ao número de batismos existentes na Bíblia, o autor aos Hebreus
parece fazer alusão ao assunto quando fala da "doutrina dos batismos", Hb 6.2.
Entretanto, entendemos, pelo contexto do capítulo, que o escritor está apenas
classificando este assunto no rol das doutrinas rudimentares para novos convertidos
como o a-bê-ce- da vida cristã. Apesar da explicação acima, parece-nos viável salientar
que as Escrituras Sagradas, mormente no Novo Testamento, apresentam algumas
espécies de batismo.
Na tentativa de esclarecer a questão supra, o articulista Venâncio R. dos Santos,
em artigo publicado num periódico evangélico, enumera, com muita propriedade, sete
tipos de batismo:
1. O batismo de João, também chamado de batismo do arrependimento: Lc 3.3;
7.28; At 18.25.
2. O batismo do sofrimento que é aquele com que Cristo foi batizado; qualquer
servo de Deus pode recebê-lo: Mc 10.38,39; Lc 2.50.
3. O batismo cristão-apostólico, que é ministrado em nome da Trindade: Mt
28.19,20; At 2.38; 19.5.
4. O batismo pelos mortos - uma heresia muito difundida no tempo dos
apóstolos; citada, mas não aprovada por Paulo: 1 Co 15.29.
5. O batismo de Moisés - na nuvem e no mar: Êx 14.15-25; 1 Co 10.2.
6. O batismo com o Espírito Santo que é efetuado por Jesus Cristo: Mt 3.11; At
2.1-4.
7. O batismo no corpo de Cristo. Este é realmente realizado pelo Espírito Santo
imergindo o novo convertido no corpo místico de Jesus, a Igreja.
Das sete espécies de batismo encontradas no Novo Testamento - continua o
articulista - três merecem destaque, por terem missão específica no âmbito da Igreja:
1. O batismo nas águas, que exterioriza a nova vida que o recém-convertido
assume interiormente. Por esse batismo, o novo convertido é introduzido na igreja local:
At 2.41.
2. O batismo com o Espírito Santo, que é a concessão do poder, manifesta-se
em dons espirituais, visando à evangelização em todas as dimensões. É o mergulho do
crente no poder do Espírito: At 1.8; 1 Co 12.7-11.
3. O batismo no corpo de Cristo, que é a imersão do novo convertido no corpo
místico de Jesus (a Igreja), feito pelo Espírito Santo no ato da conversão.
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Finalmente, para concluirmos o nosso pensamento sobre o assunto, evocamos
aqui, a propósito, a opinião do renomado escritor J. Edwin Orr, que, em seu livro Plena
Submissão, faz alusão ao assunto supracitado, dizendo: "No batismo com água, o agente
é o ministro, o recipiente é o crente e o elemento a água. No batismo do crente no Corpo
de Cristo, o agente é o Espírito Santo, o recipiente o novo convertido e o elemento é o
Corpo de Cristo: a Igreja. Na outorga de poder (o batismo com o Espírito Santo), o
agente é Cristo, o recipiente é o crente e o elemento é o Espírito Santo."
Portanto, reiterando o que até agora foi visto, podemos declarar mais uma vez e,
sem medo de errar, que a Bíblia Sagrada é a verdade de Deus revelada aos homens.
JOÃO BATISTA FOI BATIZADO COM O ESPÍRITO SANTO?
"Por que João Batista era cheio do Espírito e nunca falou em línguas?"
As línguas estranhas são um sinal exclusivo da operação do Espírito Santo durante
a Dispensação da Graça, ou da Igreja. João Batista foi o último profeta vinculado à
Dispensação da Lei, para a qual não havia o plano de línguas. Só quando os primeiros
discípulos foram batizados com o Espírito Santo (At 2.1-6), então ocorreu o
maravilhoso fenômeno de falar em línguas.
"CAUSA MORTIS" DE JESUS
Se, do ponto de vista espiritual, analisarmos a causa da morte de Cristo,
ficaremos perfeitamente informados que: "Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e
moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas
suas pisaduras fomos sarados", Is 53.5; "Convém que um homem morra pelo povo, e
que não pereça toda a nação. Ora, ele não disse isto de si mesmo, mas sendo o sumo
sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus deveria morrer pela nação. E não somente
pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos de Deus, que andavam
dispersos", Jo 11.50-53; "Estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
Porque apenas alguém morrerá por um justo, pois pode ser que pelo bom alguém ouse
morrer, mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo
nós ainda pecadores", Rm 5.6-8; "O qual [Jesus] por nossos pecados foi entregue", Rm
4.25; "Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos amigos",
Jo 15.13; "Quem os condenará? faos escolhidos] pois é Cristo quem morreu [por eles]",
Rm 8.34; "Foi para isto que morreu Cristo, e tornou a viver: para ser Senhor, tanto dos
mortos, como dos vivos", Rm 14.15.
Por outro lado a "causa mortis" de Jesus, segundo o dr. R. W. Wynek, autor do
livro intitulado paixão de Cristo estudada pela ciência médica moderna, a morte de
quem quer que fosse crucificado "era provocada por cãibras tetânicas e por sufocação,
entre espasmos inenarráveis e em plena consciência. Dando uma visão geral da morte de
um condenado diz ainda que a prolongada expansão dos braços que se verifica na
crucificação reduz gravemente a função respiratória, pela desusada tensão do diafragma,
assim só isto basta para a sufocação. É preciso notar que as mãos dos crucificados não
eram firmadas ao braço horizontal da cruz, atravessando as palmas com pregos, mas
eram traspassados os pulsos onde a resistência era mais forte, pelas robustas formas
palmares e dorsais, que unem solidariamente o conjunto ósseo da mão. O crucificado,
fixo pelos pregos que traspassaram o pulso, ficava com o corpo completamente
suspenso, e isto devia produzir atrozes cãibras tetânicas..."
"Essas cãibras", continua Wynek, "traziam uma dor muito atroz, provocada pela
forte compressão das extremidades dos nervos, enquanto a circulação do sangue, devido
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às contrações que comprimiam os vasos, se tornava fatigante em plena posse da
consciência, como uma agonia cruciante... À morte seguia imediatamente a rigidez
cadavérica, conseqüência da expressiva fadiga dos músculos."
ü evangelista João afirma que da ferida da lança saiu um fio de sangue e água.
Nenhuma estranheza deve apresentar o fato de ter saído sangue ainda fluído, porque
sabemos conservar-se o sangue na aurícula direita do coração dos cadáveres, mesmo
depois de muitas horas após a morte. A saída da água foi explicada, por Barbet, como
oriunda de líquido hidropericardíaco, de origem agônica. Judica, ao invés, defende que
o cruel tratamento da flagelação deve ter causado uma pericardite, sendo o líquido,
neste caso, efeito de suor.
MÁQUINAS
"Que máquinas eram aquelas de 2 Crônicas 26.15?"
Como o próprio versículo indica, tratava-se de armamentos bélicos rudimentares
construídos para proteger Jerusalém e combater seus inimigos. É a primeira vez que a
história bíblica registra a existência desses aparelhos, que eram acionados por cordas e
colocados em lugares estratégicos, nas muralhas da cidade, a fim de que seus
manejadores tivessem a mais ampla visão da área a ser defendida.
ANJO DA GUARDA
"É verdade que cada homem tem o seu anjo da guarda?"
Reconhecemos que os anjos são seres elevados, independentes. Existem, porém,
anjos que não guardaram o seu principado, antes abandonaram o seu próprio domicílio
e, por isso, o "Senhor os tem reservado em trevas, com cadeias eternas para o juízo do
grande dia", Jd v.6.
Encontramos, também, outros lugares na Bíblia, em que se fala desse assunto.
Existem anjos que são maus e procuram prejudicar os homens; há, igualmente,
hostes de anjos bons, criados por Deus e postos para o servir. Eles voluntariamente,
servem a Deus e estão sempre juntos do seu trono, para fazerem a sua vontade.
Salientamos, que não nos é permitido adorar anjos. Está escrito, a respeito de
João. que um dia se prostrou diante do anjo que lhe concedera a revelação maravilhosa.
O anjo, porém, lhe disse: "Vê, não faças tal? Sou servo contigo e com os teus irmãos...
adora a Deus". Os colossenses erraram grandemente nesse assunto, pois prestaram culto
aos anjos. Não podemos assim proceder. Todavia, não rejeitamos a verdade bíblica
sobre as hostes do anjos com as quais os primeiros cristãos tiveram relação íntima.
De fato, Deus tem miríades de anjos, que incumbiu de trabalhos diversos, que
têm a cumprir em relação a nós, os homens. Portanto, não é extraordinário que Deus
possa controlar tudo e cuidar dos nossos interesses, até do menor detalhe de nossa vida.
O mundo de Deus é como uma grande empresa. Existe um chefe, que entrega os
detalhes para os muitos que são seus auxiliares. Deus tem de cuidar de um mundo
imenso de anjos, que executam a sua vontade. Na administração mundial de Deus, os
seres celestiais ocupam um grande e importante lugar.
Sobre a questão, Jesus fala do grande perigo de seduzir alguns dos pequeninos,
porque, diz Ele: "Os seus anjos, nos céus, vêem sempre a face de meu Pai celestial". O
que queria salientar era: "Guarda-te para não te fazeres algum mal, pois os anjos de
Deus sempre se mantêm em íntima relação com o meu Pai, no Céu, e Ele te fará ajustar
contas". Os anjos têm comunicação com o Céu, dando informações a Deus sobre o
alguém que lhe foi entregue para seguir, guiar e auxiliar.
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O ministério dos anjos
A Palavra de Deus diz especialmente que os anjos foram "enviados para exercer
o ministério a favor dos que hão de herdar a salvação". Notamos que, quando se fala da
salvação do homem, geralmente os anjos estão incluídos.
Podemos ainda observar, pela Bíblia, a presença de anjos em relação à
manifestação de Jesus na Terra! Eles anunciaram o seu nascimento; estiveram presentes
quando Ele nasceu; entregaram a mensagem aos pastores, e uma multidão do seu
exército louvou a Deus nos campos de Belém. Os anjos revelaram-se no tempo da
meninice de Jesus e instruíram seus pais como deviam fazer para escapar dos seus
inimigos. Nas ocasiões importantes da vida de Jesus, como na tentação no deserto,
durante a luta no Getsêmane, na ressurreição e na ascensão, Ele foi servido pelos anjos.
E o próprio Jesus, falando a Natanael, disse que assim aconteceria: "Vereis o céu aberto
e anjos de Deus, subindo e descendo sobre o Filho de Deus". No ministério terreno de
Jesus, estava o Céu aberto e os anjos em atividade; por ocasião do seu aparecimento e
durante a sua vida.
Quando os discípulos estavam encarcerados, vieram os anjos e os libertaram.
Paulo, certa ocasião, sofreu um naufrágio, e um anjo, que estava ao seu lado, à noite,
disse que Deus salvaria tanto a sua vida como a dos seus companheiros.
O trabalho dos anjos visa, de fato, ajudar, proteger e guardar aqueles que têm
suas vidas nas mãos de Deus.
Tratando-se da salvação, vemos que os anjos, vez após outra, aparecem. Quando
o Evangelho foi pregado pela primeira vez aos gentios, os anjos lá estavam. Veio um
anjo à casa de Cornélio e disse-lhe a quem deveria chamar e onde, a fim de ouvir o
Evangelho vivo. No tempo em que Filipe estava em Samaria, veio um anjo a ele e disse:
"Levanta-te a vai em direção sul, ao caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se
acha deserto". Filipe creu e deixou-se guiar pela mensagem do arauto celeste, e, assim,
tornou-se instrumento para a salvação do tesoureiro da corte etíope. Ao findar a sua luta
pela fé, Lázaro, segundo as palavras de Jesus, foi conduzido pelos anjos ao seio de
Abraão. Ao ser redimida a alma do corpo, pertence aos anjos a tarefa da sua condução
até o Céu.
Jesus diz, no capítulo 15 de Lucas, que haverá alegria entre os anjos de Deus por
um pecador que se converter. Eles são os fiéis da Casa do Senhor, e acompanham os
filhos de Deus com muito interesse.
Nossos primeiros passos, no caminho da salvação, são observados pelos anjos,
pois foram incumbidos de seguir-nos até chegarmos ao fim. O dever das hostes
angelicais, em relação aos salvos, é o de proteger, guardar, acompanhar e conduzi-los,
por fim, ao Céu.
FESTA DO "ÁGAPE"
"O que era a festa do 'Ágape'?" O Novo Testamento refere-se a esta festa em 2
Pedro 2.13 e Judas v.12. Consistia numa refeição em comum, geralmente ligada à
celebração da Ceia do Senhor, imitando o exemplo de Jesus e seus discípulos, que
participaram da Ceia Pascal, imediatamente antes da instituição da Santa Ceia.
A festa de amor ou Ágape, usualmente formava parte do festim por ocasião de
batismo ou casamento, e também era observada em enterros. No decurso dos tempos
cometeram-se excessos, que degeneraram em abusos, até que a festa foi banida de
várias igrejas e finalmente abolida na Europa.
33
Nas eras primitivas da igreja estas festas promoviam sem dúvida, relações de
amizade cristã e amor fraternal. Tertuliano, na sua apologia, dá-nos uma descrição
muito elogiosa delas. Descreve-nos como se realizava a refeição modesta: a
conversação era produzida sob a convicção de que Deus estava presente; fazia-se
oração, e eram lidas e explicadas as Escrituras, e cantados hinos; a cerimônia incluía o
ósculo de paz e uma coleta para os pobres. (É provável que o costume de velar
cadáveres, como ainda hoje é usado em alguns lugares, tenha tido origem nesta festa.)
Algumas igrejas cristãs, particularmente as metodistas, reviveram, nestes
últimos dias o costume de celebrar ágapes ou festas de caridade; e como a água é o copo
que anima mas não embriaga, tem substituído o vinho. Assim, os excessos são evitados
e a prática não fica exposta aos perigos a que antes estava sujeita.
O SELO DA PROMESSA
"O batismo com o Espírito Santo é o selo da promessa?"
Uma das muitas obras do Espírito Santo é a de selar. Este serviço Ele o faz no
momento em que a pessoa aceita Cristo como Salvador: "E tendo nele crido, fostes
selados com o Espírito Santo da promessa, o qual é o penhor da nossa herança", Ef
1.13,14. É oportuno dizer algo sobre o selo do Espírito Santo nesta dispensação. Muitos
confundem selo com batismo, dizendo serem ambos uma mesma coisa. Não. O selo do
Espírito é a garantia de que somos, a partir da nossa conversão, propriedade exclusiva
do Senhor nosso Deus; e, como afirma Norman Harrison em Efésio, o Evangelho das
Regiões Celestes, comentando Efésios 1.13 e 14: "Quando cremos, o Espírito procura
assegurar o seu direito em nós. Este é o seu trabalho selador. A palavra selar tem três
significados:
1. Uma transação terminada. É imutável o selo de autoridade, é como quando o
tabelião sela um feito ou qualquer documento com selo governamental.
2. Marca da posse. É como quando o gado ou as ovelhas na fazenda são
marcadas, estabelecendo-se o direito de propriedade.
3. Garantia de entrega segura. É como quando um pacote ou um carro é selado
pela companhia transportadora. Isso proíbe qualquer embaraço que impeça o objeto de
chegar ao seu destino. Em cada um e em todos esses sentidos, são os salvos do Senhor
Jesus selados com o selo do Espírito. Quando Paulo fala do selo referindo-se à pessoa
que crer no Senhor, ele evoca os costumes daquelas terras de os negociantes de madeira
marcarem com o seu nome (selo) as toras; e quando os servos iam buscá-las não tinham
dificuldade no reconhecimento, por estar nelas gravado o selo do seu proprietário. O
gado marcado com a marca do nome de seu senhor não podia de modo nenhum
misturar-se com outro gado. Também o Espírito de Deus sela os crentes para não se
misturarem com os mundanos: 2 Tm 2.19. Sendo ele o penhor da nossa herança, no dia
da redenção seremos conhecidos pela marca que nos caracteriza: 2 Co 1.22; 5.5.
Precisamos da assistência do Paracleto celeste até o dia da nossa completa redenção.
Nesse dia, o nosso corpo será libertado de todos os males que ainda o afligem: Rm 8.23.
A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS
"Como se explica a parábola das dez virgens?"
As dez virgens da parábola proposta por Jesus em Mateus 25.1-13, representam
duas fases da nossa vida espiritual. A fase da vigilância, da preparação, da esperança e
até mesmo da ansiedade pelas coisas espirituais, e a fase da dormência, do despreparo,
do descaso e até do abandono, que caracterizam um estado espiritual decadente. Dessas
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fases podem decorrer o alcance da glória de Deus ou a rejeição final: Ap 20.15. Com
este mesmo ensino há outras parábolas que devem ser observada. Necessário se faz
notar que havia nas dez uma "semelhança" com o reino de Deus. As prudentes se
assemelhavam mais do que as néscias. Todavia as prudentes alcançaram o prêmio da
sua dedicação e preparação, entrando para as bodas.
As outras foram rejeitadas. Embora fossem assim todas virgens, todas damas de
honra, as néscias não valorizaram o convite a ponto de prever uma "demora" do noivo e
a necessidade de levar bastante azeite para as lâmpadas, isto é, de manter a perseverança
e a fidelidade doutrinária (2 Pe 3.4)', igrejas há que continuam pregando o Evangelho,
promovendo estudos bíblicos, realizando congressos de mocidade, mas estão
inteiramente afastadas das doutrinas básicas que demonstram a real transformação que o
crente recebe ao aceitar a Cristo. Já não praticam as "primeiras obras", Ap 2.3-5. As
lâmpadas estão "acesas", mas as vasilhas estão vazias.
Muitos perguntam se haverá arrependimento depois do arrebatamento da Igreja.
Acreditamos que sim, mas mesmo que haja, ele será tardio com relação à participação
das bodas, pois, a nosso ver, a porta estará fechada: 1 Co 15.51-54; 1 Ts 4.15-17.
Alguns comentadores acham que era costume ter-se moças durante um casamento que
seguravam lâmpadas e cuidavam para que estivessem sempre acesas, provindo daí o
maior brilho da festa. A maior alegria da igreja deve provir também do seu maior brilho
espiritual.
Sobre o noivo tardar, acreditamos que a longanimidade de Deus espera que cada
um se prepare em tempo e não na última hora. Ouviu-se um grito: é a trombeta de Deus
que soará ajuntando o povo, seguida do alarido que caracterizará a alegria das bodas: 1
Co 15.52; 1 Ts 4.16. Lembremo-nos de que esse grito - essa trombeta - não é para
preparação, mas para sair ao encontro do noivo, num abrir e fechar de olhos. Tentar
"comprar azeite" depois disso será pura perda de tempo. Voltando à questão da
semelhança com o reino, queremos lembrar que há igrejas muito "semelhantes" com a
Igreja de Deus. Fazem tudo muito parecido, e quem olha de fora não percebe a
disparidade entre ambos, não vê a diferença entre a verdadeira igreja e as apenas
semelhantes. Isto tem levado muitas pessoas a perder tempo em igrejas que não
produzem o novo nascimento de seus seguidores. Não os ensina a deixar o pecado, a
vaidade, os maus costumes. Durante anos a fio, essas pessoas continuam enganadas,
pensando que o "azeite" é suficiente e a sua decepção será horrível, quando constatarem
o engano. A cena será indescritível.
Após o sumiço dos que foram com o noivo, pelo arrebatamento, muitos
procurarão examinar as Escrituras na tentativa de encontrar apoio para novamente
fazerem parte do reino de Deus e poderão até provocar a própria morte pela pregação
ostensiva do Evangelho. A agonia será tremenda, por constatarem que a oportunidade
passou. A lição final é que devemos estar, não somente preparados mas avivados,
esperançados, cheios do Espírito Santo, aguardando a vinda do Senhor.
A ORIGEM DOS CALENDÁRIOS
"Quando teve início a Era Cristã? E qual a origem dos calendários, mormente do
nosso?"
"Era" é um acontecimento marcante, que serve de partida de um sistema
cronológico. No que tange à Era Cristã, ela teve início no nascimento de Jesus Cristo. É
comumente escrita em forma abreviada "AD"do latim "Anno Domini" que significa
Ano do Senhor. Para as datas antes do nascimento de Jesus, usa-se a abreviatura "AC"
que se refere às palavras Antes de Cristo. A contagem do tempo que vai de Adão a
35
Cristo é feita no sentido regressivo, isto é, o cômputo de Cristo para Adão. Noutras
palavras, partindo de Adão para Cristo, os anos diminuem até chegar à Era Cristã,
portanto de Cristo para Adão (o normal), os anos aumentam. É que Jesus é o centro de
tudo, e também do marco divisório e central do tempo.
Quando Jesus nasceu, o Império Romano dominava o mundo. Os romanos
datavam seus acontecimentos tomando por base o ano da fundação de Roma: o ano 753
antes de Cristo. Para os romanos, esse ano era o "1 AUC". As iniciais "AUC" são três
palavras latinas "Anno Urbis Conditae" que significam: "O ano em que a cidade foi
fundada". A alusão é à cidade de Roma. A era romana começa em 1 AUC.
A palavra calendário vem do latim "calenda" primeiro dia de cada mês entre os
romanos. Seu uso é tão antigo quanto a própria humanidade. Ao que se sabe, os
primeiros povos a usarem calendário foram os egípcios. Há calendários diversos.
O Calendário romano. Foi organizado por Rômulo, que, segundo a história, foi o
primeiro rei de Roma, então cidade-reino. Reinou em 753-715 a.C. Esse calendário
tinha dez meses de trinta dias. Numa Pompílio, o sucessor de Rômulo, reformou-o,
acrescentando-lhe dois meses, passando o a-no então a ter 355 dias.
O Calendário Juliano. Júlio César reformou o Calendário romano em 46 a.C.
através de seu astrônomo, Sosignes de Alexandria. A partir de então, esse calendário
passou a chamar-se juliano. César cometeu um pequeno erro, ao considerar o ano solar
como tendo 365 dias e 6 horas, quando ele tem 365 dias, 5 horas e 49 minutos. Esses
minutos acumulados anualmente, somaram 10 dias em 1582, o que motivou o papa
Gregório XII a reformar outra vez o calendário. Falaremos desse calendário mais
adiante.
O Calendário de Dionísio. Em 526 d.C, o imperador romano do Oriente,
Justiano I, decidiu organizar um calendário original partindo do ano do nascimento de
Jesus. A tarefa foi entregue ao abade dominicano Dionysius Exigiuus, que fixou o ano 1
d.C, isto é, o ano 1 da Era Cristã. Como mais tarde ficou comprovado, ele devia ter
fixado o ano 1 d.C. cinco anos antes, isto é, em 749 AUC, e não 753. Seu erro foi um
atraso de 5 anos na fixação do ano 1 da Era Cristã. Uma vez concluído, esse calendário
passou a ser adotado em todo o mundo onde quer que o cristianismo se pregava.
Tempos depois, os doutos na matéria encontraram erros no calendário de
Dionísio. Davis, citando o historiador judeu Flávio Josefo, mostra que Herodes morreu
depois do nascimento de Jesus, logo o calendário de Dionísio está errado quando afirma
que Jesus nasceu em 753 ÂUC. Se Herodes morreu em 750, então Jesus nasceu em 749
AUC, isto é, quatro a-nos antes do ano 1 da Era Cristã (?). Notemos que de 753 a 749 há
quatro anos, e não cinco como parece à primeira vista, por causa dos meses que
ultrapassaram de quatro anos. Conforme os estudos dos eruditos, arrendonda-se o
número de anos para cinco, para facilidade de cálculo.
Eis aí a razão por que livros e publicações em geral afirmam que Jesus nasceu
em "5 a.C", isto é, 5 anos antes da Era Cristã, o que é um contra-senso se não houver
uma explicação. Como poderia Jesus nascer 5 anos antes do seu nascimento? A
explicação já demos acima. E, por qual razão perpetuou-se o erro em vez de corrigi-lo?
É que uma vez descoberto o erro (um atraso de cinco anos), sua correção no calendário
acarretaria problemas seríssimos nas atividades humanas. Portanto, as datas atuais estão
atrasadas quase 5 anos.
O Calendário gregoriano. Em 1582 o papa Gregório XIII aconselhado pelo
astrônomo Calabrês Líbio, alterou num ponto o calendário de Dionísio. Gregório tirou
10 dias do ano 1582 a fim de corrigir a diferença de dias devido ao acúmulo de minutos
a partir de 46 a.C. quando César reformulou o calendário. Por causa dessa pequena
alteração o calendário atual é denominado gregoriano. A Grécia e a Turquia ainda
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observam o Calendário juliano, o qual está 13 dias adiante em relação ao nosso.
As datas exatas do nascimento e morte de Jesus não se sabe com precisão. O que
se tem é apenas uma idéia aproximada. A primeira comemoração do Natal de Jesus em
25 de dezembro deu-se em 325, em Roma, mediante o imperador Constantino. Até hoje
a Igreja Ortodoxa observa o Natal em 6 de janeiro, e os armenianos em 19 de janeiro. A
data não importa muito, e sim o propósito e o espírito da comemoração.
As divisões do tempo:
1. O dia. Entre os judeus, o dia ia de um pôr-do-sol a outro. Entre os romanos,
ia de uma meia-noite a outra. As horas do dia e da noite eram computadas
separadamente, isto é, doze e doze, isto entre os romanos: Jo 11.9; At 23.23. Entre os
judeus, no entanto, a hora primeira do dia era às seis da manhã. O mesmo ocorria em
relação à noite.
2. A semana. Entre os hebreus, os dias da semana não tinham nomes e sim
números, com exceção do 6? e 79 dias, que também tinham nomes: Lc 23.54. (Trad.
Brás.)
3. Os meses. Eram lunares. A lua nova marcava o início de cada mês, sendo
esse dia festivo e santificado: Nm 28.11-15; 1 Cr 23.31. Tinham 29 e 30 dias,
alternadamente. Antes do exílio babilônico eram designados por números. Depois disso,
passaram a ter nomes e números.
4. Os anos. Tinham 12 meses de 29 e 30 dias. Os judeus observavam dois
diferentes anos: o religioso, que começava em Abibe (mais ou menos o nosso abril), e o
civil, que começava em Tisri (mais ou menos o nosso outubro).
5. Os séculos. Sua computação: Século I. Compreende os anos 1 a 100
d.C.
Século II. Compreende os anos 101 a 200 d.C.
Século III. Compreende os anos 201 a 300 d.C, e assim por diante.
BATIZAR-SE PELOS MORTOS
"Existia na igreja de Corinto a doutrina de batizar-se pelos mortos? Como
entender 1 Coríntios 15.29?"
Sempre houve os que deram ao batismo nas águas valor sacramentai, valor que
transmite graça ao que recebe o ato. Há igrejas que julgam ser o batismo indispensável à
salvação, e, por isso, batizam até crianças. Nos dias de Paulo," houve os que levaram
esse assunto a tal ponto que julgaram necessário batizar pessoas vivas em lugar de
outras que haviam morrido sem terem oportunidade de receber o batismo.
O texto está indeterminado: "Que farão os que se batizam", parecendo que tal
doutrina existia na igreja local. Tratava-se de um ensinamento estranho, chegado
acidentalmente ao conhecimento da igreja. Paulo, é claro, não estava apoiando essa
doutrina errada, nem podia apoiá-la, pois não encontra base no Novo Testamento.
A PURIFICAÇÃO DE JERUSALÉM
"Como entender o capítulo quatro do livro de Isaías. É literal ou figurado?"
Este capítulo se refere ao dia do Senhor (Grande Tribulação) e à purificação de
Jerusalém. O versículo primeiro fala-nos do castigo das filhas de Sião, conforme
registro em Isaías 3.16-25. Elas, como os homens, serão humilhadas (vv. 16,17); o vigor
do quadro aqui apresentado é realçado pelo contraste com o luxo a que estavam
habituadas: 3.18-24. Assim como Amos denunciou as mulheres de Samaria pela sua
desalmada opressão dos pobres e pela sua conduta subseqüente (Am 4.1-3), do mesmo
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modo Isaías ataca a altivez e o desdém das mulheres de Jerusalém: 3.16. Elas serão
incluídas no castigo que se avizinha, e sobre as tais cairá uma terrível praga: 3.17. Não
só serão vítimas de uma doença repugnante, mas sobre elas virá a maldição do Oriente -
não se casarão: 4.1.
O restante do capítulo inclui, como sucede tão freqüentemente no sumário, e
coroamento das grandes mensagens do profeta, uma visão de conforto e paz. Temos
nesta passagem a promessa de uma consumação e vida magnífica (w. 2,3), ou seja, a
resposta divina às queixas do homem. A terra cobrir-se-á de frutos e de vegetação para o
remanescente eleito no Senhor: v.2. A justiça e a verdade reinarão no país; o povo será
purificado e a coluna de fogo e de nuvem será, mais uma vez, a glória de Israel e a sua
defesa segura: 4.3-5.
É evidente, nessa passagem, que o autor se refere a alguém que governará em
justiça, um descendente de Davi, um servo de Deus. Não pode ser outro, senão o
Messias que distribuirá para todo o país um dia de alta e graciosa bênção. Como diz G.
A. Smith: "Do pessimismo mais negro surgirá nova esperança de fé, assim como dos
versículos mais sombrios de Isaías irrompe subitamente esta passagem, qual fonte
irreprimível que jorra aos pés do inverno". Portanto, concluímos tratar-se da vida
material e não da espiritual, conforme muitos afirmam.
AS DUAS TESTEMUNHAS
"Quem são as duas testemunhas de Apocalipse 11.3?"
Há uma infinidade de suposições em torno deste assunto. Até mesmo as escolas
de interpretação desse polêmico problema escatológico (estudos sobre as últimas
coisas), têm entrado em várias contradições em suas assertivas.
Os pressupostos nomes apresentados por elas são diversos, como seguem: Moisés
e Elias, Elias e Enoque, Jeremias e João Batista, as duas últimas igrejas da Ásia
Menor, o Velho e o Novo Testamento, etc. Todas afirmam que têm tido "revelação"
divina e que estão certas em seus pontos de vista. Algumas baseiam-se, inclusive, em
Malaquias 4.5: "Enviarei o profeta Elias". Mas, quando lemos em Lucas 1.17, com
referência a João Batista, observamos que ele veio no espírito e no poder de Elias, isto
é, na virtude ministerial daquele profeta. Temos muitos casos na Bíblia, tanto no Velho
como no Novo Testamento, de uma pessoa sendo representada por outra.
No caso das duas testemunhas, elas têm idêntico poder ao de Elias para fazer
descer fogo dos céus: 2 Rs 1.10. E também se assemelham a Moisés, que fez as águas se
transformarem em sangue: Êx 7.20. Porém, temos de admitir que tudo isso foi realizado
pelo poder de Deus e não dos homens.
Portanto, quem são as duas testemunhas ninguém sabe porque este assunto não
foi revelado. Entretanto, elas representam o governo civil e religioso de Israel, pois são
semelhantes às duas oliveiras do tempo da volta do cativeiro babilônico: Zc 4.12-14.
Reiterando-se o que foi dito, afirmamos que o homem pode operar maravilhas
pelo poder de Deus. Porém, Ele não necessita necessariamente de homens como Elias
ou como Moisés, para operar aqui na terra. Ele pode operar por qualquer um, do
contrário seria uma operação humana e não divina. Portanto, ninguém sabe os nomes
das duas testemunhas.
Assim todas e quaisquer afirmações sobre o assunto esposado não passam de
suposições.
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QUEM SERÁ O ANTICRISTO?
"Como podemos interpretar Apocalipse 13? A besta será um homem, um animal
ou um símbolo?"
Esta forma de revelação de Deus, biblicamente falando, feras ou aves de rapina,
são símbolos do verdadeiro caráter do império mundial gentílico, guerreiro e agressor,
estabelecido pela força: Dn 7.7. Daniel tinha visto o reino da Babilônia, o Medo-Persa, e
o Greco-Macedônio, sob a figura de um leão, um urso e um leopardo: Dn 7.3-6; mas
João o vê semelhante ao leopardo, com os pés de urso e boca de leão, isto tipificando o
reino da besta à semelhança daqueles reinos nos seus diferentes aspectos de governo.
Finalmente, este capítulo prenuncia o Anticristo, na época da Grande Tribulação
que precede à segunda vinda de Cristo (a revelação): Mt 24.15-31.
Assim, acreditamos que a besta seja um homem.
O MILÊNIO
"Gostaria de saber, com precisão, o que significa o Milênio."
O Milênio é, sem dúvida, o maravilhoso reinado de Cristo na Terra por mil anos.
Há aqueles que totalmente o materializam, ou o espiritualizam demais. Evitemos tais
extremos. Esse período áureo é ansiosamente esperado pelo povo israelita. Podemos
dizer também que, na verdade, o Milênio não deixa de ser um assunto controvertido,
como as profecias acerca dos últimos dias. Exatamente por isso, o nosso interesse por
ele aumenta, ao examiná-lo à luz das Escrituras.
O Milênio é um período de mil anos em que Jesus, juntamente com a sua Igreja
glorificada, governará a Terra. Esse governo, porém, não será alegórico nem simbólico,
mas real, concreto, visível: Ap 20.4,6.
Terá início no fim da Grande Tribulação, quando o Anticristo e o falso Profeta
tiverem sido vencidos, e Satanás estiver preso; mas depois que Jesus tiver julgado as
nações.
Os diferentes nomes aplicados ao Milênio, fazem-nos compreender o significado
desse período:
1. "Mil anos" (Ap 20.4,6), expressão que define a extensão do tempo.
2. "Regeneração da Terra" (Mt 19.27,28), mostra-nos a origem do novo tempo
de bênção para o mundo.
3. "Consolação de Israel" e "Redenção de Israel" (Lc 2.25,38), isso fala daquilo
que Israel esperava: a plenitude na manifestação do Messias.
4. "Reino de Cristo e de Deus" (Ef 5.5), revela-nos Cristo como governante: Ele
receberá o poder e o reino, de Deus, seu Pai: Is 9.7; Dn 7.13,14; Lc 1.32,33.
5. "Dispensação da plenitude dos tempos", Ef 1.10. As Escrituras mostram-nos
que o Milênio será o último dos grandes períodos históricos, antes do raiar da eternidade.
Afirmamos ainda que o Milênio é um tempo de extrema felicidade: Jesus governará,
e o Diabo estará preso. Os homens, nesse tempo, gozarão bênçãos riquíssimas na
vida material. Haverá condições favoráveis à abolição do álcool, dos entorpecentes e do
fumo, que causam danos a saúde; isso fará os homens alcançarem idade avançada, o que
era comum no início da criação: Is 65.20,23; Zc 8.3,4. As bênçãos de Deus operarão
saúde para os povos: Is 35.5,6; Ml 4.2.
No que tange ao desenvolvimento tecnológico e econômico - neste período será
surpreendente. Haverá um tempo de reconstrução como nunca houve na terra. Não
haverá administradores desonestos no governo de Jesus: Is 58.12; 61.4. As
possibilidades de aquisição de casa própria serão ampliadas: Is 65.21,22. O bem-estar
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social alcançará progressivamente a todos: SI 72.1,7; 1.3,6. Também a tecnologia será
posta a serviço do bem comum. Atualmente o objetivo da Ciência é a guerra, o aperfeiçoamento
bélico, mas no Milênio ela estará a serviço da paz e do bem.
A natureza florescerá no Milênio. Nesse período áureo a vegetação estará liberta
da maldição do dia da queda: Gn 3.17,19. Toda criação será liberta da escravidão (Rm
8.18,22) e a terra será fértil, de modo que os lugares secos se tornarão em jardins
verdejantes: SI 67.6; Jl 2.19,24; 3. 18; Am 9.13.
Ademais, a fauna será alcançada pelas bênçãos do Milênio. Por ter sido abolida
a maldição original, nenhum animal causará mal ao homem (Is 11.6,7,8; 65.25) e
também, nesse tempo, os homens estarão livres dos insetos.
Ainda no plano político, haverá durante o Milênio paz e compreensão como
nunca antes: o povo judeu, em cuia terra será centralizada a administração universal de
Jesus, terá alcançado a glória perfeita anunciada nas profecias. Quando Jesus vier em
glória dará ordens aos seus anjos para que ajuntem todos os judeus dos quatro cantos da
terra, para trazê-los à Palestina, para que ali se tornem, de fato, numa única nação.
A Palestina terá todo o território que Deus prometeu a Abraão: Gn 15.14,18;
32.41,46. Os judeus alcançarão também a paz e o sossego que atualmente lhes é tão
difícil conseguir: Ez 28.15; Zc 10.10,11. Viverão a plenitude da promessa feita a
Abraão: "Em ti serão benditas todas as famílias da terra", Gn 12.1,2. Serão cabeça entre
as nações: Dt 28.13. Destarte, haverá completa harmonia entre as nações, Dt 28. 13.
Haverá também harmonia entre os israelitas: Is 11.13. Nenhuma forma de mentira
condicionará as relações internacionais: Sf 3.9. Os povos viverão felizes (Is 66.18,19) e
a glória habitará na terra: SI 85. 9.
Queremos salientar ainda que, se alguma dúvida ficou a ser esclarecida, propomos
ao amigo leitor a leitura do livro O Milênio, de autoria do pastor João de Oliveira
(de saudosa memória), que, exaustivamente, discorre sobre este tema, elucidando, com
muita precisão e firmeza, os pontos conflitantes.
OS FILHOS DE DEUS
"Quem são os 'filhos de Deus' e as 'filhas dos homens' de Gênesis 6.2-4?"
Estes versículos, sem dúvida, têm suscitado polêmicas e interpretações das mais
variadas. Uma delas, sem nenhum embasamento bíblico, interpreta que as "filhas dos
homens" eram a descendência de Adão e Eva e que os "filhos de Deus" eram os anjos
que entraram em conúbio com a raça humana. Destarte, tomam como argumento
provativo o versículo 6 do livro de Judas. Entretanto, este versículo refere-se aos anjos
que não guardaram sua própria habitação, isto é, que não ficaram fiéis à sua missão,
ficando por isso reservados, para o dia do juízo. O versículo 7 é uma analogia ou
explicação do versículo 6. Assim como os sodomitas tinham fornicado, desviando-se
das normas naturais, semelhantemente, os anjos se tinham desviado da sua posição.
Realmente, os "filhos de Deus são os descendentes de Sete, ou seja, a linhagem
piedosa e obediente a Deus, e as "filhas dos homens", representam as mulheres da
descendência de Caim, isto é, a linhagem da desobediência e rebelião. Com isto está de
acordo Gênesis 4.26: "Então começaram os homens a invocar o nome do Senhor", ou
como seria melhor traduzido: "então começaram os homens a ser chamados pelo nome
do Senhor". Estas duas correntes humanas são claras através de toda a história da
humanidade. O fato de Moisés mencionar estes casamentos e dá-los mesmo como causa
da corrupção que se seguiu, não nos deve surpreender, porque o Novo e o Velho
Testamento proíbem casamento de pessoas de condições espirituais diferentes: 2 Co
6.14-16.
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O CÉU É UM LUGAR?
"O Céu é um lugar ou um estado?" A Bíblia ensina claramente que o Céu é um
lugar. É um lugar de descanso, de delícias, de atividade. Jesus subiu ao Céu
corporalmente. Ele nos falou do Céu como um lar: Jo 14.1-5. Existem lugares
preparados no Céu. A descrição do Céu em Apocalipse não comporta imaginações
estranhas: o Céu é um lugar. Graças a Deus!
MISTÉRIO DA INIQÜIDADE
"Que significa a expressão 'mistério da iniqüidade'?"
A expressão "mistério da iniqüidade", usada por Paulo em 2 Tessalonicenses 2,
relaciona-se diretamente com a pessoa de Satanás e de seu Anticristo. Trata-se das
manifestações de Satanás na época que precede a vinda do Senhor Jesus. De certa
forma, atualmente Satanás ainda tenta ocultar sua verdadeira face, mas, após o
arrebatamento da Igreja, revelar-se-á em sua plenitude a natureza iníqua de suas obras e
o agente principal dessa manifestação será o Anticristo, que é chamado de "homem do
pecado", o revelador da iniqüidade.
QUE É O HOMEM?
"O homem, especialmente o homem de Deus, pode ser classificado como animal
racional?"
Os cientistas agruparam todos os seres da natureza em três grandes divisões:
reino animal, reino vegetal, e reino mineral. No reino animal incluíram o homem. Com
esse ato o homem rebaixou-se a si mesmo. Deus não fez assim. Ele deu a honra devida
ao homem: "Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, de glória e de honra o
coroaste, e o constituíste sobre as obras das tuas mãos. Todas as coisas lhe sujeitaste
debaixo dos pés", Hb 2.7,8.
"TESTEMUNHAS DE JEOVÁ"
"As 'testemunhas de Jeová' dizem que é pecado prestar serviço militar; é isso
verdade, de acordo com a Bíblia?"
Não é necessário comentar o assunto no período do Velho Testamento, na
Dispensação da Lei, de vez que nesse tempo grandes homens de guerra foram também
grandes homens de Deus. Atenhamo-nos, assim, à Dispensação da Graça: "E uns
soldados o interrogaram também, dizendo: E nós que faremos? E ele lhes disse: A ninguém
trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo", Lc 3.14; "E o
centurião respondendo disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu
telhado, mas dize uma palavra e meu criado há de sarar. E maravilhou-se Jesus ouvindo
isto e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel
encontrei tanta fé", Mt 8.8,10; "E havia em Cesaréia um varão de nome Cornélio,
centurião da corte chamada italiana, piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o
qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus", At 10.1,2.
Quando os soldados foram a João Batista, ele não os censurou por serem
soldados, nem os aconselhou a deixarem a profissão, disse-lhes, apenas, que deveriam
exercê-la de modo digno. Ao centurião romano, que era homem de guerra, Jesus não
mandou que abandonasse o cargo, antes louvou-o pela fé viva que nele encontrou. A
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Cornélio, homem piedoso e temente a Deus, e que foi salvo e batizado com o
Espírito Santo, o apóstolo Pedro igualmente não o aconselhou a deixar o serviço militar.
Em Romanos 13.1-7 lemos do respeito e submissão que o crente deve ter às
autoridades. Em 1 Pedro 2.13, a Escritura nos aconselha que nos sujeitemos a toda a ordem
humana (às autoridades). Vivemos em um mundo de pecado e o pecado provoca a
guerra. Nestas condições, um país precisa do apoio das "Forças Armadas" (Exército,
Marinha e Aeronáutica), para ser respeitado, para manter a ordem interna. Do exposto,
fica esclarecido, de acordo com a Bíblia, que o crente não se pode negar ao serviço
militar. Os "estudantes da Bíblia" ou "testemunhas de Jeová" têm, além do exposto,
muitos outros ensinamentos errados. É digno de nota que seus erros são sempre, ou por
torcerem a verdade bíblica ou por ignorarem propositadamente essa verdade.
ÁGUIAS OU ABUTRES?
"Como se explica a expressão 'onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres',
de Mateus 24.28?"
Acreditamos que o texto em epígrafe • está correlacionado com os últimos
acontecimentos escatológicos. Trata-se, aqui, de fatos que sobrevirão, no tempo do fim,
a Israel e aos gentios. Mas é preciso salientar, a título de estudo, que este versículo,
embora muito breve, tem sido motivo de inúmeras interpretações, algumas das quais
inteiramente equívocas. Observemos as opiniões de algumas das correntes sobre o texto:
1. Cristo seria o alimento (a carcaça), e os crentes seriam os abutres. Assim
pensaram Teofilacto, Calvino, Colávio, e Jerônimo, que encontraram na palavra
"cadáver" até mesmo uma referência à morte de Cristo. Crisóstomo também defendia
essa interpretação, chamando os participantes da assembléia de santos de águias. Alguns
intérpretes modernos, como Wordsworth, têm-se lançado na defesa dessa interpretação.
Porém a simples leitura do contexto basta para mostrar a qualquer um que no versículo
não há intenção de transmitir tal idéia, porquanto o tema do texto é julgamento.
2. Tão inocente quanto essa é a interpretação que diz que o cadáver significa
aqueles que morrerem para si mesmos (a crucificação espiritual) e que as águias são os
dons do Espírito Santo. Isso está completamente fora do sentido do texto.
3. Jerusalém e os judeus seriam os cadáveres que teriam atraído as águias romanas
(assim pensam Lightfood, Wolf, e De Wette).
4. O cadáver representaria os indivíduos espiritualmente mortos, e as águias
seriam os anjos vingadores enviados por Cristo, visto que, a expressão "cadáver" se
deriva do verbo grego que significa "cair", e fala de um "corpo caído". O vocábulo
português "cadáver", vem do vocábulo latino "cado" cair.
5. Que o versículo em apreço está ligado à batalha do Armagedom, por ocasião
da revelação de Jesus em glória: Ap 19.11,12.
A par de todas essas correntes que foram analisadas, existem, ainda, algumas
considerações a ser ponderadas sobre o texto em pauta, com vistas a um maior
esclarecimento.
No que tange à expressão "abutre" no versículo em apreço, algumas traduções
dizem águias - expressão grega "aethos" que significa águia. Na realidade, nesse caso as
"águias" são abutres, que os antigos aceitavam como uma raça de águias: Jó 39.30; Os
8.1. Trata-se do abutre que ultrapassava a águia em tamanho e poder.
A águia representa símbolos diversos: de nação, de força, de poderio, etc.
Segundo alguns, o seu masculino (aguilão) quer dizer vento do norte. Esse mesmo
vocábulo quer dizer trapaceiro, tratante, covarde. Esta ave é considerada pelos
zoologistas como a rainha das aves, em razão de sua força e destreza, pelo seu domínio
42
nas maiores alturas. Somente se lhe iguala o condor dos Andes. A águia pode ver a
presa até 3 km de distância, como atestam os cientistas. A Bíblia se refere a esta ave (Dt
28.49,50; Jó 39.30), dando-lhe uma consideração especial, como é o caso do versículo
em apreço. A águia tem todas as características das aves que podem levantar vôo sem
bater asas. É símbolo de auto-suficiência.
Alguns estudiosos crêem que o versículo pode referir-se a uma poderosa nação
(Dt 28.49,50) que virá contra o povo de Jacó: "O Senhor levantará contra ti [Israel],
uma nação de longe, da extremidade da terra, que voa como a águia, nação cuja língua
não entenderás, nação feroz de rosto, nem se apiedará do moço". Já em Ezequiel 38, se
nos diz que ela (uma poderosa nação) virá com os seus aliados, "e muitos povos virão
contigo", v.6.
Outros teólogos concluem que o versículo em pauta tem duas interpretações: a
literal e a simbólica. Diz literalmente, crendo na mortalidade que haverá nas terras da
Palestina, segundo Ezequiel 38. Diz simbolicamente, referindo-se às nações que virão
para invadir a Palestina, com o fim de varrê-la da face da terra.
Outra forte corrente diz que na antigüidade os países e impérios consideravamse
fortes e usavam esta ave como insígnia; hoje muitos países ainda a usam como
símbolo e sinal de poderio. Os Impérios Romano, Russo, Austríaco, e da França,
adotaram a águia como símbolo heráldico. Damos a seguir alguns exemplos:
1. Napoleão Bonaparte, que usou o símbolo da águia, disse ao referir-se a Israel:
"quem ficar com essa terra governará o mundo".
2. Império Romano Redivivo, que também adotou a águia como símbolo,
marchará contra Israel, a fim de destruí-lo.
3. A U.R.S.S., que tem como insígnia esta ave, virá do Norte com o objetivo de
tomar os despojos e de arrebatar a presa (Ez 30.1-12) -sabe-se que de longe a águia
avista sua presa - Assim a única terra a ser contemplada é a Palestina, não só pela
poderosíssima nação, mas também pelos outros povos que estão ligados a ela: "Seus
filhos, chupam o sangue e onde há mortos, aí ela está", Jó 39.30; Ez 38.6.
De todas essas correntes e declarações estudadas, o mais provável e o que mais
se coaduna com o contexto bíblico, é que este texto se refere a um provérbio secular,
usado por Jesus, dando-lhe uma nova aplicação. Esse provérbio significa algo como
"onde houver motivos para julgamento, aí haverá julgamento". A declaração, portanto,
seria uma afirmação geral, acerca da inevitabilidade do julgamento que se tornava
necessário e imperioso. No caso da volta de Cristo, Ele (Jesus) atacará os poderes do
mal neste mundo, tanto individuais como das nações. Ele destruirá o Anticristo com o
resplendor de sua vinda. É uma lei geral que o julgamento cai onde deve, tal como os
abutres se reúnem onde jazem os cadáveres.
O DESTINO DOS ÍNDIOS
"Qual será o futuro espiritual dos índios?"
Quando Jesus ordenou: "Ide por todo o mundo, e pregai a toda criatura", Ele
estava incluindo naturalmente os índios, cuja alma é igualmente preciosa aos olhos do
Senhor. Cremos que as pessoas que nunca ouviram o Evangelho de Cristo aqui na terra
serão julgadas no último dia de acordo com o almejo de seus corações, e descansemos
nisso, pois sabemos que o nosso Deus de modo algum fará injustiça: Rm 2.14-16.
MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL
"O que vem a ser meditação transcendental?"
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A meditação é tão antiga como o homem e sua consciência. Porém salientamos
que a meditação transcendental, particularmente, está por detrás de todos os tipos de
"vogas", "filosofias orientais", "gurismos". "sistema de meditação" e "comunidades"
que oferecem equilibrantes descobrimentos interiores, seja de uma velha escola
monástica ou de uma renovada vestidura; tem ela o objetivo comum de esvaziar da
mente do homem toda a crença e pensamento, com o alvo de conseguir que o ser
humano esqueça a sua situação posicionai e até um Deus que tem uma vontade para
cada homem.
Nada de transcendental pode surgir de uma consciência em intranscendência na
vida do homem. O desaparecimento de objetivos concretos no ser humano
necessariamente conduz a uma vivência existencial muito subjetiva. E semelhante
atitude, longe de possibilitar uma vida mais "humana", mais "tolerante" amarra,
implacavelmente, o homem e a sociedade com férrea ditadura do dogmatismo relativista
e irresponsável.
Quando consideramos o verbo hebraico "hâgâh", que as versões da Bíblia
traduzem no português por meditar, verificamos que na sua raiz está implícita a idéia de
murmurar ou sussurrar. Psicolingüisticamente falando, o aludido verbo produz em cada
uma subjetiva mentalidade a imagem de um homem "falando só".
Esse foi o mandamento de Deus a Josué, segundo se depreende do texto bíblico:
"Não se afaste da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite para
que tenhas cuidado de fazer tudo quanto nele está escrito: porque, então, farás prosperar
o teu caminho e prudentemente te conduzirás", Js 1.8.
Quando chegamos às páginas do Novo Testamento, Paulo é quem transmite a
luz que ele recebeu do Espírito Santo, exortando Timóteo e a todos nós a meditar na
Palavra de Deus: "Medita nestas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento
seja manifesto a todos", 1 Tm 4.15. Aqui, a versão espanhola de Reina-Valera traduz o
verbo grego "meleto" por "ocupar-se", ainda que na sua raiz básica está o significado de
"resolver em nossa mente", "imaginar", "dar interesse absorvente a alguém ou algo".
Frente à meditação transcendental que parte da intranscendência humana, a
Bíblia Sagrada apresenta e propõe a supremacia da meditação bíblica, isto é, faz com
que a palavra vinda do Deus vivo se torne o nosso interesse absorvente, com o singular
propósito de conhecermos a Deus, sermos cheios do Espírito Santo e vivermos essa
experiência traduzida em atos quotidianos.
O QUE É A ALMA?
"Gostaria de saber se o vocábulo "aima" significa: sopro, vida, sangue ou
personalidade?"
A alma é distinta entre o corpo e o espírito, sendo imortal e imaterial. O
vocábulo "nephesh" (Heb) é traduzido alma mais de 500 vezes no Antigo Testamento e
"psy-chê" (Gr) mais de 30 vezes no Novo Testamento. Assim, a palavra alma aparece
com vários sentidos nas Santas Escrituras tanto figurativo como por Sinédoque. É nesse
particular que se precisa muito cuidado, pois muitas falsas interpretações resultam daí,
originando destarte falsos ensinos. É imperioso conhecer o sentido estrito e teológico da
palavra "alma", bem como os figurados do mesmo vocábulo, como aparece no texto
bíblico. Os animais também têm alma, mas muito inferior à do homem: Gn
1.20,21,24,28; SI 8.5-8; Mt 6.26; 1 Co 15.39-41. Note-se que a mesma palavra original
"nephesh" é usada em Gênesis capítulo primeiro, concernente ao homem e aos animais.
A alma dos animais além das muitas inferioridades, acaba com a morte do bruto, já a
alma do homem é eterna. Além disso, Deus, ao criar os animais disse: "faça-se", mas
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quanto aos homens, disse: "façamos o homem segundo a nossa imagem e semelhança".
O nosso corpo é a "bainha" da alma; ela explora o ambiente ao nosso redor e
recebe as impressões do mundo exterior por meio dos sentidos corporais: vista, ouvido,
olfato. etc. A alma é a sede das emoções, paixões, desejos e sentimentos. A alma, por
meio do espírito, põe-nos em contato com Deus e por meio do corpo põe-nos em
contato com o mundo.
A alma é o ser social do homem. Por meio dela ele tem consciência de si
mesmo. Sabe que é uma personalidade. Resta-nos saber que este vocábulo tem seis
sentidos diferentes nas Escrituras, sendo um real e cinco figurados. São eles:
1. 0 sentido real. Isto é, "alma" significando alma mesmo.
2. A alma significando o sangue: Lv 17.14; Dt 12.23. Isto apenas ressalta o
valor do sangue, sem o qual o homem não pode viver. Quando se faz transfusão de
sangue, não se diz que estão fazendo transfusão de alma, nem injetando alma.
3. "Alma" significando o corpo, a pessoa física: Gn 12.5; 46.27; Êx 1.5; 12.4;
Lv 21.11; Nm 6.6; Rm 13.1. •
4. "Alma" significando animal: Gn 1.20. Aí, no original a palavra empregada é
"nephesh". Se o sentido não fosse figurado, entenderíamos por exemplo: "produzam as
águas pessoa vivente", o que seria um contra-senso.
5. "Alma" significando vida: Lv 22.3. Trata-se de sinédoque, figura de
linguagem literária, em que a parte é tomada pelo todo. Alma é também chamada vida,
porque é ela a parte mais importante do ser. Ela transmite vida ao corpo mediante o
espírito.
6. "Alma" significando coração: Dt 2.30. Ora, sabemos que o coração é um
órgão como os demais, de carne, que bombeia o sangue através do corpo. Tudo o que se
atribui ao coração o é figuradamente. A referência mesmo é a alma: 1 Rs 8.17; SI 14.1;
Mt 9.14; 1 Co 7.37.
A IDADE DE ADÃO E EVA
"Quanto tempo Adão e Eva viveram no Éden antes do pecado?"
Não existe qualquer possibilidade de sabermos pela Bíblia, quantos foram os
anos de inocência vividos por Adão e Eva. E, fora da Bíblia, ainda seria mais difícil. É
um segredo que Deus guardou para si mesmo: Dt 29.29.
DE ADÃO A ABRAÃO
"Quantos anos se passaram de Adão a Noé, e de Noé a Abraão?"
"As datas que se vêem às margens de algumas Bíblias não fazem parte do texto
da Escritura. Foram calculadas pelo Arcebispo Usher, em 1650 d.C. A criação de Adão,
de acordo com o que ele diz, data de 4004 a.C. O dilúvio de 2348 a.C, o nascimento de
Abraão, de 1996 a.C. Há divergências de opiniões entre os eruditos, especialmente
quanto às datas mais remotas" (Manual Bíblico, edição de 1971, pág. 32).
O AUTOR DO LIVRO DE CRÔNICAS
"Quem escreveu o livro de Crônicas dos reis de Israel?"
A Bíblia menciona vários livros, que, com seus nomes primitivos, não constam
entre os livros canônicos. Não está claro se a pergunta se refere a um desses livros (1 Cr
9.1) ou aos livros canônicos de 1 e 2 Crônicas. Nos reinos de Judá e Israel havia
cronistas: 2 Sm 8.16; 2 Rs 18.18, etc. Esses oficiais do rei registravam os acontecimen45
tos tanto no reino do Norte como no do Sul. Cremos que seus registros constam
consolidados nos livros históricos da nossa Bíblia.
COLISEU ROMANO
"O Coliseu foi construído antes ou depois de Cristo?"
O Coliseu, o maior anfiteatro romano, foi inaugurado pelo imperador
Vespasiano em 79 d.C, com o sacrifício de cinco mil animais mansos. Foi
posteriormente ampliado por Tito. Este lugar, onde, no dizer do poeta, "sacrificavam
pobres seres humanos para dar um feriado aos romanos", foi palco de cenas
sanguinárias onde homens se transformavam em verdadeiros animais, extrapolando
impulsos selvagens e desapiedosos; onde cristãos eram lançados impiedosamente às
feras, na mais desumana de todas as crueldades, ante a visão de 45 mil espectadores
sedentos de sangue. Com a promoção desses massacres, a popularidade dos governos da
capital e das províncias era alimentada.
O SIGNIFICADO DA CRUZ
"A cruz tinha algum significado religioso antes da crucificação de Cristo?"
A cruz era um instrumento de suplício conhecido desde os tempos dos assírios e
outras nações para ser usado na punição de crimes ou para atormentar os que eram
contrários ao regime. A cruz era usada também entre os persas, fenícios, gregos,
egípcios e romanos. Jesus tinha conhecimento desse instrumento de castigo, inclusive
usava o seu simbolismo para a vida de abnegação e sacrifício que seus discípulos
deviam levar: "Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a
sua cruz, e siga-me", Mt 16.24.
Não há indignação de que a cruz tenha tido significação religiosa nem mesmo
que alguns nela supliciados fossem religiosos. O suplício da cruz tinha sempre caráter
de punição e não de martírio, nem era assim considerado.
SÁBADO OU DOMINGO?
"Qual o dia verdadeiro de descanso, o sábado ou o domingo?"
O observador mais acurado vai perceber que o sábado não é um mandamento
originado na lei mosaica (Gn 2.3), ainda que mais tarde a ela foi incorporado. Verá,
inclusive, que o sábado não é nome do sétimo dia da semana, mas a designação da sua
funcionalidade. O termo em hebraico "shabbath" da raiz "shãbhath" supõe cessar, deixar
de fazer, parar de fazer e até desistir. Em nenhum dicionário a palavra significa
descansar. A idéia de que Deus descansou no dia sétimo só pode ser interpretada
antropomorficamente, uma vez que Deus não pode cansar-se, sendo Ele o sustentador
de toda a criação. Além do mais, devemos notar ainda o tempo em que o Gênesis foi
escrito e a utilização de vocábulos babilônicos na sua composição sendo "shabbatum" o
que mais corresponde à intenção judaica de significar que Deus completou a sua obra no
sétimo dia. E se completou, trabalhou, o que tiraria a validade do sábado judaico como
lei. Esta parece ser a idéia de que Jesus quis mostrar aos escribas e fariseus quando
disse: "Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também", Jo 5.17. A lei judaica
posterior definiu 39 tipos separados de ações que constituem infração ao sábado. No
entanto, as mesmas escrituras prescreviam oferendas de sacrifício no Templo, no
sábado, ainda que isso fizesse o ofertante incorrer em esforços físicos: Nm 28.9,10. Os
princípios rabínicos prescreviam que se uma vida humana estivesse em perigo no
46
sábado, tudo o que fosse possível devia ser feito para salvá-la. Jesus foi mais adiante
quando argüiu: "E qual de vós que se a sua ovelha num sábado cair num buraco não a
pegará e tirará dali?" Mt 12.11. Quando Deus diz: "Lembra-te do dia do sábado para o
santificar" (Êx 20.8), poderia estar dizendo: "Lembra-te de honrar-me com teu louvor e
ações de graça no dia do teu descanso". É notório que nem todos podem descansar no
atual sábado, ou seja, no sétimo dia da semana. Principalmente nas cidades grandes.
Essa imposição da vida cotidiana poria milhões de crentes em desobediência contra
Deus e passíveis de morte: Nm 15.32-36. Felizmente, não estamos debaixo da Lei e
podemos santificar todos os dias da semana ao Senhor. E como foi no primeiro dia da
semana que o Senhor Jesus ressuscitou (Mt 28.1; Mc 16.2; Lc 24.1; Jo 20.1), nesse dia
denominado domingo, do latim "dies dominicu", dia do Senhor, procuramos nele
servir mais demoradamente à obra de Deus. Agora, quanto à santificação, não temos de
escolher esse ou aquele dia, mas vivê-la a todo o momento, pois, sem ela, "ninguém
verá o Senhor".
A ORIGEM DA PALAVRA LÚCIFER
"Como surgiu a palavra Lúcifer?" Lúcifer, do latim "lúcifer", vem do hebraico
"hêlêl", e significa brilhante, esplendoroso, e tem sido traduzido por portador de luz, o
que leva o archote, filho da alva, estrela da manhã. É o nome que os latinos davam ao
planeta Vênus, que também chamavam "estrela da alva", "estrela da manhã", "estrela
vespertina", por ser o mais brilhante astro (depois do Sol e da Lua) que, à nossa vista,
aparece na abóboda celeste. O profeta Isaías aplicou esse termo ao rei da Babilônia,
certamente pela grandeza e esplendor em que vivia o monarca, do que é exemplo a
suntuosa obra "Os jardins suspensos da Babilônia" -uma das sete maravilhas do Mundo
Antigo. Essa palavra aparece no Velho Testamento, em Isaías 14.12. Na Bíblia
traduzida ao português na forma latina: "Como caíste do céu, ó Lúcifer, tu que ao ponto
do dia parecias tão brilhante?" Isaías também apresentou o rei da Babilônia, que se
considerava um deus, como inimigo de Deus: "E tu que dizias no teu coração: Eu
subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da
congregação me assentarei... subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao
Altíssimo", w.13,14. Por esse motivo, pelo desafio à autoridade de Deus, pela
pretendida usurpação, foi sendo, pelos comentadores das Escrituras, gradativamente,
aplicado o nome "Lúcifer" a Satanás, que também lhe assentava, visto que fora "anjo de
luz" e "querubim ungido", Ez 28.13-15.
CASA EM ORDEM
"Qual o significado de 2 Reis 20.1, quando Isaías diz a Ezequias: 'Põe em ordem
a tua casa, porque morrerás e não vi-verás'?"
O fato está registrado também em 2 Cr 32.24 e Isaías 38.1, afirmando-se que o
rei sofria de uma chaga exposta que a medicina da época não poderia curar,
possivelmente, um câncer. 0 mal já estaria tão adiantado, que Deus, na sua infinita
misericórdia, achou por bem adverti-lo da brevidade de seus dias.
Ezequias era um rei empreendedor, trabalhador, que pensava no bem do seu
povo e na prosperidade do reino, conforme se vê em 2 Crônicas 32.27-30. Os seus
muitos negócios talvez tivessem agravado a sua enfermidade e o levassem a abandonar
os seus projetos e propósitos, sua dedicação, de modo que a sua casa estava em desordem,
isto é, ninguém fora nomeado para continuar a sua obra.
Há certos lares assim. O chefe de família mete-se em muitos negócios, muitas
47
despesas e, quando acontece uma enfermidade ou um desenlace, a família fica
desamparada: 2 Rs 4.1. Igualmente, algumas igrejas estão em mãos de dirigentes que
trabalham sozinhos e ninguém toma conhecimento dos muitos negócios em que eles se
arriscam. Por isso o trabalho não progride, não se estabiliza. Quando ele é removido, ou
se afasta, ou morre, o seu sucessor terá problemas para reorganizar as coisas na igreja.
Ezequias, entretanto, humilhou-se, orou ao Senhor e foi atendido. Deus
concedeu-lhe mais quinze anos de vida e ele pôde assim concretizar os seus
empreendimentos.
O PREGUIÇOSO
"A Bíblia condena o preguiçoso?" A preguiça é um mal social. O preguiçoso é
um desajustado na sociedade. O desamor ao trabalho só se justifica por doença grave
que tire da pessoa o desejo de trabalhar. Fora desse caso é reprovável. Jesus disse: "Meu
Pai trabalha até agora, e eu trabalho também", Jo 5.17. A Bíblia contém vinte
referências a respeito do preguiçoso e da preguiça, e sempre se refere a isso censurando,
condenando, aconselhando. É no livro de Provérbios que encontramos: "Vai ter com a
formiga, ó preguiçoso, olha para os seus caminhos e sé sábio" (6.6); "ó preguiçoso, até
quanto ficarás deitado? quando te levantarás do teu sono?" (6.9); "A alma do preguiçoso
deseja e coisa nenhuma alcança" (13.4); "O caminho do preguiçoso é como a sebe de
espinhos" (15. 19); "O desejo do preguiçoso o mata, porque as suas mãos recusam-se a
trabalhar", 21.25. O preguiçoso tem as suas desculpas: "Diz o preguiçoso: um leão está
lá fora; serei morto no meio da rua", Pv 22.13. Também na obra de Deus a preguiça
causa muitos males. A igreja de um pastor preguiçoso estaciona. A vida do crente que,
por preguiça, não ora, não lê a Palavra de Deus, é sem frutos. Paulo, o maior dos
apóstolos, afirma: "Mas pela graça de Deus sou o que sou, e sua graça para comigo não
foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles", 1 Co 15.10. Jesus muitas vezes
chamou seus discípulos a trabalhar. Essa ordem chega até nós. Trabalhemos, pois,
lançando fora a preguiça!
RECONHECEREMOS NOSSOS IRMÃOS NO CÉU?
"Quando o crente chegar ao Céu irá reconhecer parentes e irmãos em Cristo?"
Naturalmente que sim. Dentre muitos outros textos que afirmam esta verdade,
citaremos: "Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugar à
mesa, com Abraão, Isaque e Jacó no reino, dos céus" (Mt 8.11); "E eis que lhes
apareceram Moisés e Elias, falando com Ele" (Mt 17.3); "E quanto à ressurreição dos
mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque e o Deus de Jacó; Ele não é Deus de mortos, e, sim, de vivos", Mt 22.31-33. "No
Hades ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro no seu
seio", Lc 16.23. Abraão, Isaque e Jacó estarão em pessoa no reino dos céus e serão por
nós reconhecidos. Moisés e Elias foram reconhecidos no monte da transfiguração pelos
apóstolos. Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, o que indica que estaremos no Céu
em nossos corpos glorificados. Ressurreição significa reviver o mesmo corpo, embora
glorificado. O rico reconheceu Abraão e Lázaro. Se não nos reconhecêssemos no Céu,
isto seria para nós contraproducente, pois o que almejamos é vermo-nos na Glória. Se
no Céu houvesse inconsciência do passado, parece-nos que pouco adiantaria estar ali. O
grandioso, o sublime é estarmos ali conhecendo o plano de Deus e vendo o
cumprimento dele. Lá, sem dúvida, haveremos de conhecer em pessoa todos os heróis
da fé que hoje conhecemos pela Bíblia. Lá veremos os nossos irmãos junto aos quais
lutamos neste mundo a boa peleja da fé.
48
BÍBLIA CATÓLICA OU PROTESTANTE?
"Por que razão a Bíblia católica tem 73 livros, quando a protestante tem apenas
66? Qual delas é a certa?"
O Novo Testamento, tanto nas bíblias católicas como nas protestantes, não apresenta
qualquer diferença quanto à quantidade de livros. Todavia, o mesmo não ocorre
com o Velho Testamento, pelas razões seguintes:
a) Segundo o concilio de Rabinos de Jâmnia, realizado entre 90 e 100 d.C, o V.
T. constitui-se apenas de 39 livros constantes das bíblias evangélicas, mas a Igreja
Católica Romana, no Concilio de Trento (1546) resolveu afirmar solenemente a
canonicidade dos apócrifos (livros completos e aditamentos), b) Em virtude de ter aceito
muitas inovações doutrinárias, o catolicismo romano foi obrigado afastar-se da
Bíblia. O rompimento não foi imediato, mas gradativo: Jerônimo e Crisóstomo insistiram
na leitura da Bíblia. Agostinho considerava as traduções dela um meio
abençoado de pregar a Palavra de Deus entre as nações. Gregório I recomendou a sua
leitura. As restrições começaram com Hildebrando, que proibiu aos boêmios a leitura da
Bíblia. Inocêncio III, em 1215, impediu o povo de ler a Palavra de Deus em sua língua
materna, mas somente em latim, língua conhecida apenas por alguns eruditos. Clemente
XI condenou a leitura da Bíblia pelos leigos, etc. c) O Concilio Tridetino foi um dos
pontos salientes da Contra-Reforma Católica. Com o progresso do protestantismo, a
Bíblia foi colocada nas mãos do povo. que percebia claramente, na sua leitura, o quanto
o romanismo afastara-se da sã doutrina apostólica. O clero romano pressionado e
desafiado a sustentar na Palavra de Deus suas doutrinas foi forçado a aceitar uma
autoridade religiosa - a tradição - e canonizar os apócrifos, nos quais muitos dos falsos
dogmas poderiam ser sustentados, d) A própria canonização constitui a maior prova de
que tais livros, até o Concilio de Trento (1546) não eram considerados, mesmo pelos
católicos, como escritos sob inspiração divina. Os motivos da rejeição de tais livros por
parte dos rabinos judeus, são: porque tinham sido escritos depois de Esdras e Neemias
(Eclesiástico e I Macabeus). quando se cria que a inspiração havia cessado; porque
foram escritos em grego ou. pelo menos, por se desconhecer seu possível original
hebraico (Sabedoria e 2 Macabeus); porque seu texto hebraico (ou aramaico) estava
perdido na ocasião do Concilio (Judite, Tobias, Baruc). e) Em conclusão, a Bíblia certa
é aquela traduzida por entidades fiéis ao texto sagrado, descomprometidas com o falso
ecumenismo ou seitas heréticas; é aquela que não apresenta livros e aditamentos
espúrios, e nem mesmo anotações capciosas tendentes a desviar o leitor da sã doutrina
da Palavra de Deus. Contudo, muitos católicos sinceros, ao examinarem humildemente
o texto sagrado de suas próprias Bíblias, encontraram nele a orientação segura para o
único caminho de salvação, Jesus Cristo, e hoje servem ao Mestre nas diversas
denominações evangélicas.
A COR NEGRA
"Como se explica a existência das raças em todo o mundo, mormente no que
tange à cor preta da pele?"
Sobre a origem das raças, existem inúmeras opiniões de escritores, antropólogos,
sociólogos e biólogos, tentando responder a estas perguntas, mas preferimos ficar com a
Bíblia, que ensina que todos os homens são descendentes de um casal único. Depois do
Dilúvio havia só uma família sobrevivente - a de Noé, o qual teve filhos: Sem, Cão e
Jafé. Os filhos, netos e bisnetos do patriarca bíblico constam dos capítulos 10 e 11 de
49
Gênesis, sendo, portanto, os nossos ancestrais: At 17.26.
A divisão nas Escrituras é esta: de Sem derivam os semitas, dos quais o Senhor
Jesus, segundo a carne, descende. Eles habitavam na Ásia e são conhecidos pelo zelo
religioso que possuíam; os cananitas (provenientes de Cão) viviam, via de regra, no
continente africano, e distinguem-se pela sua pujança física; os descendentes de Jafé,
que, após a confusão das línguas (Gn 11.1-9), emigraram para a Europa. Esta raça é
caracterizada pela atividade intelectual.
Quanto à diferença de cor, todos somos seres humanos, criados por Deus,
descendentes de Adão e Eva, mas existem pigmeus e gigantes, negros, brancos e amarelos.
Portanto, tentar explicar esta coloração, por especulações antropológicas e biológicas,
não passa de uma tentativa infundada.
Ressaltamos, ainda, que, para explicar a cor dos homens pela maldição de Noé,
proferida sobre Canaã, ou pelo sinal que Deus colocou em Caim, não passam essas
teorias de hipóteses inócuas, sem nenhuma concordância com o ensino das Escrituras
Sagradas.
Alguns tomam outra posição, afirmando que o clima, o ambiente, a alimentação,
a educação e outros fatores, influenciaram no aspecto da cor. Mas a Bíblia Sagrada no
seu escopo global mantém a divisão de Gênesis, não entrando no mérito da questão nem
no âmbito discriminativo dela. Com efeito. lemos no Novo Testamento de um
descendente de Cão. salvo e batizado (At 8.26-40); de um semita de nome Saulo (At 9)
e de um descendente de Jafé. todos convertidos e batizados. O prezado leitor tem de
convir em que. se invertêssemos a pergunta sobre a coloração branca, teríamos os
mesmos problemas, as mesmas interrogações e especulações. O jornalista e escritor
Miguel Vaz, no seu livro Um caminho para ns jovens, analisa o assunto dizendo:
"Não há, de fato, uma opinião firmada, quanto à cor da pele dos homens, nas
Escrituras, mesmo porque a Bíblia não cita textualmente pessoas de pele clara ou
escura, a não ser em Cantares de Salomão, onde aparece a morena, e isso
metaforicamente. Mas moreno não é preto. A sabedoria de Deus não revela esse
assunto, justamente para evitar polêmicas sobre a cor da pele dos seus servos e para
mostrar que em Deus não há acepções de pessoas."
A PAZ DO SENHOR
"Saudar com 'a paz do Senhor' está certo? Desde quando é usada essa saudação?"
A origem dessa saudação é bíblica. Remonta ao Antigo Testamento, quando os
judeus se diziam: "Shalon". Com o advento do Cristianismo. Jesus nos deu a "sua paz".
(Leia-se João 20.15,21,26.) Paulo adotou essa saudação em suas epístolas: Rm 1.7: 1 Co
1.3, etc. Quanto ao uso específico da saudação "A paz do Senhor", as Assembléias de
Deus usam-na, e ela pode ser usada por qualquer denominação ortodoxa
reconhecidamente evangélica. Cada pastor local nesse assunto tem o direito de agir
segundo a sua própria consciência ministerial.
JERUSALÉM OU SALÉM?
"Onde está escrito na Bíblia que Jerusalém chamava-se Salém?"
Em Gênesis 14.18. ocorre a primeira referência bíblica à cidade de Jerusalém,
quando esta ainda se chamava Salém. Outros nomes de Jerusalém são: Jebus: Js 18.28;
Sião: 1 Rs 8.1; Ariel: Is 29.1; Cidade de Davi: Is 22.9, etc. Para uma compreensão mais
definida, recomendamos a leitura do Salmo 76.1,2.
50
DE ONDE VIERAM OS ÁRABES?
"Os árabes são descendentes de Esaú?" Sim. Esaú, filho de Isaque e Rebeca,
casou-se com Malate ou Basemate, filha de Ismael. Este, por sua vez, era filho de
Abraão e Hagar: Gn 28.9; 36.3. Os descendentes dos doze filhos de Ismael formavam
doze tribos de árabes, das quais subsistem algumas ainda. Os árabes modernos afirmam
que sua nação é predominantemente ismaelita. A Arábia ocidental, que inclui a
península do Sinai, foi povoada pelos descendentes de Esaú. Era geralmente conhecida
por terra de Edom ou I-duméia, bem como pelos seus antigos nomes: deserto de Seir ou
monte Seir.
O BATISMO DE PAULO
"Quem batizou o apóstolo Paulo? Ananias ou outro?
Em Damasco havia discípulos, como vemos de Atos 9.19. Ananias era ali um
crente de projeção. Talvez fosse o dirigente do trabalho cristão na cidade. Ele foi
escolhido por Jesus para encontrar-se com Saulo. Desse modo, bem pode ser que tivesse
batizado o recém-convertido, mas não há registro a respeito.
O JOVEM FUGITIVO
"Quem é o mancebo de que nos fala Marcos 14.51,52?
Acreditam os estudiosos da Palavra de Deus que o mancebo referido no texto
acima seria o próprio Marcos, autor do Evangelho que leva o seu nome. aliás o único a
narrar este fato. Jesus teria escolhido a residência desse jovem para comer a páscoa com
seus apóstolos. Foi dessa casa que o traidor saiu. depois de denunciado por Cristo. Judas
Iscariotes. esperando ainda encontrar o Mestre na casa de Marcos, para lá se dirigiu,
acompanhado da turba. O moço. acordado depressa e sem tempo de vertir-se. os teria
acompanhado até o iardim. correndo o risco de ser preso. (Veja estas passagens: At
12.12.25; 13.13; 15.17-39; Cl 4.10; 2 Tm 4.11.)
DAVI ENUMERA O POVO
"Por que Deus não gostou que Davi numerasse o povo?"
O fato é contado de maneira judicial em 2 Samuel 24.1, e de maneira pragmática
(segundo o pensamento religioso), em 1 Crônicas 21.1. No primeiro caso, o ato seria
uma permissividade de Deus para dar oportunidade a Davi de retroceder do seu intento,
mas sem interromper a sua decisão, ainda que tivesse depois que puni-lo. No segundo
caso, o ato é tido como indução de força maior, alheia à vontade de Davi. O rei estaria
sendo coagido por uma tentação irresistível, mas também passível de punição. Em
ambos os contextos teríamos o orgulho de Davi em querer conhecer o poderio militar de
que poderia dispor e tranqüilizar-se quanto aos efetivos, em caso de guerra contra outras
nações. A idéia subjetiva é que Davi fugiu da dependência divina, tentando resolver os
casos do povo pela confiança em carros e cavalos (SI 20.7), deixando de honrar a Jeová
como "socorro bem presente na angústia", SI 46.1. Dessa forma ele teria mudado "a verdade
de Deus em mentira e honrado mais a criatura do que o Criador, que é bendito
eternamente. Amém", Rm 1.25. Se a primeira citação em 2 Samuel 24.1 é uma
transigência do texto, Davi se torna desculpável era 1 Crônicas 21.1, pois estaria sendo
tentado. De qualquer modo ele incorreria no castigo, porque "ceder é pecar". Ainda
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mais quando admoestado pelo seu próprio general, Joabe, de que o seu esforço era
supérfluo, senão desnecessário. O oficial fêz-lhe ver que todo o acervo material e
humano da nação havia sido colocado por Deus ao seu dispor, como a um despenseiro
fiel, para os casos de necessidade e não de usufruto e vaidade. Na sua misericórdia,
Deus lhe deu três opções, numa das quais o rei se incluiu como culpado principal,
disposto a sofrer sozinho o castigo: 1 Cr 21.17. Mas o povo era também conivente com
ele, pois aceitou passivamente que Deus fosse como que posto de lado. De qualquer
maneira, a escolha de Davi foi sábia: "Fiquemos debaixo da mão de Deus. pois são
grandes as suas misericórdias". 1 Pe 5.6.
O LIVRO DE EZEQUIEL
"Quem escreveu o livro de Ezequiel?" Os livros proféticos da Bíblia (AT)
trazem os nomes de seus próprios escritores. Isto significa que Ezequiel, um provável
discípulo de Jeremias, foi o escritor do livro que traz o seu nome e é chamado de profeta
maior, devido à quantidade de mensagens que o livro apresenta. Embora pouco se saiba
a respeito de Ezequiel, vale a pena estudar detidamente o que se encontra escrito em
1.1-3 do seu livro.
GOGUE E MAGOGUE
"Como entender Apocalipse 20.8?" Satanás instigará uma rebelião final contra
Deus. Muita gente o seguirá nessa ocasião. Gogue e Magogue, na passagem em apreço,
são as nações rebeladas, que conduzirão furioso ataque contra os santos. É oportuno
esclarecer que Gogue aqui não é o mesmo de Ezequiel 38, porque a Bíblia é enfática
nesta distinção. Em Ezequiel, (Gogue é uma pessoa) (v.2), vem do Norte (v.6Xe age por
ato divino: "Hei de trazer-te". Em Apocalipse, Gogue representa as nações (v.8),
engloba toda a terra (v.8), é movido pelo Diabo: vv.7,8. Portanto, Ezequiel trata de um
evento e Apocalipse de outro.
FILHO DO HOMEM
"Por que Jesus é chamado Filho do homem”
De acordo com o hebraico, a expressão "filho de" denota relação e participação.
Por exemplo: "Os filhos do reino" (Mt 8.12) são aqueles que hão de participar De suas
verdades e bênçãos. "Os filhos da ressurreição" (Lc 20.36), participarão da vida
ressuscitada. Um "filho da paz" (Lc 10.6), é um que possui caráter pacífico. Dessa
maneira, "filho do homem" vem a ser uma designação para o homem em seu estado de
debilidade e impotência. Refere-se à condição humana de Jesus. Neste sentido, o título é
aplicado 80 vezes a Ezequiel.
NÃO PASSARÁ ESTA GERAÇÃO
"Como entender Mc 13.30?" Este texto afirma o seguinte: "Na verdade vos digo
que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam". Trata-se da
indestrutibilidade do povo israelita. A palavra geração vem do grego "genea", que
significa raça, tipo de povo.
Uma promessa maravilhosamente cumprida até os nossos dias.
Aí está o povo israelita, atravessando os séculos e fazendo história, apesar dos
massacres e guerras de extermínio, que lhe têm movido muitos povos.
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ENTREGUE A SATANÁS
"Como entender 1 Co 5.5?"
"Entregue a Satanás". Esta frase parece ter-se originado das fórmulas judaicas de
excomunhão, porque a pessoa banida da assembléia teocrática era considerada privada
da proteção de Deus e entregue ao poder do Diabo. Era a exclusão dos faltosos da
comunhão com a igreja, da participação de suas bênçãos, seus privilégios, sua proteção.
Era a devolução do infiel ao reino das trevas onde Satanás cruelmente reina: Ef 2.12; Cl
1.13; 1 Jo 5.19. A sentença incluiria, provavelmente, sofrimento e doença física. A
exclusão tem a finalidade de produzir arrependimento. Não é punitiva, mas corretiva.
O PESO DA CRUZ
"Quantos quilos aproximadamente pesava a cruz que Cristo carregou e na qual
foi crucificado?"
A Bíblia não menciona o peso da cruz, mas dá a entender que ela era demasiado
pesada para uma só pessoa carregar, principalmente morro acima. Acredita-se que Jesus
foi crucificado numa cruz latina, em forma de "T", onde a peça vertical era mais
cumprida que a horizontal, embora existissem outros tipos, como na forma de "X". A
cruz era a maneira mais cruel e vergonhosa de inflingir a morte. Foi usada pelos
fenícios, assírios, gregos, persas, egípcios e romanos.
RAINHA DOS CÉUS
"Quem era a 'rainha dos céu é mencionada em Jeremias 7.17,18?"
A opinião mais coerente é a de que o profeta se está referindo à deusa Astarote,
também chamada Astarte. Era a deusa que os sidônios relacionavam com o amor e a
guerra.
O TEMPLO VISTO POR EZEQUIEL
"O templo mostrado a Ezequiel, em visão, refere-se a algum outro posteriormente
edificado ou à Nova Jerusalém?"
Ezequiel, cativo em Babilônia, teve a visão do templo no ano 25 de cativeiro de
Joaquim, cerca de 13 anos após a destruição de Jerusalém por Nabucodonosor. Numa
alta montanha, Ezequiel viu a construção de um novo santuário, que, embora tendo por
modelo o templo de Salomão, conhecido do profeta na sua mocidade, possuía, linhas
mais arrojadas e uma série de câmaras ao redor das portas. As medidas mais arrojadas e
uma série de câmaras ao redor das portas. As medidas descritas por Ezequiel não são
geográficas, mas geométricas, não obedecendo a um projeto literal que se deseja ver
realizado no futuro, mas constituem um simbolismo com lições espirituais: as
disposições das câmaras servem para o amparo da santidade de Jeová, que dentre em
pouco ali habitaria com o seu povo, separando-o de todas as impurezas morais e
cerimonias vãs. Na primeira parte da visão (40-42), está revelado o templo ideal, cuja
arquitetura simboliza as aspirações espirituais do povo. Na segunda parte (43-46), o
culto ideal é constituído da glória de Deus, do ministério sacerdotal, das contribuições
do povo, etc, e, finalmente, na terceira parte, a nação ideal (47-48)que tem sua vida ao
redor do templo, de onde extrai sua alimentação, seu refrigério e sua inspiração. Tratase
de uma mensagem de restauração, santificação e glorificação, em que a nova ordem é
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revelada mediante verdadeiro arrependimento da parte do povo.
A ARCA DE NOÉ
"Quantos anos Noé levou para construir a arca?"
Ao lermos a citação bíblica em Gênesis 6.3, deparamos com a seguinte
afirmação: "Então disse o Senhor: não contenderá o meu Espírito para sempre com o
homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos".
Ao lermos a citação bíblica em Gênesis 6.3, deparamos com a seguinte
afirmação: "Então disse o Senhor: não contenderá o meu Espírito para sempre com o
homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos".
De imediato, julgamos tratar-se de um limite de idade, preestabelecida para cada
um, individualmente, desde que muitos deles atingiram a cifra de quase um milênio de
anos, conforme viveram Adão, Sete, Enos, Quenã, Jarede e Metuselá, o que mais viveu.
(No entanto, se meditarmos sobre o versículo supracitado, chegaremos à conclusão de
que a palavra homem foi tomada como um coletivo generalizado de toda a raça humana.
Entendemos, portanto, que os 120 anos eqüivalem à duração daquela dispensação
antediluviana, após o julgamento divino.
Noé estava com 480 anos, quando Deus lhe ordenou a construção da arca. Vinte
anos após já com 500 anos de idade, é que lhe nasceu o seu filho primogênito, conforme
Gênesis 5.32. Seus três filhos vieram ao mundo e já encontraram o pai em plena
atividade, ocupado na construção da arca. Cem anos após o nascimento de Sem,
contando Noé 600 anos, veio o dilúvio que fez chover 40 dias e 40 noites,
permanecendo Noé, esposa, filhos, noras e os animais, na arca, um ano e 17 dias: Gn
7.10,11; 8.14.
Deus concedeu um prazo de 120 anos para que a humanidade se arrependesse.
Mas como não deram crédito à mensagem do pregoeiro da verdade sucumbiram pelas
águas do dilúvio.
A prova de que os 120 anos eqüivalem ao fim de uma dispensação, após o juízo
de Deus, é ter Noé vivido, após o dilúvio, 350 anos: Gn 9.28.
SALVAÇÃO NACIONAL DE ISRAEL
"A Bíblia diz, em Romanos 11.26, que todo Israel será salvo. Pergunto: até os
que morreram em pecado?"
Não podemos analisar um texto bíblico sem primeiro estudar o contexto, nem
tampouco interpretar a parte de um versículo pelo todo.
Lendo o capítulo 11, versículos 1-32 de Romanos, entendemos estar o apóstolo
exortando os gentios, ao se presumirem salvos e os judeus condenados.
Paulo descreve não ter Deus nunca rejeitado o povo de Israel, pois sendo ele
próprio da tribo de Benjamim, era um apóstolo de Cristo. Entendemos, no entanto, estar
Israel sob um profundo sono, para que, vendo, não vissem, nem ouvissem ouvindo. Tal
fato aconteceu e acontece, para que, por meio desse endurecimento, viesse a salvação
dos gentios.
O apóstolo reconhece que, na verdade, alguns dos ramos (Israel) foram
quebrados, a fim de que fôssemos, como zambujeiros, enxertados em lugar deles e
feitos participantes da raiz e da seiva da oliveira. Não devemos nos gloriar contra os
ramos, pois não somos nós quem sustentamos a raiz, mas a raiz que nos sustenta. Se,
contra a natureza (pois somos ramos dos zambujeiros), fomos enxertados na boa
oliveira, quanto mais Israel (oliveira natural) será reenxertado em sua própria oliveira.
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Este profundo sono, no qual se encontra (em parte) imerso Israel, perdurará até
que os gentios entrem em sua plenitude. Então, "todo o Israel será salvo, como está
escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará a Jacó as impiedades", Rm 11.26.
Isto não significa dizer que todo o Israel / será salvo, pois teríamos de incluir
nesta afirmação o próprio Judas Iscariotes, o traidor. O texto explica que Israel será
salvo, na Grande Tribulação, quando invocar o Messias prometido e quando Jesus se
manifestar com a sua Igreja (inclusive muitos judeus), para estabelecer o Milênio.
A fim de comprovar a nossa afirmação, observemos o emprego da palavra grega
"houtos" (assim, desta forma)' em sentido temporal. Todo Israel é expressão que aparece
repetidamente na literatura judaica, onde não significa necessariamente todos os judeus,
sem uma única exceção, mas Israel como um todo.
Em Romanos 9.27, Paulo faz alusão a uma profecia de Isaías, referente à salvação
nacional de Israel: "Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do
mar, o remanescente é que será salvo." Zacarias, acerca do assunto diz: "E acontecerá
em toda a terra, diz o Senhor, que as duas partes serão extirpadas e expirarão; mas a
terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei,
como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome,
e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é meu Deus", Zc 13.8,9.
ARREBATAMENTO E REVELAÇÃO
"Como será a segunda vinda de Cristo?"
A segunda vinda de Cristo se verificará em duas fases. A primeira é o
Arrebatamento da Igreja. Será em segredo "num momento, num abrir e fechar de olhos,
ante a última trombeta; porque a trombe-ta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis,
e nós seremos transformados", 1 Co 15.52. Nesta primeira fase, Jesus virá
somente até as nuvens. Nesse dia solene, "estando dois no campo, será levado um, e
deixado o outro; estando duas moendo no moinho, será levada uma e deixada a outra"
(Mt 24.40,41); "estarão dois numa cama; um será tomado, e o outro será deixado", Lc
17.34. Nesse dia se manifestará "o homem do pecado, o filho da perdição". "Já o
mistério da injustiça opera: somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado;
então será revelado o iníquo...", 2 Ts 2.6,7. Esse "um que agora resiste" é a Igreja, o
povo de Deus. A sua resistência está nas orações cheias de fé e poder que milhões de
crentes fazem continuamente subir ao Céu. Essa igreja, esse povo santo, será tirado,
então não haverá mais empecilho e o "homem do pecado se manifestará". Aí principia a
Grande Tribulação, sob o reinado pessoal do Anticristo, que durará sete anos. Desses
momentos indescritíveis, quando a ira de Deus cair sobre a humanidade que rejeitou o
Salvador, a "Igreja Filadélfia" será guardada: "Como guardaste a palavra da minha
paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o
mundo, para tentar os que habitam na terra". Ap 3.10.
A segunda fase é a chamada revelação de Jesus em glória: "E quando o Filho do
homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com Ele, então se assentará no trono
da sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dele", Mt 25.31,32. Nesse dia,
sim, "aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se
lamentarão, e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e
glória", Ap 1.7. É nesta fase que Jesus se manifestará a Israel, que estará a ponto de
sucumbir sob os exércitos confederados do Anticristo. Nesse soleníssimo dia, os israelitas,
já quase na sua totalidade na Palestina, ao olharem para as mãos do Messias, que
surge, perguntarão: "Que feridas são essas nas tuas mãos?" O meigo nazareno
responderá: "São as feridas com que fui ferido em casa de meus amigos!" Então,
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"olharão para mim a quem traspassaram; e o prantearão como quem pranteia por um
unigênito e chorarão amargamente por Ele. Naquele dia será grande o pranto em
Jerusalém", Zc 13.6; 12.10,11. (Se os leitores estiverem interessados em conhecer mais
sobre o assunto, indicamos "Escatologia Bíblica", do professor Antônio Gilberto.)
A MULHER QUE UNGIU JESUS.
"A mulher que ungiu Jesus em casa de Simão, seria Maria, irmã de Lázaro?"
A passagem em João 11.12 dá a idéia de um acontecimento anterior (Mt 26.6-
13; Mc 14.3-9; Lc 7.37), nos moldes em que é contado no capítulo 12, versículo 3, com
igual reação dos discípulos e também igual ao comentário de Jesus, o que deixa
transparecer que o fato é o mesmo e as mesmas as pessoas, sendo apenas uma
recapitulação. Pela ordem natural, podemos inferir que depois do jantar em casa de
Simão o (que fora) leproso (Espada Cortante, O. S. Boyer, pg. 783), Jesus se tornou
amigo da família, por meio de Maria, sendo depois recebido muitas vezes nessa casa: Lc
10.38. Numa dessas vezes, Lucas estabelece (v.40) a intimidade que se vê em João 11.5.
Os detalhes da murmuração dos discípulos em Mateus e Marcos, que em João é
atribuída somente a Judas, não aparecem em Lucas, bem como o diálogo entre Jesus e
Simão, narrado por Lucas, não aparece nas demais narrativas, mas nada impede que
tenham acontecido na mesma ocasião. É de se esperar que fatos narrados 20 ou 30 anos
depois de acontecidos possam ter tido algumas omissões por esquecimento, sem que
isso invalide a sua inspiração e até mesmo que assim sucedeu por força dessa inspiração
divina, para que o observador atento pudesse tirar delas as lições de que viesse a
precisar. Há, porém, quem advogue a possibilidade de terem ocorrido até três casos em
que Jesus seria ungido por mulheres diferentes, mas as coincidências não reforçam a
afirmação. Nossa opinião é a mesma do Novo Dicionário da Bíblia de Douglas, pág.
1.007, de que a mulher que ungiu a Jesus em casa de Simão foi Maria, irmã de Marta e
de Lázaro e que o próprio Simão tinha parentesco com os três. "Mateus, Marcos e João
concordam em que o Senhor Jesus foi ungido em Betânia e Mateus e Marcos especificam
que isso aconteceu em casa de Simão" (Douglas). Quanto ao pejorativo
"hamartoulos" - pecadora, que Lucas insere, não é obrigatório julgar-se que Maria - a
Maria piedosa de Betânia - fosse uma mulher de moral duvidosa, como alguns
comentaristas sugerem, mas que ela, em presença de Jesus, sentira as suas próprias
carências e buscara abrigo na honraria que achou por bem fazer-lhe. Mesmo porque não
se admite que a honradez encontrada em Marta e Lázaro, a ponto de Jesus chegar a
amá-los e a comover-se diante do fato fúnebre que os envolveu, encontrasse tolerância
numa atitude menos conveniente da parte da irmã sob o mesmo teto.
QUANDO JESUS MORREU?
"Segundo Mateus 12. v.40: 'Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no
ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra',
qual foi o dia da morte de Jesus?"
O dia da crucificação de Jesus tem sido por alguns situado na quarta-feira, e pela
maioria dos eruditos na sexta-feira. Mas qualquer dessas datas conta com algumas
dificuldades. No entanto, a questão tem provocado muitos debates, e muito tempo tem
sido desperdiçado, e imensas energias têm sido concentradas nessa discussão. Para
alguns, o conhecimento e a declaração do dia certo parecem ter a importância de uma
convicção religiosa.
Russel em seu comentário do Novo Testamento, diz: "Algumas pessoas por
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desconhecerem a índole das línguas antigas, como o grego e o hebraico, insistem que
tais palavras devem indicar três dias e três noites completos; porem [apresenta grande
número de citações extraídas do hebraico, do grego e do latim] tal expressão era usada,
nos dias antigos, para significar parte de três dias e noites, e que uma parte era usada
para expressar a totalidade". A seguinte citação de Jerônimo ilustra esta idéia: "Tenho
abordado mais completamente o trecho sobre o profeta Jonas (isto é, o livro do V.T.) em
meu comentário. Direi agora somente que isto [esta passagem ] deve ser explicada como
modo de falar chamado sinédoque, quando uma porção representa a totalidade. Não
significa que nosso Senhor esteve três dias e três noites inteiros no sepulcro, mas sim,
parte da sexta-feira, parte do domingo e todo o dia de sábado o que é apresentado como
três dias". Assim também esclarecem os pais da Igreja em geral. Na linguagem popular,
"três dias e três noites" significa, figuradamente, não mais do que três dias, o que, na
linguagem antiga, podia ser calculado incluindo-se o primeiro dia, aquele em que algo
acontecia. Nesse caso, o dia de crucificação teria sido o primeiro dia, e o dia da
ressurreição o terceiro. O segundo dia teria sido o sábado, ficando assim completados os
três dias. O próprio Jesus declarou isso por diversas vezes, e a expressão foi repetida por
Paulo, afirmando que Jesus declarara que ressuscitaria ao terceiro dia: Mt 16.21; 17.23;
Mc 9.31; 10.34; Lc 9.22; 18.33; 24.17; 1 Co 15.4.
HOMEOPATIA: DIVINA OU DIABÓLICA?
"Desejo saber se é lícito o crente consultar-se com médicos homeopatas."
Doutrina proposta pelo médico alemão Cristiano Frederico Samuel Hahnemann,
em 1789, cujos pais pertenciam à Igreja Eyangélica Luterana, a homeopatia tem por
lema a expressão latina: "Similia similibus curantur" que significa - as doenças são
curadas pelos remédios que poderiam provocá-las. Isto quer dizer que a homeopatia é o
recurso pelo qual, quando enfermos, tomarmos o tipo de remédio que tomado,
provocasse a mesma enfermidade nas pessoas sãs, ficaremos automaticamente curados.
Samuel, como religioso, acreditava que as curas que realizava pela sua medicina
eram de procedência divina. Guilherme Gustavo Gross (alemão), médico homeopata,
era filho de um pastor protestante. Casou-se com a filha de um pastor evangélico.
Hartmann, amigo de Gross, pastor, tornou-se médico homeopata. É bem provável que
deixou o pastorado pela profissão homeopática, não deixando, contudo, o Evangelho.
Vejamos o exemplo do medicamento homeopático por nome Berberis, o qual
sendo tomado por quem não sofresse do fígado, causaria danos a este aparelho do
organismo humano. Esse remédio é indicado pelos homeopatas, em pequenas doses,
para a cura das doenças do fígado, com resultados satisfatórios.
Além dos muitos tratados de literatura homeopática, temos a obra intitulada
Iniciação Homeopática, escrita pelo professor Emydio Rodrigues Galhardo, catedrático
da Escola de Medicina e Cirurgia do Instituto Hanemanniano. Afirma o autor do livro
que o espiritismo tem, na verdade, feito a propaganda da homeopatia no Brasil, mas que
essa intromissão é uma deturpação.
O Dr. Samuel Pfeifer afirma: "Um antigo ex-curandeiro e um praticante do
magnetismo escreveu-me: "Satanás tem um catálogo gigantesco de métodos, pelos quais
quer separar a nós homens, aberta e veladamente de Jesus Cristo. Disso faz parte
também a oferta de diversos métodos de cura. que pretendem ser um auxílio para o
doente. Certamente é verdade que muitos cristãos não sabem discernir se esses métodos
de cura estão solapados pelo inimigo, tornando-se também vítimas de charlatões,
principalmente quando se quer ficar curado a qualquer preço, ao invés de perguntar, a
qualquer custo, pela vontade de Deus".
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Devemos ter cuidado, portanto, para não consultarmos os curandeiros que não
têm conhecimento de medicina. Eles aproveitam a boa fé da população menos
esclarecida e receitam medicamentos que podem causar danos à saúde, por sua excessiva
dose e pelos componentes que os integram.
Seitas religiosas, especialmente as de origem afro-brasileiras, apresentam-se
Domo salvadoras da humanidade, indicando medicamentos nocivos ao organismo
humano.
Um novo convertido que sofria de bronquite desde os nove anos de idade, tendo
tomado diversos medicamentos e não obtendo resultado, achou por bem, às escondidas,
visitar uma curandeira que lhe passou a seguinte receita:
"Compre uma panela de barro baiana que nunca foi usada e um prato de
porcelana. Coloque uma camada de folhas Je agrião no fundo da panela e outra de
açúcar em cima, até encher o recipiente. Em seguida, coloque nove pingos de limão
galego, sem deixar cair a semente dentro da panela. Tampe a boca da panela com um
prato de porcelana que nunca foi usado. Faça uma cova de três palmos. Coloque a
panela e feche buraco sobre ela. Retire-se sete dias após e tome o suco que você ficará
curado".
Esse irmão saiu daquela casa e dirigiu-se à igreja, onde as irmãs estavam
reunidas em oração; chorou copiosamente, pedindo perdão a Jesus pelo que fizera. O
Senhor usou um presbítero que participava do círculo de oração, o qual lhe disse em
profecia: "Agora mesmo te curei. Testifica entre teus irmãos o que eu fiz por ti neste
dia". Passaram-se quase dez anos e esse irmão nunca mais foi acometido daquela
doença.
Finalmente, dizemos: Desde que a homeopatia seja aplicada por um médico, que
é responsável perante a lei pela profissão que exerce, não há nada de mais em servimonos
dela. No entanto, o melhor mesmo é confiar no Médico dos médicos - Jesus
Nazareno.
NICODEMOS FOI SALVO?
"Nicodemos foi salvo?"
"Nicodemos" significa vitorioso sobre o povo; é o nome de um fariseu membro
do Sinédrio, e príncipe dos judeus, que visitou Jesus, à noite (talvez por lhe ser mais
conveniente), por ocasião da Páscoa, quando também o Nazareno se encontrava em Jerusalém.
Registramos o advérbio talvez no período anterior, pelo fato de que se encontravam
na capital da Palestina judeus de todo o mundo, e o Filho de Deus aproveitara o
ensejo para falar-lhes da vida eterna; não tendo o tempo necessário para dialogar com o
componente do Sinédrio durante o dia.
Nicodemos tinha a convicção de que Jesus viera da parte de Deus, conforme declarou
em João 3.2: "Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém
pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele". Chegamos também à
sublime conclusão de que Nicodemos não fora por conta própria manter o diálogo com
o Nazareno, quando declara "sabemos", significando ele e quem o enviou, que pode ter
sido um grupo de zelosos judeus que aguardavam a remissão de Israel por intermédio do
Messias. Ele era o porta-voz daqueles que desejavam dirimir as suas dúvidas.
Causa estranheza a resposta de Nicodemos no versículo quatro: "Como pode um
homem nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e
nascer?" No entanto, quando analisamos a sua posição de fariseu e mestre em Israel,
concluímos estar ele duvidando desta transformação, comparando Jeremias 13.23:
"Pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? nesse caso, vós
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também podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal".
Jesus explicou-lhe, detalhadamente, o processo do novo nascimento,
comparando-o ao fenômeno do vento: "assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não
sabes donde vem, nem para onde vai, assim é todo aquele que é nascido do Espírito".
Nicodemos deixou bem claro que se convertera ao Evangelho, mesmo pertencendo
ao Sinédrio, quando interpelou em favor de Jesus, ao lhe chamarem de impostor:
"Porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do
que faz?", Jo 7.51.
Por ocasião da morte de Jesus, enquanto os seus discípulos fugiam do compromisso
de sepultarem o corpo do Mestre com medo dos judeus, Nicodemos e José de
Arimatéia, enfrentando o risco de perder a própria vida, tiraram o corpo de Cristo do
madeiro, ungiram-no com ungüento caríssimo e o sepultaram.
Após este ato de solidariedade e amor para com o Mestre, dizer que Nicodemos
não foi salvo é mesmo que afirmar não ter o ladrão da cruz alcançado a misericórdia de
Deus, quando Jesus lhe disse: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso".
E o malfeitor nada fez de bom que merecesse a salvação. Ele só contou com a
benevolência de Jesus.
CRIANÇAS CONDENADAS?
"As crianças de pais não-crentes serão salvas?"
Ao analisarmos este complexo assunto, devemos, de pronto, entender o seguinte:
• A criança não tem condições de arrependimento.
• A criança não pode ser batizada.
• A criança está livre de qualquer responsabilidade.
Alguns alegam, contrariando o ponto de vista bíblico, dizer a Escritura que "todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus", Rm 3.23. Se afirmamos que essa
condenação abrange também as crianças dos descrentes, pois que estão incluídas em
"todos", estaremos condenando as crianças dos próprios crentes, de vez que, forçosamente,
estarão elas igualmente incluídas nesse coletivo.
Se admitirmos que as crianças filhos de não-crentes estão condenadas, então temos
de considerar que agem acertadamente as igrejas que batizam crianças, visando a
prepará-las para a eternidade. O "cate-cismo da Doutrina Cristã da Igreja Romana ", diz:
"os pais e as mães que, por negligência, deixam seus filhos sem o batismo, pecam
gravemente, porque privam essas criancinhas da felicidade eterna". Mas nós não cremos
que o batismo de crianças seja bíblico, nem que o batismo em si seja um meio de graça.
(Sobre o assunto, leia o livro da CPAD - As Crianças e seu Destino Eterno.)
Sob expiação A expiação estende-se a todos os homens e opera sobre todos os
homens que aceitam o sacrifício de Cristo os que não têm qualquer condição de aceitála,
estão nela incluídos. Seu paralelismo com os efeitos do pecado de Adão é visto no
fato de que as crianças e outras pessoas irresponsáveis, incapazes de rejeitá-la são
salvas, sem o próprio consentimento. Se nasceram debaixo da maldição,
semelhantemente, nasceram sob a expiação, que é designada para remover a maldição.
Ás crianças permanecem ao abrigo da expiação até atingirem a idade suficiente para
repudiá-la ou aceitá-la.
A expiação estende-se a todos os homens e opera sobre todos os homens que
crêem.
Se as criancinhas nascerem debaixo da maldição, semelhantemente, nasceram
sob a expiação que é designada para remover a maldição, e isso tem valor até que elas
possam aceitar ou rejeitar a salvação.
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Só por uma predestinação autocrata e injusta poderiam as crianças ser condenadas
pelo simples fato de nascerem de pais descrentes.
É incorreto dizer que o reino dos céus é somente para as crianças que vem a
Jesus, pois como podemos admitir que crianças inocentes e irresponsáveis possam vir a
Jesus?
Alguém poderia indagar porque está escrito em Apocalipse 20.12 de "pequenos
e grandes" diante do trono de juízo. Como pode ser isso?
A palavra que aparece nesse texto como "pequenos" não se trata da expressão
grega "Teknos" ou "Phaidion", que significa criança ou menino. Mas "Mikros", que
quer dizer pequeno no sentido de posição, isto é, serão julgados tanto os grandes (os reis
ou príncipes, etc.) como os pequenos (os pobres). Além do mais, é bom lembrar que
está escrito que cada um foi julgado segundo as suas obras. Onde estão as obras de uma
criança? Podem elas ser justificadas por suas obras? Ap 20.13. Afirmamos que a
criança, embora pecadora por origem, não tem cometido pecado, pela inocência.
Surgirá, então, outra pergunta: Como Paulo falou dos "filhos imundos" e dos
"filhos santos"?
O que realmente o apóstolo asseverou sobre este assunto nada tem a ver com a
salvação ou com o castigo eterno da criança, mas simplesmente com a limpeza cerimonial
dos cônjuges, em concordarem em viver sob disciplina evangélica, fora das contaminações
de prostituições idolátricas. Assim, ao nascerem, os filhos seriam limpos ou
santos ( no original é "ÁGIOS"), separados de atos profanos, puros socialmente, castos,
etc. Um crente casado com descrente vivendo evangelicamente, seus filhos seriam
isentos da impureza venérica das prostituições religiosas, muito comuns naqueles dias: 1
Co 6.18,19. Também foi neste sentido que Paulo ensinou que os cônjuges incrédulos
seriam santificados pelos crentes, isto é, vivendo a pureza evangélica, embora não sejam
salvos: 1 Co 7.13.
Logo, as crianças, ao morrerem sem os pais se converterem, estão debaixo da
obra do Grande Fiador e Advogado - Cristo, nosso Senhor: Hb 7.22; 1 Jo 2.2. E as que
vivem sob um lar ímpio, estão sob a proteção da obra redentora até o tempo de saberem
escolher entre o bem e o mal e terem a faculdade exercitada pela razão para crerem e
serem salvas pela graça de Deus: Tt 2.11.
Diante disso, fica bem claro que o pecado original das crianças em idade de não
compreensão, não é levado em consideração por Deus, pois elas estão incluídas na
redenção, e esse pecado original delas é, pelo eterno plano divino, lavado pelo precioso
sangue de Cristo.
Finalmente, devemos fazer, ainda, algumas ponderações:
1. Os maridos ou as esposas descrentes não serão salvos só por ser o seu
cônjuge crente.
2. Os filhos (na idade da razão) dos crentes não serão salvos por causa da
condição de santificação de seus pais.
3. Nas crianças, o pecado congênito é eliminado, é apagado, através da obra
expiatória de Cristo.
4. Uma criança não tem capacidade para crer.
5. Uma criança não pode ser convencida do pecado, porque não praticou pecado
algum, ela é, diante de Deus, irresponsável.
6. As criancinhas não podem ser julgadas, porque jamais se aperceberam de
quaisquer leis. A única lei (se assim pode ser chamada) que predomina sobre elas é a da
inocência. Elas ignoram tudo e Deus não leva em consideração o tempo da inocência:
At 17.30.
Acerca das crianças do Dilúvio, não pereceram por serem pecadoras, mas por
60
uma circunstância eventual. O mesmo aconteceu com as crianças em Nobe (1 Sm
22.11), que foram mortas "desde os meninos até os de mama", e com as de Belém (Mt
2.16), onde Herodes mandou matar todos os meninos que ali havia e em todos os
contornos, de dois anos para baixo.
Também nas cidades de Sodoma e Gomorra, as crianças foram destruídas pelo
juízo dos pecadores; entretanto, devemos notar que esses juízos foram materiais e
temporais e não constituíam o castigo eterno. Pois, segundo as nossas leis e as leis
divinas, as crianças não podem sofrer pena de condenação.
O SIGNIFICADO DO BATISMO
"O que é batismo?"
Noé e sua família, seguros na arca, foram postos em um mundo novo pelas
águas que afogaram os ímpios. Assim o crente, simbolicamente, passa pelo julgamento
contra o pecado, seguro em Cristo, pelo batismo. O dilúvio foi o tipo; o batismo é o
antítipo. Aqui temos a passagem do crente para a nova vida, mas não pelo batismo
como tal, que é impotente para lavar a imundície da carne. O poder reside na morte e na
ressurreição de Cristo, apropriado por um apelo pessoal a Deus. O batismo, por
conseguinte, representa para nós o estabelecimento do novo pacto e de nossa entrada
pessoal nos seus benefícios.
Pedro apresenta o batismo também simbolicamente como o escape do crente do
julgamento e a transição para o reino de Deus. O batismo significa também uma filiação,
mediante a remissão dos pecados e o novo nascimento.
A imersão total é reputada como a mais correta, pois está de acordo com a
etimologia do verbo "baptizõ". Por outro lado, entendem alguns que qualquer que seja a
etimologia conforme é empregada no Novo Testamento, a palavra "baptizõ" não exige
imersão, como o batismo com o Espírito Santo que é descrito como derramamento,
adotando, portanto, a efusão ou a aspersão. No entando, julgamos ser a primeira forma a
mais correta, conforme nos diz o significado da palavra. O batismo deve ser ministrado
em nome da Trindade: Mt 28.19.
O MINISTÉRIO DE ISAIAS
"Quantos anos durou o ministério do profeta Isaías?"
Isaías, que é chamado o profeta messiânico, ou o evangelista do Velho
Testamento, em virtude do grande número de profecias que tem a respeito de Jesus,
profetizou durante um longo período. A maioria dos estudantes e comentadores bíblicos
crê que Isaías profetizou pelos menos durante quarenta anos, ou seja, do último ano do
reinado de Uzias até o décimo quarto do reinado de Ezequias. O nome "Isaías" significa
salvação de Jeová.
O NOME DA RAINHA DE SABÁ
"Podemos saber o nome da rainha de Sabá que visitou Salomão?"
Não existe uma opinião unânime quanto ao nome pessoal da rainha de Sabá. A
Bíblia omite este detalhe. Os historiadores têm opiniões distintas a respeito. Uns
afirmam que o nome dela era Makida, outros Balkis.
QUEM ERAM OS SADUCEUS?
"Quem eram os saduceus tão mencionados nos Evangelhos?"
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Os saduceus eram um dos grupos em que se dividiam os judeus no tempo de Jesus.
Eles eram adversários doutrinários dos fariseus. Não criam na ressurreição dos
mortos nem na vida futura. Eles alcançaram grande prestígio com a ascensão de
Herodes ao trono. Sua oposição a Jesus era mais forte que a de qualquer outro grupo. Os
principais dignatários do sacerdócio mosaico eram os saduceus. Por várias vezes Jesus
os repreendeu.
A INTERPRETAÇÃO DO LIVRO DE CANTARES
"Como se interpreta o livro de Cantares?"
Trata-se de um livro poético que, segundo os eruditos da língua hebraica, utilizase
de uma linguagem soberba para descrever as peculiaridades do amor puro entre o
casal. Sua autoria geralmente é atribuída a Salomão, além de Sulamita e das filhas de
Jerusalém. Alguns vêem, ainda, outro personagem, provavelmente um pastor
apaixonado, de que a Sulamita seria noiva, razão pela qual ela teria resistido aos
galanteios de Salomão para atraí-la. As intepretações judaica e cristã são consentâneas
com a realidade espiritual, já que a inclusão do "Cântico dos Cânticos" no cânon
sagrado o identifica com a inspiração plenária da Bíblia. No primeiro caso, "o amado
representa Deus, e Sulamita, a noiva, Israel. O rei é o símbolo da tentação mundana, que
procura atraí-la afastando-a do fiel amado, porém sem êxito. Assim, conta a alegoria o
profundo amor de Deus por Israel, da fidelidade de Israel a Deus, exaltando o poder do
verdadeiro amor em resistir à tentação do esplendor do mundo". No segundo caso, todo
o desenrolar de Cantares reflete o relacionamento entre Cristo e a Igreja, que assumem a
posição anteriormente ocupada por Deus a Israel.
O NÚMERO DE PROMESSAS
"Qual o número de promessas na Bíblia Sagrada?"
Torna-se muito difícil dizer com precisão o número de promessas contidas em
toda a Bíblia, visto que as opiniões acerca do assunto divergem muitíssimo. Todavia,
por fonte abalaizada de pesquisas, podemos afirmar que, no Velho e Novo Testamento
há 8.810 promessas. Um número aparentemente irrisório, comparado aos 1.189
capítulos e 31.173 versículos existentes nas Escrituras Sagradas. Mas esta é a fonte mais
acurada que temos no momento.
Ademais, continuando a analisar o âmbito do assunto, descobrimos que existem
oito tipos de promessas em toda a Bíblia. Deus fez ao homem 7.487 promessas, cerca de
85% de todas.
Em quase 1.000 exemplos anotados (991) uma pessoa faz promessa a outra
pessoa. Isto dá cerca de 11% das promessas da Bíblia. Por exemplo, a promessa dos
caldeus ao rei Nabucodonosor: "Diga o rei o sonho a seus servos, e lhe daremos a
interpretação", Dn 2.7.
Há ainda 290 promessas feitas pelo homem a Deus. A maior parte 235 -
encontra-se nos Salmos. Exemplo: "Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca
manifestará os teus louvores", SI 51.15.
Vinte e oito promessas foram feitas pelos anjos, estando 23 delas no Evangelho
de Lucas. Como exemplo, citamos a promessa feita pelo anjo às mulheres junto ao
túmulo de Jesus: "Ide depressa e dizei aos discípulos que Ele ressurgiu dos mortos, e vai
adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. É como vos digo", Mt 28.7.
Existem ainda duas promessas de Satanás. E esta é uma delas: "Tudo isto te
darei se, prostrado, me adorares", Mt 4.9.
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Um espírito maligno fez duas promessas: "Então saiu um espírito e se
apresentou diante do Senhor, e disse: Eu o enganarei. Perguntou-lhe o Senhor: Com
quê?
Respondeu ele: Sairei, e serei um espírito mentiroso na boca de todos os seus
profetas", 2 Cr 18.20-21.
Dos 66 livros da Bíblia, só a Epístola de Paulo a Ti to não tem promessas.
Dezessete outros livros contêm menos de dez promessas em cada um. Mesmo um livro
importante como Efésios só tem 6 promessas.
O Novo Testamento tem 1.104 promessas; o Velho Testamento, 7.706. Isto
significa que sete em cada oito promessas são encontradas no Antigo Testamento. Ademais,
Isaías, Jeremias, e Ezequiel têm mais de 1.000 promessas cada um, ou 3.086 nos
três, e, ou, mais de 1/3 (35%) das promessas da Bíblia. A maioria delas é de natureza
profética. Exemplo: "Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e lhe chamará
Emanuel", Is 7.14.
Muitos versículos têm mais de uma promessa. Este aqui tem quatro: Os que
esperam no Senhor 1) renovarão as suas forças; 2) sobem como asas como águias; 3)
correm e não se cansam; 4) caminham e não se fatigam: Is 40.31. Este outro tem cinco
promessas: Levantai os vossos olhos para os céus, e olhai para a terra em baixo, porque
1) os céus desaparecerão como fumo; 2) e a terra envelhecerá como um vestido; 3) e os
seus moradores morrerão como mosquitos; 4) mas a minha salvação durará para
sempre; 5) e a minha justiça não será anulada: Is 51.6.
O capítulo com maior número de promessas é Deuteronômio 28. As 133
promessas ali contidas referem-se às bênçãos e maldições que Deus prometeu aos
israelitas em Canaã, dependendo da obediência ou desobediência às suas ordens.
Outro capítulo semelhante é Levítico 26, que contém 94 promessas, 3/4 de todas
as promesas do livro.
No que diz respeito a promessas, o Salmo 37 é o mais importante capítulo da
Bíblia. Praticamente cada versículo é uma preciosa promessa. A Bíblia é um livro de
infalíveis promessas.
Finalmente, fazemos nossas as palavras do sábio Salomão, rei de Israel, dizendo:
"... nem uma só palavra falhou de todas as suas boas promessas, feitas por intermédio de
Moisés, seu servo", 1 Rs 8.56.
IMAGEM E SEMELHANÇA
"Como explicar a expressão "imagem e semelhança de Deus, em Gn 1.27?"
Inicialmente, temos de entender que se trata da parte imaterial, e não material.
"Imagem e semelhança" se manifesta no ser imaterial (espiritual), através da parte
material. Lembremos o seguinte: a representação da parte imaterial do homem
representa a parte espiritual.
A Bíblia declara que o corpo (parte material) do homem foi feito pelo ato direto
e imediato de Deus, como o próprio texto alude em Gênesis 2.7: "então Deus formou o
homem do pó da terra". Entretanto, no texto anterior (Gn 1.26,27), a Bíblia diz que
Deus o criou "à sua imagem e semelhança; à imagem de Deus o criou". Este texto não
declara que a parte imaterial foi criada, pois a parte espiritual foi outorgada ao homem
através do sopro divino, tornando a parte criada em "alma vivente". A parte imaterial se
originou do homem mediante um "ato de transmissão", e não, por um "ato de criação".
É esta parte imaterial que dignifica o homem e o torna superior no universo.
Quando a Bíblia declara: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança", a
colocação plural do verbo indica o nome do Criador, que no original hebraico aparece
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como "Elohim" e significa literalmente "deuses". Mas como a Trindade celestial não se
apresenta no plural, mas no singular, entendemos que "Elohim'' indica a Trindade em
ação, isto é, os três em um só. As três pessoas da Trindade não são três deuses, mas um
só Deus em três pessoas. As três pessoas da Trindade tomaram parte da criação do
homem, e cada uma das pessoas, suficientemente em si mesma, deu a sua parte nessa
criação. Por isso, Deus Pai é "Elohim" e Deus Espírito Santo é "Elohim" e Deus Filho
(Jesus) é "Elohim".
A criação do homem é o apogeu da obra criadora. É a Trindade quem declara,
sem qualquer intervenção ou consulta feita aos anjos: "a nossa imagem, conforme a
nossa semelhança: v.26. São sinônimos os substantivos, e se compreendem em face do
paralelismo da poesia hebraica. Trata-se de uma semelhança natural e moral, "e
domine...", v.26. É desta semelhança com Deus que deriva todo o domínio do homem
sobre as criaturas.
O pecado manchou essa imagem no homem. Somente a obra expiatória de
Cristo pode recuperá-la mediante arrependimento dos pecados e a aceitação da obra
expiatória de Cristo. Assim, quando o homem se torna "uma nova criatura em Cristo",
pelo arrependimento (2 Co 5.7), essa "imagem e semelhança divina", que estava
manchada pelo pecado (1 Jo 1.7), é recuperada integralmente em Cristo Jesus, mediante
a obra remidora do Calvário.
IRMÃS PODEM UNGIR?
"É bíblico irmãs ungirem enfermos e darem óleo para eles beberem?"
A Concordância Bíblica aponta 24 citações onde aparece a palavra unção e 83
com o verbo ungir. Há nas Escrituras somente um caso em que a unção foi feita por uma
mulher e este aconteceu quando Maria ungiu Jesus com ungüento de nardo puro, trazido
num vaso de alabastro. Esta unção não parece terapêutica, senão de honraria e não
consta que Jesus estivesse enfermo.
A unção era efetuada não somente sobre pessoas (1 Sm 10.1; SI 23.5; SI 133.2);
mas também sobre utensílios (Êx 30.26,30); e até sobre animais: "Os pastores da
Palestina compunham em ungüento de azeite de oliveira que esfregavam nos focinhos
feridos das ovelhas" (cf. SI 23.5 -Douglas). Quando João diz que "vós tendes a unção do
Santo" (1 Jo 2.20-27), ele fala em termos de discernimento entre o que é proveitoso à fé
e o que se demonstra como armadilha: v.26. Por meio desta "unção", isto é, pela
operação do Espírito, o crente discerne a heresia, da boa doutrina, e é exortado a aderir à
mensagem apostólica.
Pessoas ou coisas eram ungidas no AT, a fim de significar santidade ou
separação para Deus. Desse modo podiam ser ungidas pedras, ou montes de pedras (Gn
28.18); peças do templo, etc: Ex 30.26,27. Certo tipo de unção era tido como especial, a
ponto de ser proibido o seu uso em outras circunstâncias: Êx 30.31-33,37,38. A unção
conferia poder e autoridade ao ungido: 1 Sm 10.1; 16.12,13. A unção era feita com
azeite composto de uma mistura de perfumaria (Êx 30.34-38), que, de acordo com a
idade de sua composição, aumentava de preço: Mt 26.7.
O termo "Mirgahath Shemen", em grego "Myron", designa ungüentos de várias
espécies largamente empregadas no Oriente, primariamente como cosméticos. Os
egípcios serviam-se do ungüento para uso medicinal, mas o empregavam também para
abluções em casos onde a água para o banho era escassa. Os hospedeiros colocavam
sobre a testa do visitante cones providos de ungüento que diluía ao calor do corpo,
atingindo o rosto e até as vestes. Esse costume foi assimilado pelos sionistas e demais
povos do Oriente. Nos tempos neo-testamentários, os enfermos eram freqüentemente
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ungidos (Lc 10.34; Tg 5.14), e essa atribuição na igreja era um privilégio dos anciãos
(presbíteros e pastores), não constando qualquer permissão para as irmãs ou demais
irmãos, nem mesmo para os diáconos, ungirem enfermos. Assim, o atual costume das
irmãs ungirem enfermos não encontra apoio bíblico.
A SALVAÇÃO DE JOÃO BATISTA?
"Onde estava João Batista durante a matança dos inocentes?"
A matança dos inocentes, relatada em Mateus 2.16-18, e relacionada com
Jeremias 31.15, não é contada por qualquer outra fonte. Segundo a descrição bíblica,
aconteceu num raio de oito quilômetros em volta de Belém, como recurso de Herodes
para livrar-se de um futuro concorrente. É de se estranhar que, já velho, Herodes
acreditasse que uma criança recém-nascida pudesse prejudicar o seu reinado, mas o fato
é que não somente ele perturbou-se, mas "toda a Jerusalém com ele", Mt 2.3. E mais
estranho ainda é que intentasse um recurso que, embora tenha causado a morte de
muitas crianças, não poderia garantir que nesse meio estaria também aquela visada por
ele.
Acreditamos que o infanticídio profetizado por Jeremias, inclusive com a
designação da cidade de Rama, situada a oito quilômetros de Belém onde se achava o
túmulo de Raquel (Gn 35.19), teve também apiedados que pouparam da espada a vida
de não poucos meninos, como fizeram as parteiras tementes a Deus nos dias do nascimento
de Moisés: Êx 1.16,17.
Hoje temos notícias provindas da China de que alguns casais são forçados ao
controle da natalidade que os restringe a um único filho; dessa maneira; um chinês
matou a filha de 11 meses quando lhe foi dito por uma curandeira que o filho próximo a
nascer sena um menino; e como as leis tradicionais da religião chinesa favorecem o
filho homem, o pai achou melhor sacrificar a filha. Outra notícia do mesmo país, diz
que um outro homem foi condenado e executado por atender a 80 mulheres desejosas de
ter outro filho e que a ele recorreram para que lhes removesse o aparelho
anticoncepcional (DIU), imposto pelo Estado. Há sempre alguém disposto a salvar
vidas, mesmo com o sacrifício de si próprio.
No caso de Jesus, o próprio Deus se encarregou de livrá-lo, fazendo com que
fosse levado ao Egito, também em cumprimento das profecias: Os 11.1. E João Batista
não parece ter sido atingido pela matança, uma vez que seus pais moravam nas
montanhas, fora dos contornos de Belém, em lugar considerado deserto: Lc 1.80. Se
houvesse um critério na verificação das idades das crianças, ainda assim ele teria ficado
fora do morticínio, pois nessa época teria mais de dois e quase três anos: Mt 2.11,16; Lc
1.36. Cremos que se a mortandade tivesse de atingi-lo, Deus proveria para ele e para
seus pais um meio de escape.
COMO DEVEMOS ORAR?
"Nossas orações devem ser dirigidas a Deus Pai, ou a Jesus? Queira explicar
João 16.26 e Efésios 2.18."
Devemos orar em nome de Jesus, porque o pecador não se pode aproximar de
Deus em seu próprio nome. Não temos merecimento para chegarmos à presença divina:
Jesus é o nosso mediador, "porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os
homens, Jesus Cristo, homem" (1 Tm 2.5), por isso é por Ele que nos devemos chegar a
Deus, pois "... pode salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo
sempre para interceder por eles", Hb 7.25. João, o apóstolo, narra que Jesus por várias
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vezes se referiu a isso: "E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei", 14.13; "Se
pedirdes alguma coisa em meu nome eu o farei", 14.14; "a fim de que tudo quanto, em
meu nome, pedirdes ao Pai Ele vo-lo conceda", 15.16b. "Na verdade vos digo que tudo
quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, Ele vo-lo há de dar", 16.23b.
Isso não importa em que as nossas orações não possam ser dirigidas diretamente
a Jesus, em seu próprio nome. Paulo diz que os santos em todo o lugar invocam o nome
do Senhor Jesus: 1 Co 1.2. Estêvão orou a Jesus: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito";
"Senhor, não lhes imputes este pecado". Paulo também orou a Jesus para que desviasse
dele o mensageiro de Satanás. Efésios 2.18 afirma que os judeus e gentios têm acesso ao
Pai por meio de Jesus. A dificuldade que há em João 16.26 é: "... não vos digo que
rogarei ao Pai por vós", no entanto, o porquê dessa afirmação está no versículo 27:
"Porque o próprio Pai vos ama, visto que me tendes amado e crido que eu vim da parte
de Deus". O versículo 26 afirma que isso será naquele dia. Talvez fosse o dia quando os
discípulos seriam revestidos de poder, seriam batizados com o Espírito Santo, então eles
teriam uma tal comunhão com Jesus, e um tão profundo amor à sua divina pessoa que
levariam o Pai a amá-los com aquele amor (v.27), "philei", no grego, que significa ter
afeição, ser amigo. Essa situação especial dos discípulos perante o Pai complementaria a
oração deles, não se fazendo, no caso, imprescindível a intercessão do Filho. Note-se,
porém, que mesmo nessa conjuntura, não foi dispensado o modo de pedir a Deus em
nome de Jesus: v.26.
ÓSCULO SANTO
"Por que não usamos o ósculo em nossas saudações?"
O ósculo santo, como o chama Paulo, ou ósculo de caridade, como o denominou
posteriormente Pedro; era uma saudação de trato ou hábito puramente social, que teve
lugar entre os irmãos componentes de algumas igrejas nos dias apostólicos, mas sem
finalidade religiosa, sem que se constituísse doutrina nem meio de santificação, pois
quem santifica a Igreja é Jesus, pelo Espírito Santo.
Sendo o ósculo, apenas, uma forma de trato social, passou com o tempo e ficou
sujeito a mudanças como mudam os costumes regionais, que ora são abolidos, ora
transformados, ora substituídos. Os hábitos morais são os que mais se arraigam à
sociedade, e, mesmo assim, sofrem transformações ou são esquecidos.
Destarte, reiterando o que foi dito algures, o ósculo, como todos os costumes sociais
era periódico, sujeito a mutações com o passar do tempo. Assim aconteceu, e
dizemos que caiu em desuso.
Também se deve levar em conta o sentido higiênico, pois o beijo pode até
transmitir doenças. Devemos também considerar o desenvolvimento da maldade do
coração humano. Ademais, "A paz do Senhor" quando dada com sinceridade, traduz
todo o amor e apreço cristão.
QUAL A IGREJA VERDADEIRA?
"Qual a igreja que Jesus vai levar para a sua glória?"
Ele vai levar a sua Igreja (Mt 16. 18), "igreja gloriosa, sem mácula, mas santa e
irrepreensível", Ef 5.27. Os que se sentem vinculados genuinamente a essa Igreja,
estejam seguros de que subirão com Cristo, respeitando o constante em Mateus 24.13.
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SALVAÇÃO ETERNA
"É verdade que a salvação é eterna?" Sim, a salvação conduz à vida eterna. É
uma provisão da graça de Deus: Jo 5.24. O que merece nossa especial atenção é o
seguinte: embora a salvação seja eterna em Deus, pode não ser eterna no crente.
Enquanto o crente vive neste mundo, sua salvação é legítima, porém condicional. Os
salvos têm seus nomes escritos no livro da vida e precisam viver de tal maneira que de
lá não sejam tirados (riscados): Êx 32.32,33; SI 69.28; Ap 20.15.
NAMORO
"Como deve ser o namoro cristão?" O namoro é o período em que o rapaz e a
moça estabelecem uma aproximação mais afetiva com a pretensão de um compromisso
mútuo de companheirismo exclusivo. Começa, geralmente, com uma palavra, uma
frase, um gesto, que demonstra a atração de um pelo outro e que vai se expandindo com
o passar dos dias. Os encontros vão se sucedendo e a afinidade se desenhando, passando
o jovem par a se preferirem aos demais colegas e companheiros, renunciando cada um a
seus próprios interesses em favor do seu escolhido(a) e a dedicar-lhe mais tempo do que
o usual. Nesses encontros, os jovens vão sentindo o real liame que os prende e passam
então a reconhecer no companheiro as qualidades e a desculpar-lhe os defeitos, havendo
uma aceitação maior de um pelo outro, a ponto de sentirem a ausência um do outro,
mesmo rodeados de outras pessoas. Outras vezes deixam o grupo de amigos para se sentarem
isolados em outro local, onde possam desfrutar a mútua companhia sem a
presença de terceiros. Nos crentes, essa afeição, esse apego é muitas vezes reforçado ou
diluído pela revelação divina, através da oração, em que cada um pergunta ao Senhor se
é realmente aquele ou aquela que lhe tem destinado. E a confirmação pode vir, como
também pode acontecer um descarte, indo cada um para o seu próprio caminho para
fazer nova escolha. Quando o namoro persiste, a afetividade, a aproximação se acimenta
e ambos estão já cientes de que aquela escolha é permanente; começam então a faturar
seus passos em conjunto. Passam a sentir a necessidade de um respeito maior, de um
compromisso mais sincero, de atitudes mais corretas e de um reconhecimento dos
deveres recíprocos, para que a união venha a concretizar-se.
No período do namoro é que os jovens precisam cuidar de não magoar o seu
companheiro (a), pois mesmo que não venham a perdurar este estado especial de
preferência, a amizade desinteressada deve perdurar sem ficar abalada. Quando
descobrem que estão namorando, os jovens devem fazer o possível para agradar-se um
ao outro, sem ferir as susceptibilidades um do outro, o respeito que vai marcar as suas
vidas para sempre. Devem evitar contatos menos puros, atitudes sem decoro e com
prometedoras, cismas desnecessárias, ciúmes infundados, uma vez que esse período é
que vai alicerçar as opiniões favoráveis de um para com o outro. Se um jovem se porta
mal com uma moça no período do namoro, é de se esperar que seus atos sejam
lembrados por ela mais tarde, quando casados. E a imagem não será boa para ambos,
pois ele terá também a lembrança de uma jovem que lhe permitiu todas as investidas.
VIDA CONJUGAL E SALVAÇÃO
"Uma pessoa convertida que não se torna membro da igreja, por viver
maritalmente com alguém, alcança a salvação?"
Resumindo: o batismo é a confirmação do que já aconteceu. Fala de arrependimento,
de novo nascimento, de pacto de uma nova vida com Deus. Só os salvos podem
ser batizados com eficácia. Se um não-salvo chegar a ser batizado, isso nada significará
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para ele; nenhum valor espiritual terá. Batismo é uma ordenança bíblica. A pessoa passa
a pertencer à Igreja de Cristo no instante em que é salva. Pela salvação, ela se torna
filho de Deus, e um filho de Deus pertence à Igreja de Cristo. A essa Igreja pertencem
todos os salvos de todas as línguas, povos e nações. O batismo é a confirmação de que a
pessoa está salva. Ao batizar-se, o convertido testemunha diante da igreja local que
morreu para o mundo e que deseja viver para Cristo, numa vida de acordo com os
preceitos bíblicos; que deseja cooperar nos trabalhos da igreja, na disseminação do
Evangelho. A pessoa é batizada, não para ser salva, mas porque é salva. Para ser
membro da igreja local, no entanto, a pessoa tem de ter sua vida regularizada de
conformidade com as leis do país. A igreja tem o dever de respeitar as leis, como ensina
a Bíblia. Por isso não pode receber como membro da igreja local, no entanto, a pessoa
tem de ter sua vida regularizada de conformidade com as leis do país. A igreja tem o
dever de respeitar as leis, como ensina a Bíblia. Por isso não pode receber como
membro uma pessoa que viva maritalmente (no sentido que dá a essa palavra a
linguagem coloquial), isto é, sem estar legalmente casada. Desse modo, a pessoa que, ao
ser salva, se encontrar nesse estado precisa casar-se ou deixar o(a) companheiro (a), e
nesse sentido, tudo deve fazer; até ir ao sacrifício deve estar disposta, para que não
perca a bênção de cumprir em si a ordem de Jesus: "... batizando-os em nome do Pai; do
Filho e do Espírito Santo". Ninguém deve acomodar-se nessa situação. Acomodar-se é
estar fora da "boa, agradável e perfeita vontade de Deus", Rm 12.2.
No entanto, se a separação for impossível por causa dos filhos (os filhos não podem
ser abandonados pelos pais, isso pode levar a maior mal), então o caso só pode ser
resolvido por Deus. O que a pessoa deve fazer, nessa circunstância, é tomar o conselho
do salmista: "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e ele tudo fará". Queremos
acentuar porém, que Deus não faz as coisas que o homem pode fazer. Ele só faz o que é
impossível ao homem. Jesus não tirou a pedra do túmulo de Lázaro, nem desatou as
suas mãos. Eram coisas que o homem podia fazer. Também Deus não concede a quem
não pede: "Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á", Lc 11.9.
CABELO CORTADO NAS MULHERES
"Deve a mulher crente cortar o cabelo?"
Não, não deve. U ensino bíblico é que a mulher deve ter o cabelo crescido.
Vejamos o texto em 1 Coríntios 11.15: "Mas ter a mulher o cabelo crescido lhe é
honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu". Ora, se é honroso tê-los
crescidos, é, conseqüentemente, desonroso tê-los cortados.
Muitos pensam, como o irmão diz em sua carta, que a mulher pode cortar, contanto
que não seja muito curto. Mas o apóstolo Paulo compara esse tipo de corte a
tosquiar-se ou rapar-se e pergunta se a igreja acha decente que a mulher ore a Deus com
a cabeça raspada. Além do mais, o rosto feminino fica sem estética. Algumas até
parecem homens.
Na igreja de Corinto parecia haver uma reivindicação feminina de equiparação
aos homens e algumas se manifestavam tosquiando o cabelo e abolindo o véu, como
para se manifestarem livres do "poderio" do homem. Alguma corrente masculina as
apoiava e causava dissensão entre os irmãos e Paulo fez-lhes ver que as igrejas de Deus
não tinham esse costumes e nem se debatiam em lutas de classe.
Em conclusão, desejamos que os irmãos reparem que os cabelos compridos nas
moças e senhoras crentes dão um toque de reverência e obediência, mostrando a
santidade que exercem diante de Deus.
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JEJUM
"Qual a relação entre o jejum e a parábola proferida por Jesus, segundo Lucas
5.33-39?"
A relação da parábola com o jejum está nos versículos 29 e 30 do contexto. Os
fariseus, através de seus escribas, repreenderam indiretamente a Jesus e seus discípulos
por não jejuarem. Jesus percebeu seus propósitos hipócritas e ministrou-lhes o ensino
contido nos versículos 34 e 35, onde compara a comunhão que mantinha com seus
apóstolos com a alegria festiva de um casamento, quando é inadmissível o jejum. Em
seguida Jesus repreendeu os fariseus, condenando-lhes a hipocrisia.
BATISMO COM O ESPIRITO SANTO
"O crente que não recebe o batismo no Espírito Santo subirá ao Céu, ou Jesus o
batizará no arrebatamento da Igreja?"
Nenhuma pessoa pode ser crente sem o Espírito Santo. A Bíblia afirma que a
regeneração é "pela água e pelo Espírito". Somente Ele pode convencer o homem do pecado,
da justiça e do juízo. Assim sendo, o ser humano é salvo através da obra que o
Espírito Santo realiza no seu coração. Quanto ao batismo com o Espírito Santo, ele não
é um passaporte para a entrada no Céu, mas um revestimento de poder para o crente
viver vitoriosamente na terra. Se o crente já é batizado, deve desfrutar dessa bênção. Se
ainda não, deve buscá-la de todo o coração, aproveitando-a no período anterior ao
arrebatamento.
SUPREMA PREOCUPAÇÃO
"Mediante a expectativa da vinda de Jesus, acredito que o jovem salvo devia
preocupar-se mais com a obra missionária do que com a efêmera cultura em faculdade.
Estou certo ou errado?"
A obra missionária está esperando jovens corajosos e decididos que se
disponham a atravessar as fronteiras do seu país e cruzar os mares em busca de almas.
Há obreiros que estão no campo há muitos anos e o cabedal da obra que realizam,
confirma a sua chamada por Deus e a sua disposição para trabalhar. Não seria pedir
muito se motivássemos mais jovens para o campo missionário e se as igrejas lhes
dessem condições de atender essa carência na seara do Senhor. Cremos que dentre os
jovens vocacionados, cheios do Espírito Santo, libertos da carne, da vaidade e cônscios
de que as pessoas devem ser encaradas como almas carentes de salvação, bem se
poderia aproveitar muitos deles para a obra de missões.
Sabemos, porém, que ninguém deve lançar-se a essa obra sem o devido
preparo, uma vez que vai encontrar gente diferente, com costumes diferentes, com
gênios diferentes e com intenções diferentes. É necessário que o candidato seja antes
adestrado. Falando sobre os diáconos, Paulo diz que eles não podem ser escolhidos
entre os neófitos, ou seja, entre os de pouca vivência na igreja e pouco conhecimento da
Escritura. Se para o trabalho na sua congregação o obreiro precisa ser maduro e
experimentado, o que vai fazer um jovem em terra estranha sem conhecer o idioma, os
costumes e as disponibilidades daquele povo? Se ele não adquiriu os conhecimentos
suficientes para fazer-se entender na sua própria terra, como vai enfrentar gente
completamente oposta? Aí é que o estudo faz falta e não deve ser abandonado nem
desestimulado.
Além dessas considerações temos o fator chamada. Nem todos os que querem ir
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são realmente chamados. Acresce ainda a receptividade do povo a ser evangelizado.
Temos conhecimento de regiões onde o Evangelho não encontra pronta aceitação, mas
que precisam ser evangelizadas também. Faz-se necessário que jovens e adultos, idosos
mesmo, que se sintam realmente chamados apresentem-se para esta importante tarefa.
Mas só os realmente chamados.
ADORAÇÃO A MARIA
"Estou certo de que as Assembléias de Deus não veneram Maria, mas gostaria
de saber qual a posição dessa denominação, em relação aos que agem de tal maneira,
extrapolando os mandamentos de Cristo."
Maria, o mesmo que Miriam ou "amada", deve ser respeitada e, por ser a mãe do
Senhor Jesus, não podemos dizer dela menos que Isabel: "Bendita és tu entre as
mulheres... E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor?" Em seu
"Magnificat", Maria demonstra a sua humildade e, aí, vemos o porquê da sua escolha
por Deus. De fato, ela é venturosa entre as mulheres, por ser a escolhida para mãe do
Salvador. Mas, de modo nenhum, devemos fazê-la motivo de adoração. É pecado
adorar, não somente a Maria, mas a qualquer outro nome que não seja o do Pai, do
Filho, e do Espírito Santo. Ela mesma, em seu cântico (Lucas 1.47), afirma: "E o meu
espírito se alegra em Deus, meu Salvador". Este versículo bíblico é uma confirmação de
que ela necessitava também da salvação. Ora, como alguém que carece de salvação
pode salvar outros? Além do mais, só os cegos espirituais,não vêem a grande diferença
entre o Senhor Jesus e Maria. E quem a ela rende culto prova a sua total ignorância das
Sagradas Escrituras.
A história tem mostrado quantas aberrações têm sido cometidas, quanto a esses
fatos. A adoração a Maria e a inúmeros outros santos, como é sabido de todos, foi uma
coisa forjada pelo romanismo. Sem ir muito longe, é digno de registro o fato, e até
dispensa comentários, de que o papa Paulo VI ofereceu uma rosa de ouro ao Brasil, e ao
benzê-la na Capela Sistina em 5 de março de 1967, perante uma representação
brasileira, expressou: "No Santuário de Nossa Senhora Aparecida, ela (a rosa) dará
testemunho de nossa constante oração à Virgem santíssima para que interceda junto de
seu Filho... Vamos a Maria para chegar a Jesus. Amando desse modo Nossa Senhora...
chegaremos a Cristo, o Filho de Deus". Qualquer novo convertido ao Evangelho sabe
que em nenhum outro nome há salvação, a não ser no nome de Jesus.
Quanto à salvação, o próprio Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim", Jo 14.6; "... tudo quanto pedirdes ao Pai em meu
nome, Ele vô-lo concederá", Jo 15.16b; "... Eu sou a porta das ovelhas", Jo 10.7.
- Que disse o apóstolo Pedro, acerca de Jesus? - Ele disse "e não há salvação em
nenhum outro nome, dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos", At
4.12.
ORAR AO ESPÍRITO SANTO
"É lícito orar ao Espírito Santo?"
O maior exemplo de como se deve orar está no ensino de Jesus a respeito desse
importante ministério (Mt 6.7-15), onde está implícito que a oração deve ser feita ao
Pai, a quem pertence o reino, o poder e a glória: "E sucedeu que, ouvindo eu estas
palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando
perante o Deus dos céus", Ne 4.9; "Então virou Ezequias o seu rosto para a parede, e
orou ao Senhor", Is 38.2; "orai pelos que vos perseguem", Mt 5.44. Até mesmo Jesus
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dirigiu ao Pai as suas orações: Mt 26.33,42; Lc 22.42; Jo 17.1.
Todavia, a oração, embora feita ao Pai, deve ser em nome de Jesus: "Se pedirdes
alguma coisa em meu nome, eu o farei", Jo 14.14; "Porque onde estiverem dois ou três
reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles", Mt 18.20. Escritores eruditos
concordam em que a oração deve ser feita a Deus Pai, em nome de Jesus.
Para que se tenha certeza de que se está orando a Deus é necessário uma
experiência de suã proximidade, de sua atenção para com o que lhe pedimos. Há
possibilidade de estarmos orando sobre um assunto e pensando noutro. Nessa oração
não há poder. Somente quando nos colocamos face a face com Deus, sentimos a virtude
da sua presença.
Orar direto e especificamente ao Espírito Santo não tem princípio bíblico, pois o
Espírito Santo não toma para si a glória do que recebemos por meio de oração. Ele não
fala de si mesmo, antes glorifica a Jesus: Jo 16.14. Logicamente, uma oração dirigida ao
Espírito Santo não se justifica. Vemos, contudo, que nem sempre sabemos pedir o que
nos convém e nem temos condições de chegar à presença de Deus. Neste sentido, é
lícito esperarmos numa atuação voluntária do Espírito Santo a nosso favor: "Também o
Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza, porque não sabemos orar
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis",
Rm 8.26. Essa intercessão pode nos comunicar uma intensidade de oração que nos
tornará agradáveis a Deus e capazes de alcançar a sua resposta.
NEGÓCIOS NA CASA DE DEUS
"É lícito vender e comprar no interior do templo?"
A pergunta responde-se a si mesma, uma vez que o próprio Jesus denominou o
templo Casa de oração. Na ocasião em que os vendedores de aves e animais para o
sacrifício o faziam no interior do Templo, Jesus os reprovou e alicerçou a sua reprovação
virando as mesas dos cambiadores. Embora a venda fosse lícita e a troca de
moeda estrangeira pela nacional fosse justa, o local é que não era apropriado. Sabiamente,
nossos templos têm lugares especiais para a venda de livros, discos, objetos úteis
aos irmãos e cantina onde os que moram mais longe e permanecem mais tempo a
serviço da Casa de Deus possam fazer lanches, sendo também essa uma forma de
contribuir para a obra do Senhor, quando essas vendas não se transformam em usura e
proveito próprio de quem as faz.
ETERNIDADE
"Quanto tempo iremos viver com Cristo no Céu?"
Esta pergunta se responderia com 1 Tessalonicenses 4.16-17. Todavia, nos permitimos
estender um pouco mais a resposta, para melhor entendimento do leitor. O
termo sempre tem a significação de permanência, continuidade, sem um espaço de
tempo demarcado. Eternidade não tem princípio nem fim. Quando o apóstolo diz que
"estaremos sempre com o Senhor", ele está falando de um estado e de uma posição sem
interrupção, a eternidade, na qual nós vamos entrar a partir da ressurreição e do
arrebatamento. Isso exclui a idéia de dias, meses e anos. Esta significação é muito
adequada para a nossa idéia de uma "eternidade com Deus", pois qualquer determinação
de temporalidade faria deixar de ser um estado permanente de graça, uma vez que o
beneficiado com esta etapa de satisfação espiritual sofreria com a expectativa do seu
término. A total felicidade da vida com Deus ou da vida eterna, será, pois, a ciência de
que ela não terá fim, de que estaremos sempre com o Senhor. Nesse caso ainda, o termo
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sempre com o Senhor significa estar a igreja permanentemente na sua presença, não
havendo ocasião em que Ele possa estar num lugar e a Igreja em outro, ou que Ele esteja
querendo alguma coisa que não a queira também a Igreja. Será uma compreensão total
de Cristo e a Igreja, uma simbiose, de acordo com sua própria vontade, conforme o seu
próprio desejo: Jo 14.1-3,24.
Esta ciência ainda mais nos encherá de gozo, se acompanharmos no Apocalipse
os movimentos de louvor e glória que os crentes hão de presenciar e deles tomar parte:
Ap 7.15-17: "Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu
templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. Nunca
mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles,
porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para
as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima". Quem
pensará em medir tempo para tais acontecimento e aventar uma interrupção desse estado
de gozo? Repete-se o termo para todo o sempre em Apocalipse 5.14, como forma
positiva, com igual valor de forma negativa em 7.16: "Nunca mais terão fome e nunca
mais terão sede, nem o sol nem calma alguma cairá sobre eles". Esta posição de delícias
será o estado eterno daqueles que servem ao Senhor e aguardam a sua vinda.
DOM DE LÍMGUAS
"Tenho dúvidas sobre o significado do "dom de línguas". Poderiam ajudar-me?
Para os crentes batizados com o Espírito Santo nesta maravilhosa Dispensação
da Graça, o Senhor oferece nove dons espirituais, mencionados em 1 Coríntios 12.
Destes nove, um é o dom de línguas. Trata-se de faculdade sobrenatural de falar em
línguas desconhecidas, não aprendidas, não identificadas por processos humanos. Não
se deve confundir as primeiras palavras que um crente profere em línguas estranhas
(que são o sinal do batismo com o Espírito Santo) com o dom de línguas. A diferença
consiste em que o dom de línguas significa uma variedade de línguas. Quando as
línguas estranhas são imediatamente interpretadas (também sobrenaturalmente) e
contêm uma mensagem para a igreja, isto significa que Deus acrescentou um terceiro
dom à manifestação: o dom de profecia. Com o dom de línguas também se adora a Deus
de uma forma muito maravilhosa, secreta e direta. É lícito buscar a manifestação do
dom de línguas. Se o recebemos, devemos ter sabedoria em sua utilização.
MULHERES CALADAS
"As mulheres devem manter-se caladas na igreja de acordo com 1 Co 14.34,35?"
A lei mosaica e a opinião pública entre os judeus assegurava à mulher o gozo de
muitos direitos. Ela devia ser tratada com honra e distinção: Pv 5.18; 18.22. A mãe era
digna de honra e suas palavras tinham força de lei: Êx 20.12; Pv 1.8. O espírito do Novo
Testamento é igualmente hostil à degradação da mulher. Ensina que o homem e a
mulher devem ocupar suas respectivas esferas como são indicadas pelo Criador,
respeitando-se mutuamente e reconhecendo sua mútua dependência: Mc 10.6; Ef 5.31; 1
Tm 2.12-15. A mulher participa das mesmas graças que o homem e é a herdeira das
mesmas promessas (Gl 3.28) e ocupa lugar de honra na igreja, à qual presta serviços
apreciáveis: Rm 16.1-4,6,12. Os preceitos que as epístolas contêm, quer dirigidos aos
santos em geral, quer às mulheres em particular, tinham por fim pôr em evidência as
nobres qualidades de ambos os sexos, e bem assim exercitá-los no serviço de Deus: 1
Tm 2.9; 3.11.
Não é costume em nossas igrejas admitir que as mulheres doutrinem, entretanto
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tais restrições não as privam do direito e do dever de darem um testemunho autêntico e
pessoal, "... a fim de instruírem as jovens..." (Tt 2.4), nem de serem professoras de uma
Escola Dominical, ou de um Instituto Bíblico, já que nesse exercício transmitem apenas
o ensino previamente estabelecido pelos pastores e presbíteros da igreja.
A BÊNÇÃO DO DÍZIMO
"O dízimo é uma obrigação do crente, ou pode ser substituído por qualquer importância
que o crente quiser dar?"
A palavra dízimo já estabelece uma quantidade, dez, décimo, o todo dividido por
dez. De acordo com Malaquias 3.10, o crente deve trazer o dízimo, isto é, 10% de sua
renda. Uma quantidade maior, seria uma bênção, porém, menor, poderá caracterizar
desobediência ao que Deus determinou.
"Honra ao Senhor..." Podemos ver em Provérbios 3.9, que o dízimo é uma forma
de honrar ao Senhor. 0 crente que realmente compreende a Palavra de Deus, como diz o
leitor, sente prazer em trazer a importância certa para a igreja. Muitos acham pesado
pagar o dízimo, mas fazem grandes crediários, que mais tarde os fará cair em desonra,
por não poderem pagar.
O dízimo é de Deus. A ordenança do dízimo vem de Deus. Ele mesmo o estabeleceu
e falou ao povo que, em parte esquecido e em parte ganancioso, estava deixando a
casa de Deus sem provimento. Alguns até roubavam para gastar nos seus próprios
negócios. Muitos crentes não se incomodam com a calçada do templo rachada, com as
paredes manchadas, a luz deficiente e as contas vencidas.
Jesus afirmou o dízimo. "Deveis fazer estas coisas", Mt 23.23. Jesus não disse
que os fariseus estavam errados em dar o dízimo. Ele os recriminou por negligenciarem
a outra parte da justiça. O escritor aos Hebreus registrou que a igreja pagava dízimo,
tanto quanto os sacerdotes: Hb 7.5,8. Portanto, o dízimo não pode ser uma importância
arbitrária e ocasional, mas uma contribuição correta e sistemática para a casa de Deus.
Pagar o dízimo é uma forma de alcançar maior prosperidade.
DEVE O CRENTE MUDAR DE PROFISSÃO?
"Aceitando o Evangelho, deve o crente mudar de profissão?"
Certamente, o prezado amigo se está referindo aos que exercem profissões incompatíveis
com a vida cristã, como cantor de rádio e televisão, artista de cinema, teatro
e televisão, além de outras diversões mundanas, em cujo exercício o recém-convertido
não se sentirá bem, uma vez que isso implica em atitudes e vícios perniciosos à vida
espiritual. Deduzimos que ali não terá oportunidade de demonstrar a transformação
recebida de Jesus. É duvidosa a afirmação de que alguém possa ter-se convertido a
Cristo, se continua gravando música profana. Há pouco, tivemos notícia de que um
grande lutador de box, mundialmente conhecido, aceitou o Evangelho e abandonou a
carreira, pois, como ele mesmo confessou, não poderia demonstrar o amor de Deus
esmurrando o seu semelhante.
1 Bíblia Vida Nova, pp. 323 e 324.

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