EXPERIÊNCIA PERIGOSA

GRANDE foi a surpresa do director dum jornal francês, bem conhecido pela sua fé, ao receber uma carta redatada nestes termos: «Sr.: Intentei fazer uma experiência. O meu terreno foi arado num domingo, semeei-o de milho num domingo, fiz todos os trabalhos necessários no dia de domingo e, neste mês de Outubro, estou recolhendo a melhor colheita do país».

O director do jornal publicou a carta acrescentando apenas este comentário: «Nem sempre, Deus salda as contas em Outubro».

O seu correspondente tinha intentado fazer uma experiência: Havia tentado Deus, provocado e zombado o Senhor. Porém esta lei não permite derrogação alguma: «Deus não se deixa escarnecer; tudo o que o homem semear, isso também ceifará» (Gál. 6:7). O momento da ceifa pode atrasar-se, mas chegará o dia — se não for nesta terra, será mais tarde — em que: «De toda a palavra ociosa que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo» (Mateus 12:36).

Os arrogantes podem causar inveja e os maus prosperar; pode até parecer que as penas lhe são esquecidas e que aumentam as suas riquezas. A este respeito o Salmo 37 nos exorta: «Não te indignes por causa dos malfeitores nem tenhas inveja dos que obram a iniquidade».

Deus não está, como nós, limitado pelo tempo, e o fruto dos nossos atos não se mede senão no final da nossa vida. Pobre homem reduzia o seu horizonte a alguns sacos de milho, a urna vã prosperidade. E que era da sua alma?

Ao rico insensato diz o Senhor em Lucas 12:20: — «Louco! Esta noite te pedirão a tua alma; e, o que tens preparado, para quem será?»

«Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus».